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Depois de uma Volta a Portugal “excecional”, o diretor desportivo da Kelly-Simoldes-UDO prefere não criar expectativas para a 82.ª edição, antes prometer que os seus ciclistas vão dar o melhor, nomeadamente Henrique Casimiro, que aspira ao ‘top 10’.

Kelly-Simoldes-UDO modera expectativas após edição excecional da Volta a Portugal“Nós, no ano passado, acabámos por fazer uma Volta excecional, muito acima daquilo que tínhamos expectado. Toda a gente parte com a ilusão que vem fazer algo, e nem todos vamos conseguir. Partimos com ambição, cientes que não vai dar uma etapa para cada um, para cada equipa, que nem toda a gente vai poder vencer. A única coisa que podemos prometer é que vamos dar o nosso melhor e tentar dignificar todos aqueles que, com alguma dificuldade, nos vão ajudando a manter este projeto de pé”, disse Manuel Correia.

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O experiente diretor desportivo prefere ‘refrear’ as expectativas em torno de uma equipa que na época passada, na edição especial da Volta a Portugal, deu nas vistas ao ganhar a classificação por pontos, com Luís Gomes, vencedor também da primeira etapa, até porque isso poderá custar-lhes “caro”.

“Temos um grupo homogéneo, uma equipa mais equilibrada até do que no ano passado, mas os resultados dependem de muitos fatores: do fator sorte, de estar no momento certo, das quedas. E ainda temos outro problema: nem sabemos se vamos estar todos presentes, porque só após a realização dos testes covid [saberemos]. É outro problema com que nos debatemos e que provoca uma ansiedade enorme”, revelou.

A pandemia de covid-19 ainda paira, embora menos ameaçadoramente do que em 2020, sobre o pelotão, e Manuel Correia confessou que para os seus corredores “não tem sido fácil lidar com a ansiedade”, enquanto para a equipa tem sido complicado suportar financeiramente os inúmeros testes de rastreio do novo coronavírus, ‘obrigatórios’ antes de cada prova.

Apesar dos constrangimentos, quando a Kelly-Simoldes-UDO sair para a estrada, na quarta-feira, em Lisboa, será a filosofia atacante evidenciada na edição anterior a estar presente nas cabeças dos seus ciclistas, que deverão ajudar ainda Henrique Casimiro na luta pela geral.

“O Henrique no ano passado não se encontrou bem, acho que estava muito ansioso, queria demonstrar [resultados], porque tinha entrado num projeto novo. Também não houve muita competição, e, por aquilo que nós nos apercebemos e sabemos, precisa de competir mais. Este ano já teve duas ou três provas em que se apresentou a um nível muito bom”, salientou.

Manuel Correia disse esperar que o alentejano de 35 anos, que no ano passado foi apenas 16.º, “se apresente a um nível melhor”.

“Mas, não estamos aqui para cobrar nada. É o nosso homem para a geral, sem dúvida. O ideal seria que o Henrique conseguisse um lugar entre os 10 [primeiros], mas se não conseguir, não será o fim do mundo, e teremos de lutar por outros objetivos, que temos bem definidos”, contrapôs.

Entre essas outras metas, a Kelly-Simoldes-UDO gostaria de melhorar o resultado na classificação por equipas [foi sexta], apesar de “o nível competitivo da prova ser mais alto”.

“Há equipas com muito mais qualidade e que vêm para esta Volta a Portugal com objetivos, e isso também vai dificultar mais um pouco a nossa tarefa. Mas, penso que isso só irá valorizar a Volta. Mais competitiva vai ser, agora o desfecho final em termos de geral, eu creio que será discutido entre o FC Porto e a Efapel. Penso que serão essas duas grandes candidatas a ganhar a Volta”, estimou.

Salientando que, no ciclismo, “não há vencedores antecipados”, o diretor desportivo da formação de Oliveira de Azeméis defendeu que, apesar de a Efapel ter demonstrado estar “mais competitiva do que nas duas últimas épocas”, os ‘dragões’ estão também mais fortes do que em 2020, “porque têm um ciclista chamado Joni Brandão, que, no fundo, era aquele que mais perturbava a equipa do FC Porto”.

Correia considerou ainda que o percurso da 82.ª edição, que conta com seis chegadas coincidentes com contagens de montanha e termina em 15 de agosto, em Viseu, é “exageradamente duro”.

“Não é uma crítica, é uma observação. Acho que os ‘sprinters’ vão ter muito poucas oportunidades de disputar etapas, é uma Volta duríssima e o ciclista que vencer terá de ter muita qualidade e não poderá ter muitos dias maus”, concluiu.

Kelly-Simoldes-UDO:

Equipa: Adrián Bustamante (Col), Henrique Casimiro (Por), César Fonte (Por), Luís Gomes (Por), Hélder Gonçalves (Por), Pedro Lopes (Por) e José Sousa (Por).

Diretor Desportivo: Manuel Correia.

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