A Aviludo-Louletano alimenta a ilusão de poder vencer a Volta a Portugal com o ciclista espanhol Vicente García de Mateos, que está motivado para esquecer o infortúnio do ano passado, garantiu Jorge Piedade.
“É lógico que temos sempre aquela ilusão e a esperança de podemos vencer a Volta a Portugal. Temos um corredor, que é o Vicente García de Mateos, que nos últimos anos andou sempre na discussão pela Volta, e penso que poderá ser mais um ano em que poderá andar na discussão”, pontuou o diretor desportivo da formação algarvia.
Jorge Piedade disse à agência Lusa que o espanhol, que em 2019 desistiu na nona etapa, no dia da chegada à Senhora da Graça, quando era quarto da geral individual, está motivado para esta edição especial, em formato reduzido, da prova rainha do calendário nacional.
“Ele é um corredor que se motiva a ele próprio com muita facilidade. No ano passado, teve o azar de apanhar uma virose que deitou tudo por água abaixo. Penso que era o ano em que poderia ganhar a Volta a Portugal, estava numa posição favorável e, de facto, as coisas não nos correram [bem]. Espero bem que este ano consigamos aproveitar, de alguma forma, algum deslize das equipas adversárias e consigamos ganhar a Volta a Portugal”, confessou referindo-se ao ciclista que, por duas vezes, foi terceiro na geral final (2018 e 2017) e que há pouco mais de um mês ocupou essa mesma posição nos Nacionais de estrada do seu país.
O ‘comandante’ da Aviludo-Louletano reconheceu, contudo, que devido à paragem prolongada motivada pela pandemia de covid-19 – o pelotão nacional esteve sem competir praticamente durante seis meses -, a forma como os seus corredores se vão sentir a partir do momento em que começarem a pedalar em Fafe, no domingo, será uma incógnita.
“É sempre prejudicial [a paragem]. […] As pessoas reagem de forma diferente e haverá sempre, nas equipas, um corredor ou outro que vai acusar [o momento] pelo que passámos. Mas penso que, em geral, a equipa estará bem, como estarão as outras. Foi uma situação bastante crítica, alguns corredores irão acusar esse passado”, notou.
O diretor da equipa algarvia considerou que o percurso da edição especial, que termina em 05 de outubro, em Lisboa, é “basicamente parecido ao de todos os anos”.
“A discussão da Volta estará na Senhora da Graça, na Serra da Estrela, e no último contrarrelógio, em Lisboa, eventualmente poderá surgir alguma situação de corrida que possa modificar a classificação geral, mas isso são contratempos e são momentos de corrida que podem surgir, mas não se podem antecipar”, previu.
Sobre o impacto que a covid-19 está a ter nos seus corredores, Jorge Piedade contou que desde antes do Troféu Joaquim Agostinho, que decorreu no fim de semana passado, e até à Volta a Portugal, a equipa tem estado de “alguma forma” confinada e todos, ciclistas e ‘staff’, procuraram estar “com o menos gente possível”, para poderem “salvaguardar alguma situação que possa surgir”.
Aviludo-Louletano
Equipa: Vicente García de Mateos (Esp), Oscar Hernández (Esp), Márcio Barbosa (Por), Jesús del Pino (Esp), Nuno Meireles (Por), João Matias (Por) e Sergei Shilov (Rus).
Diretor Desportivo: Jorge Piedade.