Sim, bem sei que não estamos no mar. Mas parece haver um piratinha em cada um de vocês! Afinal, vieram de tão longe conhecer o Mestre da Dor (não se preocupem os estreantes, rapidamente vão identificá-lo) para desfrutar desta prova magnífica, leve e descontraída de… 1023 quilómetros?!
Pois, é este o nosso plano para os próximos 8 dias. Entre 95 a 171km por dia, com o tempo a aquecer, a vossa vida não vai ser fácil. E vocês sabem disso.
Vocês são aquelas pessoas que tiram tempo ao trabalho, à família, aos amigos, enfim, à vida, para poderem treinar, pôr à prova a bicicleta e o equipamento, estafar as pernas e pedalar. E agora vão conhecer os vossos limites, no fundo, a vossa Mente. Este é o tipo de pessoas que vocês são: com coragem para fazer o que vos assusta. Para alguns, esta é a receita da felicidade.
Este ano temos 16 países presentes: África do Sul, Bélgica, Brasil, Canada, Espanha, Estados Unidos da América, França, Itália, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido e Singapura, Suécia e Suíça. Dos 90 atletas em prova, 32 têm mais de 50 anos e entre eles estão 3 fantásticas mulheres com mais de 50 (já sou vossa fã, miúdas!). Em suma, um belo pedaço da humanidade, partilhando o mesmo objectivo: chegar a Sagres de bicicleta (ou mesmo de burro, se preferirem), em autonomia total e, claro, com um óptimo ar.
Apesar das diferentes origens e idiomas, haveremos de comunicar, num espírito de permanente auxílio mútuo e muita diversão. E pronto, já visualizo aquele fim da tarde e uma loira na mão. A satisfação do objectivo cumprido e uma cervejinha fresca, estão a ver? Só comunhão universal de interesses. Momentos supremos.
Hoje foi um daqueles dias banais de registo e recepção de frontais. Para quem partiu de Lisboa, implicou acordar de madrugada. Mesmo assim, era grande o entusiasmo e o convívio no autocarro. Aposto que ninguém estava verdadeiramente descansado enquanto não revisse a sua mais que tudo: a bicicleta, claro. Seguiram‑se as actividades normais: informações sobre a prova e os GPS, desfazer as malas, reordenar as barras e o gel, antecipar necessidades e fazer as malas outra vez, mas de outra maneira.
Amanhã, pedalam de Bragança a Freixo de Espada a Cinta. Serão 142km, com 2175m de elevação. No início, até Quintanilha, atravessam o Parque Natural de Montesinho. Aqui enfrentam as maiores subidas da etapa. Adiante, de Caçarelhos a Sendim, o trajecto é mais rolante, na Meseta Ibérica, numa paisagem descoberta, dominada pelos lameiros, típica do Norte de Portugal. Segue‑se o Parque Natural do Douro Internacional com as suas paisagens deslumbrantes. É respirar fundo e deixar a beleza entrar. A etapa termina então em Freixo de Espada à Cinta. A Vila, com de cerca de 2188 habitantes, é pequena e charmosa. Quanto ao nome, difícil entender, impossível esquecer.
Em 10 de Maio de 1752, Benjamin Franklin testou a electricidade de um relâmpago. Neste 10 de Maio, tu vais fazer a primeira etapa do 13º TransPortugal Race. Força rebelde, cria a Tua História!
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