Todo o ciclista aprecia um bom café. Há os que não saem de casa sem o tomar, há os que não dispensam a famosa paragem para uma reconfortante chávena deste estimulante tão desejado e também há os que juntam ambas as opções e não abdicam de nenhuma delas.
Os portugueses, cultural e historicamente, têm uma relação especial com o café. Cheio, curto, três quartos, sem ponta, italiana, pingado, garoto, carioca, em chávena fria, em chávena escaldada, com açúcar, com adoçante, com pau de canela, duplo e abatanado, são alguns dos exemplos de como o pedimos. Para além da famosa “bica”, ou “cimbalino” na região do Porto.
Discretamente surgido no século XVI e, ao que tudo indica, na região da Etiópia, é algo discutível qual o povo que trouxe o café para a Europa. Em Lisboa surge o primeiro café, o Nicola, em 1782, muito embora os portugueses tivessem conhecido o café na Índia, no entanto, está pouco esclarecida a forma como foi trazido para Portugal.
Apesar de termos inúmeras variedades e tipos de café, não somos os maiores consumidores da europa, sendo estes (per capita) os países do norte, como a Finlândia, Suécia, Holanda e Alemanha. Portugal situa-se sensivelmente a meio desta lista.
Muitas vezes a questões que se colocam são: Terá o café benefício a nível desportivo? Será benéfico ao nível da performance? Ajuda a manter a concentração?
Na realidade, vários estudos demonstram que a cafeína pode fazer mais do que ajudar-nos a acordar de manhã ou vencer a sonolência da tarde; pode atuar como um auxiliar ergogénico eficaz quando usado adequadamente. Os cientistas descobriram uma melhoria de cerca de 3,2% no desempenho de resistência (desempenho em contrarrelógio, não tempo até à exaustão) com a ingestão de cafeína.
Os mecanismos pelos quais estas melhorias acontecem não são, para já, muito claros, a teoria por detrás destas descobertas diz-nos que a cafeína afeta o sistema nervoso central, aumentando o estado de alerta e melhorando a atenção, modelando a fadiga.
Demonstrou-se também que a cafeína promove um aumento da utilização da gordura, como combustível dos músculos, poupando a utilização do precioso glicogénio.
Portanto, quer seja por nos sentirmos melhor, para uma pausa no nosso treino, com uma paragem numa qualquer esplanada, ou por uma questão de convívio, é óbvio que estamos perante um hábito saudável.
O café, para além de saber bem, trás benefícios comprovados para quem pratica desporto, ajudando-nos também, em muitos casos, a escolher o nosso trajeto, para que passemos naquele café ou pastelaria onde este verdadeiro néctar nos sabe melhor.