Joni Brandão e a Efapel vão lutar até ao final pela vitória na edição especial da Volta a Portugal em bicicleta, garantiu José Augusto Silva, prometendo “vender cara a derrota” caso o triunfo não seja possível.
Depois de, no ano passado, ter perdido a amarela para o ‘portista’ João Rodrigues no contrarrelógio da última etapa da 81.ª edição, Joni Brandão vai partir de Fafe, no domingo, com a intenção de, finalmente, ser o primeiro no final da prova, após três segundos lugares (foi ‘vice’ também em 2018 e 2015).
Quem o garante é o seu diretor desportivo, José Augusto Silva, que assumiu à Lusa ser essa a pretensão com que a equipa sediada em Ovar vai alinhar na edição especial da Volta a Portugal, que estará na estrada entre domingo e 05 de outubro.
“A tática é a de sempre, vamos à procura de ganhar e esperamos sempre estar no nosso melhor. Se, no final, não conseguirmos é porque os outros foram melhores e temos de lhes dar os parabéns. De qualquer das formas, naturalmente, confiamos no nosso valor e vamos disputar a Volta até ao final. Se não ganharmos, pelo menos, vamos vender cara a derrota”, sustentou.
José Augusto Silva notou que o líder da Efapel, de 30 anos, demonstrou estar em boa forma nos recentes Campeonatos Nacionais de Rampa, nos quais conquistou o título de campeão, e defendeu que, “se não houver nenhum percalço de maior”, estará novamente na luta pelos primeiros lugares da prova rainha do calendário nacional.
O abalo sofrido em 2019, quando perdeu a amarela no último dia para João Rodrigues (W52-FC Porto), depois estado três dias na liderança, ficou no passado e, nesta edição, que termina precisamente com um contrarrelógio, Brandão não está preocupado com a possibilidade de algo idêntico vir a suceder.
“O Joni está bem e, ao nível do contrarrelógio, não são todos os anos iguais, não são todos os contrarrelógios iguais. O do ano passado foi disputado no Porto, tinha muitos adeptos do FC Porto e tinha anti-Joni e, pronto, isso tudo pesa. Era um contrarrelógio em que arriscar nas curvas, no final, dava diferença de tempo. Em Lisboa, é diferente, por isso, não é por aí que nos sentimos derrotados, pelo contrário”, argumentou o diretor desportivo da Efapel.
José Augusto Silva não quis fazer reparos ao percurso, com três chegadas em alto nas quatro primeiras etapas em linha, desenhado pela Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), que assumiu a organização do evento após a Podium, empresa que tem os direitos comerciais da prova, ter adiado a 82.ª edição em finais de junho.
“Acho que é o percurso possível, feito em tempo recorde pela Federação para termos Volta a Portugal. Se fosse para desenhar um percurso que agradasse a toda a gente, se calhar, precisavam de mais tempo para o preparar. Como foi tudo em cima, e as coisas têm de ser como são, em contexto de pandemia, acho que é o que temos e o que vamos disputar”, analisou.
Embora assevere que os sete ciclistas da Efapel já interiorizaram todas as medidas e protocolos previstos no protocolo sanitário da Volta a Portugal, o diretor admite que a ausência de público pode pesar.
“Naturalmente dá é um bocadinho de má sensação não termos os adeptos a aplaudir, a querer o autógrafo do corredor. Estamos mais isolados, um bocadinho mais constrangidos, mas temos de pensar que sem a Volta a Portugal era muito mau para o ciclismo. Se não estamos 100% adaptados, temos de nos ir adaptando, dia a dia, esperando que as coisas corram bem, no possível normal nesta altura”, concluiu.
Efapel
Equipa: Jóni Brandão (Por), António Carvalho (Por), Luís Mendonça (Por), César Fonte (Por), Rafael Silva (Por), Sérgio Paulinho (Por) e Tiago Machado (Por).
Diretor desportivo: José Augusto Silva.