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Sepp Kuss (Jumbo-Visma), tantas vezes às ordens dos líderes, viveu o ‘seu’ dia, conquistando a sexta etapa da Vuelta a España que ‘virou’ a geral da corrida.

Sepp Kuss vence sexta etapa da Vuelta, Lenny Martinez assume liderança da geral
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Kuss, de 28 anos, cumpriu os 183,1 quilómetros entre La Vall d’Uixó e o Observatório Astrofísico de Javalambre em 4:27.29 horas, batendo por 26 segundos o novo líder da geral, Lenny Martinez (Groupama-FDJ), segundo, e por 31 o também francês Romain Bardet (dsm-firmenich), terceiro.

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A partir de uma fuga numerosa, o gregário de tantas horas de Primoz Roglic, Jonas Vingegaard e outros ciclistas teve o destaque, como em 2019, quando venceu uma etapa, e tornou-se num terceiro ‘ás’ para a equipa jogar na luta pela geral, ficando a oito segundos da camisola vermelha, no corpo do seu mais jovem líder, o promissor Lenny Martinez.

Sepp Kuss vence sexta etapa da Vuelta, Lenny Martinez assume liderança da geral
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Martinez, o mais novo líder da Vuelta de sempre, assume o primeiro posto por troca de Remco Evenepoel (Soudal-QuickStep), surpreendido por uma fuga numerosa, primeiro, e um ataque da Jumbo-Visma, depois, e tem oito segundos de vantagem para Kuss, segundo, com o espanhol Marc Soler (UAE Emirates) em terceiro, a 51.

O ataque da formação neerlandesa, primeiro por meia equipa na fuga do dia e depois por Roglic e Vingegaard, deitou por terra a liderança da Soudal-QuickStep, obrigada a trabalhar para limitar perdas na primeira grande etapa desta edição.

Num dia repleto de ‘narrativas’, da luta pela etapa à da geral, o arranque da tirada foi ‘à morte’, com uma fuga numerosa a formar-se para depois se desfazer, com o português Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) muito ativo na frente.

Foi aí que o pelotão ‘partiu’ e Remco Evenepoel foi apanhado atrás, com uma Soudal em modo perseguição e a Movistar como única aliada, dado que a Jumbo-Visma tinha lançado o segundo trunfo, Sepp Kuss, na frente com três colegas de equipa, além de a UAE Emirates e várias outras equipas a fazerem-se representar também.

Sepp Kuss vence sexta etapa da Vuelta, Lenny Martinez assume liderança da geral
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

O trabalho de ambas as formações impediram uma ‘hecatombe’ que chegou a prefigurar-se, mas Evenepoel não pôde respirar por muito tempo uma vez que quando as perdas pareciam limitadas para a frente da corrida, o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), antigo tricampeão da Vuelta e atual campeão do Giro, se lançou ao ataque, já nos quilómetros finais da ascensão a Javalambre.

Acabou por levar consigo um tal de Jonas Vingegaard, seu colega de equipa e vigente vencedor da Volta a França, e só um esforço do belga no quilómetro final o impediu de perder mais de meio minuto, num ‘caos’ que apanhou a organização e a transmissão televisiva, ‘aos papéis’ para encontrar candidatos e os melhores espanhóis do dia.

Contas feitas, Remco é agora nono, a 2.47 minutos da camisola vermelha, mantendo-se à frente de todos os outros favoritos, mas com rédea mais curta: o espanhol Enric Mas (Movistar) é 10.º a três segundos do belga, Vingegaard está a cinco segundos e Roglic a 11.

O espanhol Juan Ayuso (UAE Emirates) foi outro a limitar as perdas, seguindo em 14.º a 3.06 minutos, assim como João Almeida, da mesma equipa, caindo para 16.º, a 3.17.

“Senti-me bem, só não consegui acelerar quando os outros foram. Mantive o meu ritmo, perdi meio minuto. Foi mais um esforço controlado, para não passar dos limites, porque às vezes temos dias assim”, relativizou o campeão do mundo de contrarrelógio e vencedor da Vuelta em 2022.

Sepp Kuss vence sexta etapa da Vuelta, Lenny Martinez assume liderança da geral
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Quanto à vitória do dia, esta “etapa brutal”, como a classificou Juan Ayuso, teve Rui Costa na fuga do dia mas em Kuss o grande protagonista, sobretudo a partir dos últimos 2.500 metros, quando se isolou para não mais ser alcançado e erguer os braços, sorridente, já depois de o colombiano Einer Rubio (Movistar) se ter isolado, num grupo que integrava grandes nomes como os espanhóis Mikel Landa (Bahrain-Victorious), quarto, ou Marc Soler, quinto.

“Foi incrivelmente difícil. Queríamos ir para a fuga para testar a QuickStep e sabíamos que seria um dia difícil para eles controlarem. Foi o objetivo principal. Agradeço aos meus colegas de equipa na fuga pelo seu trabalho, eu senti-me sempre superbem. (…) Não estou [a pensar na luta pela geral]. Para mim, já vencer uma etapa é incrível. Um dia de cada vez”, declarou o vencedor do dia.

A Vuelta voltou a registar abandonos importantes, no caso o italiano Andrea Bagioli (Soudal-QuickStep), gregário de Evenepoel, e o australiano Jay Vine (UAE Emirates), que estaria ao serviço de Ayuso e Almeida.

Nelson Oliveira (Movistar) é 55.º na geral, com Rui Costa a subir a 72.º, André Carvalho (Cofidis) a seguir em 152.º e Rui Oliveira (UAE Emirates) em 159.º.

Na sexta-feira, a sétima etapa liga Utiel a Oliva em 200,8 quilómetros sobretudo planos.

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