Rui Costa (UAE Emirates) admitiu que a vitória conquistada na primeira etapa da Volta à Arábia Saudita, quase três anos depois da última, ajudou-o a superar o confinamento provocado pela pandemia de covid-19.
“Enfrentar este confinamento, estes dias complicados, sem objetivos, sem saber do que seria da temporada, passou melhor com uma vitória, com um bom ‘sabor na boca’ das corridas na Arábia Saudita e no Algarve”, afirmou Rui Costa, em entrevista ao canal televisivo Eurosport.
Rui Costa venceu em 04 de fevereiro a primeira etapa da corrida saudita, que viria a terminar no terceiro lugar, naquele que foi o seu primeiro triunfo desde 25 de fevereiro de 2017, quando triunfou na terceira tirada da Volta a Abu Dhabi, que viria a vencer.
“Claro que este ano comecei bem, estava com muita ambição. Gostei, porque foi a primeira vez que corri na Arábia Saudita. Foi muito bonito ter conseguido uma vitória na primeira corrida e ter terminado no pódio foi melhor ainda”, explicou o corredor natural de Póvoa de Varzim, no programa ‘La Montonera’.
Ainda antes da suspensão das provas velocipédicas, Rui Costa foi quarto na Volta ao Algarve, a 56 segundos do belga Remco Evenepoel (Deceuninck-QuickStep).
“As coisas agora estão encaminhadas, mas, na altura, ia voltar a correr na Catalunha, no País Basco e nas clássicas. Sabemos que foi duro para todos, mas agora podemos voltar a sair para correr, com as precauções necessárias”, referiu.
Rui Costa, de 33 anos, desvendou o seu calendário de provas para 2020, começando pela clássica italiana Strade Bianche, prevista para 01 de agosto, e com a Volta à Polónia, entre 05 e 09 de agosto “Depois vou um pouco pelas clássicas, que este ano vão estar em outubro, mas talvez vá a provas no Canadá, nas Ardenas e, possivelmente, vou regressar à Vuelta”, sublinhou Rui Costa, cuja presença na Volta a Espanha, a disputar entre 20 de outubro e 08 de novembro, foi confirmada na quarta-feira pela UAE Emirates.
Na entrevista, que contou com algumas perguntas do espanhol Alberto Contador, Rui Costa admitiu necessitar de perder um quilograma e de “um mês ou mês e meio para voltar a alcançar o ritmo”, mesmo tendo diversificado o seu treino durante o confinamento, com trabalho força.
“Normalmente não o faço durante a temporada, mas este ano foi diferente, e maio foi como se fosse outubro, pelo que optei por fazer treino de ginásio, para ser algo diferente dos rolos. Acho que me ajudou a passar melhor o confinamento”, frisou, antevendo que na retoma das competições os corredores vão andar a “ritmos muito parecidos”.
Questionado sobre os pormenores da sua mais importante vitória, Rui Costa recordou os momentos finais da prova de fundo do campeonato do mundo de estrada de 2013, em Florença.
“Quando sai do grupo do Alejandro [Valverde] e do Vincenzo [Nibali], pensava que não ia conseguir. Cerrei os dentes e fiz tudo para resultar, acho que o ‘Purito’ me disse algo sobre abrandar, que vinham atrás de nós. Eu abrandei 10 ou 15 segundos, só para preparar o ‘sprint’ e, como é mais fácil sair de trás, fui atrás dele e o meu objetivo era ganhar, ganhar, ganhar e consegui. Foi incrível!”, sublinhou.