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Rui Costa tornou-se hoje no oitavo português a vencer uma etapa na Vuelta a España, ao vingar a fuga do dia num sprint restrito à chegada a Lekunberri, oito anos depois do último triunfo luso.

Rui Costa feliz com um triunfo "muito importante"
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

O campeão do mundo de fundo em 2013 vingou hoje 91 quilómetros de fuga, num dia acidentado e perante concorrência de peso, para pôr fim a uma espera que se aproximava de uma década para Portugal, além de um jejum de uma década para si mesmo em grandes Voltas, depois de dois triunfos na Volta a França de 2013, tendo já erguido os braços numa tirada do Tour de 2011.

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Num ano de relançamento de carreira para o ciclista de 36 anos da Póvoa de Varzim, este é o quarto triunfo em 2023, e todos eles em Espanha, após vencer o Troféu Calvià, uma etapa na Volta às Astúrias, e a geral dessa prova por etapas, além de vários pódios e top 10 em clássicas de um dia na primeira metade da temporada.

Rui Costa feliz com um triunfo "muito importante"
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

É um dos portugueses mais condecorados de sempre, com 31 vitórias profissionais no palmarés, incluindo títulos nacionais, o Grande Prémio de Montréal, três vitórias seguidas na Volta à Suíça de 2012 a 2014, ou a Volta a Abu Dhabi de 2017, entre outros.

Hoje, bateu o alemão Lennard Kämna (BORA hansgrohe) e o colombiano Santiago Buitrago (Bahrain-Victorious) para erguer os braços, numa fuga que continha ainda a ‘ameaça’ belga Remco Evenepoel (Soudal-QuickStep), que conseguiu manter a dois segundos, no quarto lugar, lançando um sprint a que nenhum dos outros dois ciclistas conseguiu responder.

Tem sido um ano pouco usual para Portugal, uma vez que a temporada de estrada tem dado várias vitórias a corredores no calendário internacional (excetuando destas contas as provas em solo luso) – às de Rui Costa soma-se o triunfo de João Almeida no Giro, mas também conquistas de Iúri Leitão (Volta à Grécia), António Morgado (Volta a Rodes), Ivo Oliveira (prólogo das Boucles de la Mayenne) e Ruben Guerreiro (Volta à Arábia Saudita).

Rui Costa feliz com um triunfo "muito importante"
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

A ‘startlist’ desta edição da Vuelta, de resto, contém outros dois nomes históricos para Portugal em grandes Voltas, ao incluir João Almeida (UAE Emirates), que já este ano venceu uma etapa na Volta a Itália, no Monte Bondone, e acabar a corrida no terceiro lugar, mas também Nelson Oliveira (Movistar).

O especialista nacional do contrarrelógio foi o sétimo a vencer na Vuelta, em 2015, também ele aproveitando uma fuga para se impor a solo em Tarazona.

Escapou ao pelotão a 20 quilómetros do fim da etapa, que terminou com um minuto de vantagem sobre os perseguidores, para conseguir a sua primeira vitória numa das três grandes Voltas.

O corredor natural de Anadia reeditava em 2015 o êxito de Sérgio Paulinho, que tinha ‘brilhado’ em 2006, em Santillana del Mar, então destacando-se também numa fuga numerosa, acabando essa Vuelta no 15.º posto, para pôr fim ao mais longo jejum de triunfos após o primeiro que Portugal viveu.

Rui Costa feliz com um triunfo "muito importante"
photo Rafa Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Na altura, 30 anos depois, Paulinho sucedeu a Joaquim Agostinho, que obteve três triunfos (dois em 1974 e um em 1976), o ‘herói’ maior do ciclismo nacional, que foi segundo na geral final de 1974, registando-se ainda êxitos de João Lourenço (1946) e de João Rebelo (1945), dois cada, e as vitórias isoladas de Alves Barbosa (1961) e José Sousa Cardoso (1959).

Agostinho tinha vencido a sexta tirada em 1976, um contrarrelógio individual em Cartagena, alcançando então a liderança da prova, embora o seu melhor resultado na ‘Vuelta’ tenha sido o segundo posto da geral dois anos antes.

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