Primoz Roglic (Jumbo-Visma) mostrou-se ao melhor nível hoje ao vencer a oitava etapa da Volta a Espanha, a sua 11.ª conquistada nesta corrida, com o norte-americano Sepp Kuss, seu colega de equipa, na liderança da geral.
Roglic, que venceu a Vuelta entre 2019 e 2021, cumpriu os 165 quilómetros entre Dénia e Xorret de Catí em 04:13.52 horas, batendo num sprint restrito o belga Remco Evenepoel (Soudal-QuickStep), campeão em 2022 e hoje segundo, e o espanhol Juan Ayuso (UAE Emirates), terceiro, com o português João Almeida (UAE Emirates) no sexto lugar, a dois segundos.
Nas contas da geral, em que Almeida é 11.º a 03.09 minutos da camisola vermelha, o novo líder é Sepp Kuss, com o espanhol Marc Soler (UAE Emirates) em segundo, a 43 segundos, e o francês Lenny Martinez (Groupama-FDJ) em terceiro, a um minuto.
A Vuelta voltou a ver uma fuga com mais de 30 ciclistas formar-se no primeiro terço da corrida, com Nelson Oliveira (Movistar) e Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) ativos e na frente – este último viria a estar na frente até à entrada para os últimos 10 quilómetros, quando a fuga foi alcançada.
Ao mesmo tempo, uma queda afetava João Almeida (UAE Emirates), que chegou mesmo a ser assistido pelo carro, mas recuperou posição até fazer uma boa etapa.
A história do dia fez-se, assim, entre a tentativa de a fuga vingar e discutir entre si a vitória, sem sucesso, e novo ‘round’ entre os candidatos à vitória final, esta na subida de primeira categoria instalada perto da meta, com pendentes que, em partes da estrada, ultrapassavam os 20%.
Aí, Kuss testou os favoritos mas Evenepoel, a ‘puxar dos galões’ da sua vitória em 2022, controlou o grupo e impediu outras saídas, ainda que Lenny Martinez, o mais jovem líder de sempre na Vuelta, se tenha depois ressentido do esforço.
Com os candidatos de novo espalhados pela estrada, tal a dureza das últimas centenas de metros da chegada, a Jumbo continuou em forma e foi a vez de ‘Rogla’ mostrar a ponta final neste tipo de etapas que o fez vencer inúmeras vezes – este foi o 11.º triunfo em etapas na prova, que venceu em 2019, 2020 e 2021.
Evenepoel, que mais tarde disse sentir-se “um pouco estúpido” por não ter sprintado, por julgar que havia ainda homens na fuga que tivessem ganho a etapa, ficou em segundo, com Ayuso a mostrar-se como mais forte na UAE Emirates, em que Almeida limitou perdas.
“Foi bom, não? Agora, estou ainda mais relaxado. Já estava a ser bom, mas agora estou feliz por ter recuperado da queda. Estou a desfrutar. A equipa fez um grande trabalho a controlar uma fuga muito boa, depois tive pernas e sabia que podia vencer a etapa”, considerou o esloveno.
O vencedor da Volta a Itália deste ano, que chega à prova ao lado do dinamarquês Jonas Vingegaard, que venceu o Tour, considerou Kuss o terceiro líder da equipa, vestido que está com a camisola vermelha, “mas ainda pode aparecer mais alguém”, brincou.
Apesar do grande dia da Jumbo-Visma, Evenepoel segue à frente de Roglic e Vingegaard por alguns segundos. O belga é sexto, a 02.31 minutos do líder, com o esloveno em sétimo, a 02.38 e o dinamarquês a 02.42.
O espanhol Enric Mas (Movistar) também está a 02.42, com Ayuso a 02.52 e Almeida já a 03.09 da camisola vermelha, no 11.º posto.
De resto, Nelson Oliveira é 51.º na geral, Rui Costa é 55.º, André Carvalho (Cofidis) é 150.º e Rui Oliveira (UAE Emirates) 155.º.
No domingo, a nona etapa, que antecede o primeiro dia de descanso, liga Cartagena a Collado de la Cruz de Caravaca em 184,5 quilómetros acidentados, incluindo uma chegada em alto para novo embate dos candidatos.
