Victor Langellotti (Burgos-BH) venceu hoje a oitava etapa da Volta a Portugal, em Fafe, com Frederico Figueiredo (Glassdrive-Q8-Anicolor) a manter a liderança antes da subida à Senhora da Graça.
Com um ataque perto do final dos 182,4 quilómetros, entre Viana do Castelo e Fafe, Langellotti triunfou em Fafe, em 4:11.29 horas, à frente do uruguaio Mauricio Moreira (Glassdrive-Q8-Anicolor) e do norte-americano Scott McGill (Wildlife Generation Pro Cycling), ambos com o mesmo tempo.
Na geral, Frederico Figueiredo mantém sete segundos de avanço sobre Mauricio Moreira e 38 sobre Luís Fernandes (Rádio Popular-Paredes-Boavista).
Victor Langellotti (vencedor da etapa): “Foi um dia muito difícil, a equipa tentou meter alguém na fuga e finalmente conseguimos. Foi uma luta de quase uma hora e meia. Pusemos o Óscar Pelegrí na fuga e a situação de corrida assentava-nos bem.
Esperámos até ao final, o Óscar tentou no final e eu vi a oportunidade a três, quatro quilómetros da meta, na subida final. Vi a oportunidade e arranquei, tentei e fui ao máximo até à meta.
Tínhamos visto [a chegada] com o diretor, vários corredores conheciam a meta e tinham-me dito que me assentava bem. Havia uma inclinação final dura e por isso tentei”.
Frederico Figueiredo (líder da geral individual): “Amanhã [domingo], vai ser uma etapa durinha. Partir de amarelo para a etapa da Senhora da Graça e subi-la de amarelo também há de ser uma coisa muito boa de se fazer. Vamos ver como são as sensações. Vai ser o dia D.
(atacar na subida?) Isso é uma coisa que depende da reunião que vamos fazer amanhã com o nosso diretor desportivo, o Rúben Pereira. O que interessa é que a nossa equipa leve a Volta a Portugal, seja comigo, ou com o Mauricio [Moreira] ou mesmo com o [António] Carvalho. Estamos os três bem posicionados na geral, e o mais importante é levar a Volta a Portugal para nossa casa, o resto é o resto.
(para ganhar a Volta tem de ganhar tempo no domingo?) Sim, tenho noção disso. Sei que não sou um contrarrelogista, nunca vou ser. Vou defendendo-me a cada ano que passa melhor no ‘crono’, mas tenho a noção de que o tempo que tenho não é suficiente. Amanhã, vamos ver o que a estrada nos vai dar.
Por aquilo que vi do contrarrelógio, um minuto, 01:15, para mim facilitava muito, mas não quero pensar muito nisso. Tenho feito uma época muito boa, tenho vencido onde é o meu ponto forte e é isso que tenho tirado de positivo durante este ano. Como disse no Troféu Joaquim Agostinho, se ganhar, ganhei, se não ganhar, não morre ninguém.
É o sonho de um ciclista português ganhar a Volta a Portugal”.
Mauricio Moreira (segundo classificado na etapa e da geral individual): “Hoje, senti-me bastante bem apesar de a etapa ser um bocado rápida, um bocado maluca, mas acho que estou bem e vamos ver qual a tática da equipa amanhã [domingo]. Com certeza, vamos tentar manter a liderança.
(segundo lugar na etapa) é mais para não perder tempo, evitar as quedas, por causa dos paralelos, das curvas, rotundas, é um bocado perigoso [chegada a Fafe]. Mas já estou a apanhar um bocadito de gosto por ‘sprintar’, por isso ‘sprintei’ também”.
João Matias (segundo na classificação por pontos): “Definitivamente está perdida. Não foi só quando cheguei aqui [que viu que tinha virtualmente perdido a camisola verde]. Vinha a dois quilómetros da meta e o Xavier Silva vinha comigo no carro e disse-me que o Scott [McGill] tinha sido terceiro na etapa. Não tenho nada a dizer. Caio de pé, só posso estar satisfeito com a Volta a Portugal que fiz e estou a fazer. Parabéns a ele, à Wildlife [Generation].
(fuga na Senhora da Graça?) Sei lá, se pegar. Não há duas sem três. Sou um atleta muito combativo, mas penso que ganhar a etapa não e mesmo que ganhe todas as metas volantes, penso que matematicamente está fora de questão. Eu, amanhã [domingo], de certeza que vou desfrutar muito Senhora da Graça acima. Só quero que esta Volta termine, que estou super satisfeito, e ir para casa, para a beira da minha família, da minha mulher e poder descansar um pouco a cabeça, porque têm sido dias muito complicados, mas que me vão deixar marca de certeza para o futuro.
A opção passou por ir para a fuga, porque a corrida vinha muito louca. Eu até não tinha muito essa opção, mas sim pontuar nas metas volantes se o pelotão viesse junto, o que nunca aconteceu. Viemos cerca de 90 quilómetros sem se formar uma fuga, passámos o alto do Extremo e eu conhecia muito bem a estrada, lancei-me um bocado pela descida abaixo, vi a oportunidade de sair num grupo de 11 elementos. Saí, porque tinha a próxima meta volante muito perto e sabia que se vencesse a meta volante, matematicamente passava para a frente. Foi um risco.
Depois, foi apertar até à próxima [meta volante], e houve outras equipas que trabalharam, cada uma com os seus interesses. Algumas, se calhar, não compreendo o interesse que têm em deitar uma fuga daquelas abaixo. Mas pronto, é o ciclismo e cada um faz o que quer. Eu estou de consciência tranquila. Depois disso, dificilmente conseguiria chegar aqui a ‘sprintar’”.