Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) confirmou o estatuto de melhor sprinter em prova na Vuelta a España com o segundo triunfo em dois dias, na quinta etapa, em que o belga Remco Evenepoel (Soudal-QuickStep) solidificou a liderança.
Groves, já vencedor na terça-feira, ‘bisou’ ao sprint ao cabo de 4:23.43 horas, necessárias para cumprir os 186,5 quilómetros entre Morella e Burriana, batendo o italiano Filippo Ganna (INEOS), segundo, e o belga Dries van Gestel (TotalEnergies), terceiro.
O australiano ‘carimbou’ a autoridade sobre o lote de sprinters em prova e consolidou a liderança na classificação por pontos, ficando com margem para ‘gerir’ até à 21.ª etapa.
Na geral, Remco Evenepoel bonificou seis segundos num sprint intermédio e reforçou a primeira posição da geral, procurando revalidar o título de 2022, com o espanhol Enric Mas (Movistar) em segundo, a 11 segundos, e o francês Lenny Martinez (Groupama-FDJ) em terceiro, a 17 segundos.
Além da superioridade de Groves, que hoje quase era surpreendido por um Ganna, campeão do mundo de contrarrelógio e especialista da pista, convertido em velocista, também se repetiu outra história já comum nesta Vuelta, a das quedas.
Começou logo antes da partida, com o abandono do português Ruben Guerreiro (Movistar), de novo azarado numa grande Volta, após uma fratura numa clavícula na quarta etapa que o deixou incapacitado de alinhar à partida.
Ainda na zona neutralizada, também o irlandês Eddie Dunbar (Jayco-AlUla), sétimo na Volta a Itália deste ano, deixou a prova, à semelhança do companheiro de equipa italiano Filippo Zana, recente vencedor da Volta à Eslovénia, e do francês Bryan Coquard (Cofidis), dos poucos homens que podia ameaçar Groves em condições normais.
Mais tarde, e num dia de ‘cicloturismo’, com pouco interesse quer na fuga – de um só homem e alcançada muito antes da meta se aproximar -, quer no endurecimento da corrida pelo pelotão, nova infelicidade.
Numa rotunda, uma das muitas dos últimos quilómetros da tirada, a 3,1 quilómetros da meta, uma queda na frente do pelotão, que já rolava rápido a preparar o sprint, afetou dezenas de corredores.
Um deles foi o francês Romain Bardet (dsm-firmenich), que perdeu mais de cinco minutos e cedeu o 10.º lugar ao português João Almeida (UAE Emirates), que subiu uma posição e está a 48 segundos do líder.
Por falar no líder, o campeão de 2022 mostrou-se hoje autoritário no sprint intermédio a poucos quilómetros da meta e bonificou seis segundos, com os quais ampliou a vantagem que tem na camisola rosa, num dia de transição antes de a corrida voltar à alta montanha.
Se Almeida é 10.º na geral, Nelson Oliveira (Movistar) aproximou-se hoje dos primeiros 50 posicionados e é 51.º, a 10 minutos, com Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) a subir a 125.º, André Carvalho (Cofidis) a 143.º, na estreia em grandes Voltas, e Rui Oliveira (UAE Emirates) a 157.º.
Na quinta-feira, a sexta etapa volta à alta montanha, com 183,1 quilómetros entre La Vall d’Uixó e o Observatório Astrofísico de Javalambre, uma subida de primeira categoria.