PUB

Caleb Ewan (Lotto Soudal) consolidou hoje o estatuto de melhor ‘sprinter’ da atualidade, ao conquistar ao milímetro a sua quinta vitória na Volta a França em duas edições, numa 11.ª etapa marcada pela penalização a Peter Sagan (Bora-hansgrohe).

Caleb Ewan ganhou, mas a história do dia no Tour de France foi protagonizada por Peter Sagan
photo Pool/BettiniPhoto©2020

O ‘sprint’ mais emocionante deste Tour, que obrigou ao recurso ao ‘photo finish’, ficou ‘manchado’ pelo castigo a Sagan, que deu um ligeiro ‘encosto’ a Wout van Aert (Jumbo-Visma) para conseguir afastar-se das barreiras e chegar à frente, onde Ewan se lançava para o seu segundo triunfo nesta edição – o colégio de comissários reviu as imagens e, como tem sido seu apanágio este ano, foi implacável com o eslovaco, relegando o recordista de camisolas verdes da prova (sete) para o último lugar do pelotão.

PUB

Não fosse a penalização ao mais emblemático dos homens velozes do ciclismo e a vitória do australiano teria um sabor ainda mais especial: bateu Sagan e o irlandês Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep), os ciclistas que estão na luta pela amarela, e somou a quinta etapa em apenas duas presenças na Volta a França, um registo invejável para alguém com apenas 26 anos e que tem também três triunfos no Giro e um na Vuelta.

Caleb Ewan ganhou, mas a história do dia no Tour de France foi protagonizada por Peter Sagan
photo Luca Bettini/BettiniPhoto©2020

“Estou super feliz com as duas vitórias em etapas: uma retira-nos pressão e, depois da primeira, queres uma segunda. Agora, quero outra, especialmente em Paris. Espero passar bem as montanhas e ter outro ‘sprint’ em Paris”, disse o pequeno australiano, que venceu a derradeira etapa, em plenos Campos Elísios, no ano passado.

Em mais um dia de apatia na Volta a França, Matthieu Ladagnous (Groupama-FDJ) foi o outro destaque da jornada, atacando assim que a partida real foi dada, conquistando rapidamente mais de três minutos de vantagem e aguentando-se a solo cerca de 124,5 quilómetros dos 167,5 entre Châtellaillon-Plage e Poitiers.

O bravo francês foi o animador de uma 11.ª etapa em que só a aproximação ao ‘sprint’ final agitou um pelotão adormecido: a cinco quilómetros, saltou para a frente de corrida, numa jogada inesperada, Lukas Pöstlberger (Bora-hansgrohe), sendo imediatamente seguido por dois companheiros de Bennett, Kasper Asgreen e Bob Jungels.

A ‘guerrilha’ pela camisola verde acabou tão rápido como começou, com a discussão pelos pontos a fazer-se no sítio do costume: na meta, Ewan impôs ao milímetro a Sagan, Bennett e Van Aert, com estes dois a ocuparem o pódio da tirada após a penalização ao ciclista da Bora-hansgrohe, que também foi castigado com a perda de pontos e agora está a 68 da liderança do irlandês da Deceuninck-QuickStep.

Caleb Ewan ganhou, mas a história do dia no Tour de France foi protagonizada por Peter Sagan
photo Jan De Meuleneir/PN/BettiniPhoto©2020

“Aceitamos a decisão do júri. Queremos sempre ganhar, mas de uma forma respeitável, mesmo quando a adrenalina está no topo”, partilhou a equipa alemã na sua conta na rede social Twitter, enquanto o eslovaco permaneceu em silêncio, pelo menos para o público em geral.

“Estava chocado e zangado e não usei uma palavra muito agradável. Depois, tentei dizer-lhe que aquilo não se faz e ele não gostou. A única coisa que recebi de resposta foram palavras fortes, por isso foi difícil conversarmos”, queixou-se Wout van Aert, apontado como um possível sucessor do todo-o-terreno Sagan.

Alheios aos ‘dramas’ entre ‘sprinters’, os candidatos à vitória final concluíram a etapa nas mesmas 04:00.01 horas do vencedor, mantendo-se a geral imutável: o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) lidera, o colombiano Egan Bernal (INEOS) é segundo, a 21 segundos, e o francês Guillaume Martin (Cofidis) é terceiro, a 28.

Já Nelson Oliveira (Movistar), que chegou integrado no pelotão, vai partir para a 12.ª etapa, a mais longa da prova, na 57.ª posição da geral, a mais de uma hora do camisola amarela. Na quinta-feira, na ligação de 218 quilómetros entre Chauvigny e Sarran Corrèze, os ciclistas enfrentarão um trajeto mais acidentado, que inclui uma contagem de segunda categoria a 25,5 quilómetros da meta.

PUB