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João Almeida somou hoje a quinta presença no top 10 de uma grande Volta, ao ser nono na classificação final da Volta a Espanha, consolidando-se como segundo melhor ciclista português nesta lista restrita.

João Almeida reforça estatuto de segundo luso com mais top 10 em grandes Voltas
photo Tommaso Pelagalli/SprintCyclingAgency©2023

Num palmarés em que os feitos de Joaquim Agostinho permanecem inalcançáveis, já que esteve 11 vezes entre os 10 melhores das três principais corridas do calendário velocipédico mundial, o ciclista da UAE Emirates, de 25 anos, conseguiu um nono lugar, a sua pior classificação nas cinco grandes Voltas que concluiu – desistiu da Volta a Itália em 2022.

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Esta época, João Almeida juntou o nono posto na Vuelta ao terceiro no Giro, no qual se tornou no primeiro corredor nacional a subir ao pódio final, atrás do esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) e do britânico Geraint Thomas (INEOS), e conquistou a camisola da juventude.

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photo Rafa Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Foi na prova italiana que o jovem de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) escreveu as mais bonitas páginas da sua carreira, já que foi também quarto na edição de 2020, quando se estreou em grandes Voltas, depois de 15 dias como líder da geral, e sexto no ano seguinte.

Após a desilusão de ser forçado a abandonar a Volta a Itália do ano passado, por estar com covid-19, quando seguia na quarta posição, Almeida reformulou objetivos e rumou à Vuelta, terminando em quinto, depois de ter colaborado para levar ao terceiro lugar o seu jovem colega espanhol Juan Ayuso.

Poucos poderão orgulhar-se de um registo tão imaculado em provas de três semanas, já que o ciclista da UAE Emirates ficou sempre entre os 10 melhores nas ‘grandes’ que concluiu.

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photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Aos 25 anos, e com a participação na Volta a França como objetivo para a próxima temporada, Almeida está cada vez mais isolado como segundo português com melhores resultados nestas corridas, depois de no último Giro ter ‘descolado’ de José Azevedo, que, além do quinto lugar do Giro2001, ainda tem dois top 10 em provas ‘órfãs’ de vencedor: sexto no Tour em 2002 e quinto em 2004, em duas vitórias ‘tiradas’ ao norte-americano Lance Armstrong.

Assim, além de Azevedo, o corredor da UAE Emirates segue à frente de outros seis ciclistas que conseguiram um top 10, casos de nomes grandes do país, como Ribeiro da Silva (quarto na Vuelta1957), Acácio da Silva (sétimo no Giro1986), Alves Barbosa (10.º no Tour1956) e ainda João Rebelo e Fernando Mendes, sextos classificados na Vuelta em 1945 e 1975, respetivamente, além de José Martins (oitavo na Vuelta1975).

Almeida está atrás apenas do lendário Joaquim Agostinho, o maior ciclista português de todos os tempos.

Foram 11 as presenças do corredor de Torres Vedras, que morreu em 1984 na sequência de uma queda na Volta ao Algarve, entre os 10 primeiros em grandes Voltas, com os terceiros lugares no Tour (1978 e 1979) a permanecerem como os feitos mais extraordinários do ciclismo nacional.

Embora no seu palmarés figure o estatuto de vice-campeão da Vuelta em 1974, são as prestações de Joaquim Agostinho na Volta a França, em que também foi quinto (1971 e 1980), sexto (1974) e oitavo (1969, 1972 e 1973), que perduram no imaginário coletivo.

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