Gino Mäder (Bahrain Victorious) fez hoje render o sofrimento que passou para vencer a sexta etapa do Giro d’Italia, um dia depois do abandono do líder da equipa, o espanhol Mikel Landa.
Mäder, de 24 anos, cumpriu os 160 quilómetros entre Grotte di Frasassi e o final da subida a San Giacomo, em Ascoli Piceno, em 4:17.52 horas, gastando 12 segundos menos do que o colombiano Egan Bernal (INEOS), segundo, e o irlandês Dan Martin (Israel Start-Up Nation), terceiro.
Na geral, o líder da juventude, o húngaro Attila Valter (Groupama-FDJ), ascendeu à liderança da prova ao ser 12.º, a 29 segundos, assumindo a camisola rosa do italiano Alessandro de Marchi (Israel Start-Up Nation).
O belga Remco Evenepoel (Deceuninck-QuickStep), quarto na etapa, é segundo, a 11 segundos, e Bernal é terceiro, a 16, após um dia em que ambos deram prova de força perante os outros candidatos, quando o primeiro vinha de largos meses sem competir e o segundo de uma lesão nas costas.
Mäder, que já tinha ‘sofrido’ a dor de ser apanhado no fim em La Colmiane, no Paris-Nice, ‘vingou’ hoje essa desfeita e a saída do líder Landa, após uma queda grave na quarta-feira, conseguindo a maior vitória da carreira naquela foi a primeira verdadeira chegada em alto da 104.ª edição do Giro.
A Bahrain, de resto, sempre se mostrou ativa na tentativa de formar a definitiva fuga do dia, desejosa de se mostrar, enquanto Geoffrey Bouchard (AG2R) tentou atacar a liderança da classificação da montanha da ‘corsa rosa’, que o suíço também arrebatou ao vencer o final.
Até ao fim, e à frente da luta entre os favoritos à vitória final, Mäder foi resistindo ante outros candidatos, como o italiano Dario Cataldo (Movistar), acabando por atacar a 3.200 metros da meta.
Como João Almeida em 2020, Valter também tem 22 anos e chegou à prova relativamente despercebido perante outros candidatos, mas o vencedor da Volta à Hungria de 2020 acabou por se impor e vai sair de ‘maglia rosa’ no corpo para a sétima etapa.
“É uma coisa brincar com isso de manhã, mas conseguir é outra história. Estou muito feliz, estava preparado e sabia que tinha boas pernas de trepador. Tive de me aguentar junto dos melhores e estava motivado”, explicou o novo líder da geral.
Na luta pela classificação geral, mas a final, Bernal e Evenepoel deram uma mostra de força, começando pelo bloco: se o italiano Filippo Ganna foi o ‘general’ do pelotão e fez grande parte da seleção, o compatriota Fausto Masnada, primeiro, e o luso João Almeida, depois, assumiram o fardo pela Deceuninck-QuickStep.
No final, foi Bernal o primeiro a movimentar-se, mas o vento, num dia chuvoso e com o medo de possíveis ‘abanicos’ a pairar, impediu-o de fazer diferenças para os rivais, que seguem próximos na tabela.
Entre os portugueses, Ruben Guerreiro (Education First-Nippo) é agora o melhor na geral, no 23.º posto a 3.06 minutos, depois de ser 25.º na tirada, enquanto Nelson Oliveira (Movistar) caiu do terceiro para o 37.º posto ao ser 56.º, num dia de trabalho para o espanhol Marc Soler, agora 13.º na geral.
Quanto a João Almeida, o trabalho junto do belga, agora chefe de fila da equipa, rendeu-lhe o 16.º posto na tirada e uma subida de 10 lugares para o 28.º posto, agora a 4.49 do ‘maglia rosa’.
Ainda na Deceuninck-QuickStep, o dia fica marcado por um acontecimento ‘bizarro’, com o belga Pieter Serry a acabar abalroado pelo carro da BikeExchange, que o deixou prostrado, mas ainda assim a postos para prosseguir a prova, mesmo que irritado e dorido.
Na sexta-feira, a sétima etapa liga Notaresco a Termoli em 181 quilómetros, com uma pequena rampa até à chegada e apenas uma contagem de montanha ao longo do dia, de quarta categoria, em Chieti.