A 76.ª edição da Volta a Espanha vai para a estrada de 14 de agosto a 05 de setembro, com 21 etapas totalmente em solo espanhol, mas com um ‘piscar de olhos’ a Portugal na Galiza.
A prova começa e acaba com os ciclistas sozinhos e contra o cronómetro, abrindo em Burgos, onde foi revelado o traçado, com um exercício de oito quilómetros, em torno da catedral daquela cidade, que em 2021 celebra o oitavo centenário da construção deste monumento.
É na 20.ª etapa, entre Sanxenxo e o Castro de Herville, em Mos, que o pelotão da Vuelta estará mais próximo de território português, passando ‘juntinho’ à fronteira a caminho da última meta cruzada em linha da 76.ª edição, que também tem uma chegada e uma partida ‘à vista’, em Badajoz.
A seguir, só o decisivo contrarrelógio da 21.ª e última etapa, este ano com 33,7 quilómetros, a fechar na cidade de peregrinos, Santiago de Compostela, uma edição que retoma as 21 tiradas, após as 18 de 2020, em contexto marcado pela pandemia de covid-19.
Ao todo, entre 14 de agosto e 05 de setembro, os corredores vão percorrer uma distância total de 3.336,1 quilómetros, ao longo de oito etapas maioritariamente planas, ainda que duas tenham um pendente de subida no final, quatro mais ‘onduladas’, sete de montanha, dois ‘cronos’ individuais, tudo ao longo de três semanas com dois dias de descanso pelo meio.
A primeira chegada em alto, para testar as pernas dos candidatos à vitória final, acontece na chegada a Picón Blanco, ainda na província de Burgos, avançando depois para cidades como Guadalajara, Albacete, Valência e Alicante, onde há um topo que se estreia no traçado, o Balcón de Alicante.
A primeira semana passa por Múrcia a caminho da subida ao Alto de Velefique, em Almería, e regressa na Andaluzia para a segunda semana, com Badajoz como local de chegada de uma e partida de outra tirada, assim como Cáceres, passando pelo Pico Villuercas antes de novo dia de descanso.
No caminho de Santiago, o ‘pelotão peregrino’ enfrenta também no último terço de prova as principais dificuldades: a subida a Lagos de Covadonga, o ‘muro’ de Valdepeñas e as Astúrias como testes finais, incluindo a estreia do Altu d’El Gamoniteiru, antes de seguirem para a Galiza.
Chegadas em Monforte de Lemos, uma etapa ‘à clássica’ em Pontevedra e a passagem ‘rente’ à fronteira a caminho de Mos antecedem o ‘crono’ final, que coroará o sucessor do esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), vencedor em 2019 e 2020.
A organização destaca esta como “a Vuelta das Catedrais”, da de Burgos a Santiago, e em Ano Jacobeu quer peregrinar pelo país inteiro, com a última semana, com a montanha asturiana e a serra de Ávila como principais atrativos em alto, esta última numa etapa que acaba em El Barraco, terra de nomes como José María Jiménez ou Carlos Sastre, assim homenageados.