O colombiano Daniel Martínez (BORA-hansgrohe) conquistou a Camisola Amarela Turismo do Algarve, batendo o belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) na disputa da segunda etapa da Volta ao Algarve, uma tirada de 171,9 quilómetros, entre Lagoa e o alto da Fóia, em Monchique.
Num final marcado pelo vento extremamente forte nos derradeiros dois quilómetros, foi impossível a alguém atacar de longe. No entanto, o ritmo colocado pela Soudal Quick-Step foi reduzindo o pelotão, na tentativa de lançar Remco Evenepoel para a vitória de etapa.
O vencedor das edições de 2020 e 2022 da Volta ao Algarve fez o seu papel, atacando a 300 metros da meta, mas teve resposta pronta do vencedor da corrida em 2023, Daniel Martínez. Num sprint de força entre dois dos principais candidatos ao triunfo final, impôs-se o colombiano, embora o belga tenha cruzado meta com o mesmo tempo. O terceiro, a 6 segundos, foi Sepp Kuss (Team Visma | Lease a Bike).
Houve a sensação de que poderia haver uma surpresa no ponto mais alto do Algarve, quando um dos candidatos ao top 10, Andreas Leknessund (Uno-X Mobility) atacou para se juntar à fuga do dia. A escapada iniciou-se logo após a partida real, juntando Max Walker (Astana Qazaqstan Team), Martin Urianstad Bugge (Uno-X Mobility), Pedro Silva (ABTF Betão-Feirense), Rúben Simão (AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense), Aleksandr Grigorev (Efapel Cycling), Oliver Rees (Sabgal-Anicolor), César Martingil e Gonçalo Amado (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua).
Chegou a ter mais de 5 minutos de vantagem, mas foi perdendo elementos com o passar dos quilómetros. No entanto, a Uno-X Mobility, já com um homem na frente, lançou Andreas Leknessund e Jonas Abrahamsen para a frente. Chegaram à cabeça de corrida a 67 quilómetros do final e impuseram um ritmo forte, chegando a deter cerca de três minutos de vantagem sobre o pelotão principal. Leknessund atacou na subida da Pomba, isolando-se para entrar sozinho nas rampas da Fóia. Aí a diferença já era inferior a um minuto, acabando por esfumar-se a seis quilómetros do topo.
Foi o ritmo da Soudal Quick-Step que marcou a ascensão, proporcionando uma subida em eliminação, deixando para trás os menos preparados. Acabaria por ser um grupo de doze unidades que abordou o derradeiro quilómetro, onde o vento era mais intenso.
Remco Evenepoel e Daniel Martínez destacaram-se com vantagem do colombiano, que defendeu com eficácia o estatuto de vencedor em título da Volta ao Algarve. Está agora no topo da geral, com 4 segundos de vantagem sobre o belga. O terceiro, a 12 segundos, é Sepp Kuss. Daniel Martínez passou também a ser dono da Camisola Azul Água Vida, da montanha.
“A equipa queria ganhar esta etapa, comigo ou com o Sergio Higuita e saímo-nos muito bem. Remco Evenepoel iniciou o sprint e eu estava à espera que isso acontecesse. Nessa altura, com vento de frente, sabia que tinha de entrar à frente na curva. Dei o máximo na última curva e percebi que dificilmente seria ultrapassado. Neste pelotão há homens muito bons no contrarrelógio, como Remco ou Van Aert, mas também tentarei”, salientou o chefe-de-fila da BORA-hansgrohe.
António Morgado, 11.º, foi o melhor português e passou a comandar a classificação da juventude, premiada com a Camisola Branca IPDJ. Gerben Thijssen (Intermarché-Wanty) perdeu a camisola amarela, mas segurou a Camisola Verde Crédito Agrícola, dos pontos. A BORA-hansgrohe comanda por equipas. Aleksandr Grigorev viu a fuga premiada com o prémio da combatividade, atribuído pelo público.
Na sexta-feira deve regressar o bom tempo e as oportunidades para os sprinters. A terceira etapa começa em Vila Real de Santo António, às 11h55, para terminar em Tavira, depois de percorridos 192,2 quilómetros, cerca das 16h35.