O mundo do ciclismo mostrou-se “de coração partido” pela morte do suíço Gino Mäder, após uma queda grave na quinta-feira durante a Volta à Suíça, com condolências de todos os quadrantes da modalidade.
“A União Ciclista Internacional está devastada por saber da morte de Mäder. Os nossos pensamentos estão com a família, amigos e toda a gente ligada ao Gino, que era uma estrela em ascensão no meio profissional”, escreveu o organismo de cúpula do ciclismo mundial.
Também a União Europeia de Ciclismo se mostrou “chocada e entristecida” pela morte, que provocou uma mensagem comum entre os que utilizaram as redes sociais para manifestar pesar, o de um “coração partido”.
“Não dá para acreditar”, escreveu o português Rui Costa, da Intermarché-Circus-Wanty, na rede social Facebook.
O ciclista luso venceu a prova entre 2012 e 2014 e está a participar nesta edição, tendo sido sétimo na quinta etapa em que Mäder caiu, manifestando uma incredulidade patente nas palavras de muitos.
Na Volta à Suíça, que hoje neutralizou a etapa para uma espécie de procissão do pelotão em homenagem ao ciclista de 26 anos, da Bahrain-Victorious, era muitos os colegas de profissão que se abraçavam, em lágrimas, e procuravam dar conforto uns aos outros após saberem da notícia.
“Como membro da comissão de atletas, quero apresentar as minhas mais profundas condolências a família, amigos, adeptos e equipa”, notou a ‘lenda’ belga Philippe Gilbert.
Campeão do mundo de fundo em 2020 e 2021, o francês Julian Alaphilippe (Soudal Quick-Step) elogiou Mäder, “um guerreiro e um tipo fino”, mostrando-se “profundamente chocado”.
Já o vencedor da Volta a França de 2018, o britânico Geraint Thomas (INEOS), considerou este um dia “triste”, após a queda vitimar o suíço e deixar hospitalizado um seu colega de equipa, Magnus Sheffield, com uma concussão, ainda que esteja fora de perigo.
O italiano Sonny Colbrelli, seu colega de equipa, destacou o caráter do ciclista, “amigo, colega de equipa e motivador”, sobretudo quando esteve “numa situação difícil”, enquanto a equipa espanhola Movistar escreveu que “ninguém merece morrer tão novo, ainda para mais a praticar o desporto que ama”.
“O ciclismo é uma grande família. Hoje, todos choram por um miúdo especial. O teu sorriso estará para sempre nos nossos corações. ‘Ciao’, Gino”, pode ler-se na conta da Volta a Itália na rede social Twitter.
O ciclista suíço de 26 anos morreu hoje após uma grave queda numa ravina na quinta-feira, durante a quinta tirada da prova, entre Fiesch e La Punt, de 211 quilómetros.
Mäder não resistiu aos ferimentos, deixando a equipa “devastada com este trágico incidente”.
Profissional desde 2019, começou na Dimension Data e chegou à Bahrain-Victorious em 2021, depois de impressionar enquanto júnior e sub-23 no palco mundial, ficando desde logo conhecido pelo espírito combativo, a apetência para atacar e uma capacidade ‘todo o terreno’.
Somava três vitórias no circuito profissional, uma delas na Volta a Itália em 2021, ano em que conseguiu a sua melhor prestação em grandes voltas, ao ser quinto na Volta à Espanha.
O suíço também era conhecido pela luta por causas e, em 2022, doou um franco suíço por cada ciclista que ficasse atrás de si nas provas em que participou, depois de já ter feito o mesmo na Volta a Espanha de 2021.
A Bahrain-Victorious descreve o ciclista suíço como “um exemplo de determinação, e um elemento muito importante para a equipa e de toda ‘família do ciclismo”, considerando que o “seu talento, dedicação e paixão pelo desporto sempre foram uma inspiração”.
O diretor da equipa, Milan Erzen, afirmou que “todos estão devastados com a perda”, e refere-se a Gino Mäder como “um ciclista extremamente talentoso, e uma excelente pessoa”.
Milan Erzen assegurou que a equipa vai sempre homenagear o ciclista suíço, afirmando: “Estamos determinados a mostrar o espírito e a paixão que Gino demonstrou, e ele sempre será parte da equipa”.
A Bahrain-Victorious sintetizou a mesma mensagem. “Hoje, e todos os dias, correremos por ti, Gino”.