A Federação Portuguesa de Ciclismo é uma das mais de 300 entidades que a nível mundial subscreveram a carta aberta aos governos apelando ao incremento da utilização da bicicleta para reduzir as emissões de carbono, numa iniciativa no âmbito da 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26).
O documento defende que “os líderes mundiais devem comprometer-se a aumentar os níveis de ciclismo para reduzir as emissões de carbono e alcançar as metas climáticas globais de forma rápida e eficaz”.
As entidades subscritoras apelam “veementemente a todos os governos e líderes presentes na COP26, que decorre em Glasgow, para que se comprometam a aumentar significativamente o número de pessoas que pedalam nos seus países. Os governos podem fazer isso construindo uma infraestruturas para bicicletas de alta qualidade, integrando a bicicleta nos transportes públicos, melhorando a segurança no trânsito e implementando políticas que incentivem as pessoas e as empresas a substituir as viagens de automóvel por viagens de bicicleta e outros modos, como caminhada e transporte público. Promover e permitir a mobilidade ativa deve ser a pedra angular das estratégias globais, nacionais e locais para atingir as metas de carbono zero líquido”.
Entre as medidas concretas defendidas na carta aberta estão as seguintes:
– Promover o ciclismo em todas as suas formas, incluindo o cicloturismo, o ciclismo desportivo, a partilha de bicicletas, a deslocação para o trabalho ou a escola e a utilização da bicicleta enquanto atividade física.
– Reconhecer o ciclismo como uma solução ecológica, com uma ligação clara entre o aumento das viagens de bicicleta e a diminuição nas viagens de carro particular na redução das emissões de dióxido de carbono.
– Criação e financiamento de estratégias nacionais de ciclismo e recolha de dados sobre o ciclismo para saber onde se podem melhorar as infraestruturas e o recurso à bicicleta.
– Concentrar investimentos na construção de infraestruturas cicláveis seguras e de alta qualidade e em incentivos para comunidades historicamente afastadas do ciclismo.
– Fornecer incentivos diretos para que pessoas e empresas troquem os automóveis pelas bicicletas na maioria das suas deslocações diárias.
– Criar sinergias com os transportes públicos e promover soluções de mobilidade combinada para um ecossistema multimodal capaz de cobrir todas as necessidades dos utilizadores sem dependência de um carro particular.
Os signatários consideram que estas mudanças devem ser universais, uma vez que alterações de comportamentos num número restrito de países não responde às necessidades estruturais.
“A prática do ciclismo, em contexto desportivo, recreativo ou quotidiano, contribui positivamente para os objetivos ambientais globais, e deve ser incentivada com iniciativas concretas e ambiciosas por parte dos governos, em particular nas grandes cidades e junto das gerações mais jovens”, explicita Sandro Araújo, vice-presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Carta Completa em www.cop26cycling.com.