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Remco Evenepoel assumiu-se hoje como principal candidato ao triunfo na 106.ª do Giro d’Italia, com um triunfo categórico no contrarrelógio da primeira etapa, em que João Almeida esteve sobressalente para ser terceiro.

Remco Evenepoel camisola rosa no regresso ao Giro, João Almeida 3º
Foto Fabio Ferrari / LaPresse

O belga da Soudal Quick-Step, de 23 anos, dissipou as dúvidas sobre a sua condição de favorito número um, ao deixar toda a concorrência na geral a uma distância superior a 30 segundos, exceção feita ao português da UAE Emirates, que foi terceiro a 29 segundos.

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No regresso ao Giro, após a polémica edição de 2021, em que acabou por abandonar – e em que a sua liderança repartida com João Almeida fez correr ‘rios de tinta’ em Portugal -, o vencedor da Vuelta2022 ‘voou’ nos 19,6 quilómetros do contrarrelógio da primeira etapa, parando o cronómetro em 21.28 minutos e batendo, por 22 segundos, Filippo Ganna (INEOS), o italiano que nunca tinha perdido um ‘crono’ na ‘sua’ grande Volta.

Remco Evenepoel camisola rosa no regresso ao Giro, João Almeida 3º
Foto Fabio Ferrari / LaPresse

“Estou superfeliz. É o melhor resultado que poderíamos ter num primeiro dia. Queria ir o mais rápido possível e fui rápido o suficiente hoje”, resumiu o campeão do mundo de fundo, após pedalar “sempre a um bom ritmo” e a uma média de 55,211 km/h.

Evenepoel ‘dizimou’ a concorrência, deixando Tao Geoghegan Hart (INEOS) a 40 segundos, na quarta posição, Primoz Roglic (Jumbo-Visma), o esloveno que é o outro grande candidato à ‘maglia rosa’ final, a 43, no sexto posto, e Geraint Thomas (INEOS) e Aleksandr Vlasov a 55, respetivamente no nono e 10.º lugares.

Remco Evenepoel camisola rosa no regresso ao Giro, João Almeida 3º
Foto Massimo Paolone / LaPresse

Os 19,6 quilómetros de contrarrelógio entre Fossacesia e Ortona, percorridos maioritariamente à beira mar, não apresentavam ‘segredos’ ou grandes dificuldades, capazes de surpreender os candidatos, convidando, isso sim, a um exercício de potência e velocidade rumo à primeira ‘maglia rosa’ da 106.ª edição.

Hoje, ao contrário do que é habitual, o melhor não ficou para o fim, já que os candidatos à vitória na geral não foram exatamente os últimos a sair para a estrada no alinhamento das suas equipas. A primeira ‘figura’ a estabelecer o melhor tempo foi o polivalente Mads Pedersen (Trek-Segafredo), com 22.20 minutos, mas a liderança virtual do campeão mundial de fundo de 2019 durou apenas até Jay Vine cortar o risco de meta.

O campeão australiano de contrarrelógio cumpriu o seu exercício em 22.04 minutos, fixando os melhores registos nos dois pontos intermédios, mas haveria de ser superado na meta pelo ‘regressado’ Tao Geoghegan Hart (INEOS), o campeão de 2020, que partiu para este Giro em busca da glória perdida.

O britânico retirou seis segundos ao tempo de Vine – que acabou por ser sétimo, a 46 segundos de Evenepoel – e sentou-se na ‘cadeira quente’ à espera de João Almeida, que igualou o tempo do seu companheiro australiano da UAE Emirates no primeiro ponto intermédio, melhorou no segundo, e estabeleceu a melhor marca na meta, quase ‘dobrando’ Damiano Caruso (Bahrain Victorious), o ‘vice’ da edição de 2021, que tinha partido um minuto à sua frente.

O português de 24 anos esteve irrepreensível, mas os seus 21.47 minutos foram insuficientes para bater o seu antigo amigo e arquirrival Evenepoel – quando o belga passou o risco, Almeida reconheceu a ‘derrota’ com um aceno de cabeça – e também o especialista Filippo Ganna (INEOS), o antigo bicampeão mundial (2020 e 2021) que hoje foi ‘apenas’ segundo.

Com a camisola de campeão belga de contrarrelógio vestida, o prodígio Evenepoel estreou-se a vencer no Giro, num dia ‘não’ de Primoz Roglic, a culminar uma semana para esquecer para o esloveno de 33 anos – viu cinco dos sete companheiros que o deviam escoltar no Giro serem substituídos por doença/lesão.

“Não estou a pensar na diferença para ele [Roglic]. Simplesmente, queria tentar ganhar a etapa e, no final, ganhámos. Missão mais do que cumprida”, vincou o ciclista da Soudal Quick-Step, que quer ultrapassar “em segurança” a primeira semana do Giro e “poupar o máximo de energia” até ao contrarrelógio da nona etapa.

Vídeo com os melhores momentos da 1ª etapa do Giro d’Italia:

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O plano, segundo Evenepoel, é manter a camisola rosa até à quarta tirada, iniciando já no domingo, nos 201 quilómetros essencialmente planos entre Teramo e San Salvo, a defesa da sua liderança, com Ganna e Almeida, a 22 e 29 segundos, respetivamente, a serem as maiores ‘ameaças’ na geral.

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