A LA Alumínios-LA Sport apresenta-se na 82.ª Volta a Portugal em bicicleta com uma das “equipas mais jovens de sempre”, aspirando, inevitavelmente, ao triunfo na classificação da juventude, um objetivo que pode ser dificultado pela dureza do percurso.
“O objetivo é tentar lutar pela juventude, uma camisola que nos diz sempre algo, pelo projeto da equipa, que é bastante jovem. Este ano, apresentamos das equipas mais jovens de sempre na volta a Portugal”, começou por notar Hernâni Broco.
Além dessa meta maior, o diretor desportivo da LA Alumínios-LA Sport admitiu que os seus pupilos vão tentar “estar presentes em fugas, ver como está a classificação geral” e, quem sabe, colocar um homem na frente.
“Apesar de sabermos que a inexperiência que levamos nesta equipa pode correr bem, também pode correr menos bem. Estamos preparados para isso. Não é uma obsessão a classificação geral, temos objetivos, mas não é esse o principal da equipa”, reforçou.
Contra as pretensões da jovem equipa estará um percurso de 1568,6 quilómetros entre Lisboa e Viseu, que ‘imita’ os “sempre” difíceis traçados dos anos anteriores.
“Pelo terreno, nunca é um percurso fácil, e também pela velocidade que é imposta na Volta a Portugal. É uma Volta que anda sempre muito rápido e qualquer percurso torna-se difícil. Este ano, existe mais dificuldade, porque todas as etapas, à exceção de Castelo Branco [segunda etapa], são complicadas e irão fracionar muito o pelotão. Se é a mais dura? Não sei. Seguramente que é uma das mais duras dos últimos anos, sim”, avaliou.
O antigo ciclista, que foi quinto na prova rainha do calendário nacional em três ocasiões (2013, 2011 e 2010), acredita que, apesar da maior qualidade das equipas inscritas nesta edição, “a Volta vai ser discutida pelos tradicionais”.
“Em termos de abertura, se calhar as primeiras etapas podem ser mais abertas, uma vez que as equipas vão guardar mais energias até à etapa da Torre [terceira], e, a partir daí, para quem perde tempo, a corrida vai ficar muito mais agressiva. A Torre numa etapa inicial, vai tirar ideias a muitos atletas, tanto portugueses como estrangeiros, que vão começar a lutar por outras classificações ou etapas. Agora, em termos de luta da geral final, penso que não vai mudar muito”, afirmou.
A ausência de mudanças justifica-se pelo “poder” que tem a W52-FC Porto, a estrutura que venceu as últimas oito edições – a Federação Portuguesa de Ciclismo ainda não homologou as novas classificações das edições de 2017 e 2018, resultantes da desclassificação por doping de Raúl Alarcón.
“Apesar da Efapel estar a apresentar um bloco mais forte, quando o FC Porto chega à Volta a Portugal, com plantéis mais ou menos recheados, tem acabado por ganhar. Penso que, se não houver adversidade nenhuma na estrada, porque no ciclismo há muitas circunstâncias que podem mudar tudo de um momento para o outro, será a W52 a ganhar a Volta a Portugal”, prognosticou.
Para Hernâni Broco, o segredo do sucesso dos ‘dragões’ reside numa “espinha dorsal muito forte, não os homens que ganham, mas os que estão por trás dessas vitórias, tanto a nível do coletivo, como do staff”, e também nalguma “maturidade, tranquilidade”, de quem sabe quais são os pontos chaves para ganhar a prova.
“Na Volta a Portugal, é importante saber como se ganha e já as ter ganho. Penso que esse é o segredo que está por detrás da W52-FC Porto”, completou.
O diretor desportivo da LA Alumínios-LA Sport mostrou-se ainda satisfeito pelo regresso da corrida ao seu formato habitual, de um prólogo e 10 etapas, a disputar entre quarta-feira e 15 de agosto, depois de uma edição especial no ano passado, ‘encurtada’ e deslocada no calendário devido à pandemia de covid-19.
“A Volta a Portugal especial… o nome fala por si. Foi mesmo uma Volta muito especial. Felizmente, conseguimos tê-la na estrada, mas ficou sempre aquele amargo. O que me recordo mais é da etapa da Senhora da Graça, por ser especial para mim. Foi muito duro passar aqueles quilómetros todos e não haver ninguém à beira da estrada. Estava feliz por estar na Volta a Portugal, mas era um vazio enorme. Já para não falar das partidas e chegadas. Faltava muito à estrada”, confessou.
LA Alumínios – LA Sport:
Equipa: Gonçalo Leaça (Por), João Macedo (Por), João Medeiros (Por), André Ramalho (Por), Carlos Salgueiro (Por), Marcelo Salvador (Por) e Marvin Scheulen (Por).
Diretor Desportivo: Hernâni Broco.