Primeira edição da Figueira Champions Classic / Casino Figueira de muito espetáculo. A clássica portuguesa de nível 1.1 UCI contou com alguns dos melhores do mundo, que mostraram estar na Figueira da Foz com intenções de ganhar.
Seis equipas World Tour e todas tiveram corredores a disputar o emocionante sprint. A vitória sorriu a Casper Pedersen (Soudal Quick-Step). Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty), quarto classificado, foi o melhor português.
Nos 190 km da corrida, com início e fim na Avenida 25 de Abril, junto à emblemática Torre do Relógio e com passagem por locais de paisagens deslumbrantes da região, as equipas portuguesas foram as primeiras protagonistas. Sete corredores formaram a fuga, que chegou a ter cerca de cinco minutos de vantagem.
Afonso Silva (Kelly-Simoldes-UDO), Alexandre Montez (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), Gaspar Gonçalves (Efapel Cycling), Hugo Nunes (Rádio Popular-Paredes-Boavista), Jesus del Pino (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), Miguel Salgueiro (AP Hotels & Resorts-Tavira-SCFarense) e Sergio García (Glassdrive-Q8-Anicolor) estiveram na frente até à entrada do circuito final. Na subida no Parque Florestal, as equipas do World Tour tomaram conta das operações, sendo que a Intermarché-Circus-Wanty, Trek-Segafredo e Soudal Quick-Step já vinham na perseguição.
O circuito de 50 km ganhou então outras figuras, na segunda passagem pela subida do Parque Florestal. Mathias Vacek (Trek-Segafredo), Merhawi Kudus (EF Education-EasyPost), Oscar Onley (DSM), Rémi Cavagna (Soudal Quick-Step), Quinten Hermans (Alpecin-Deceuninck) e Rune Herregodts (Intermarché-Circus-Wanty) tentaram a sua sorte. Ou seja, as seis equipas World Tour presentes na Figueira Champions Classic colocaram um corredor na frente.
Mas não durou muito tempo e a vantagem nunca foi além dos 50 segundos. Cavagna atacou na subida do costume e Herregodts foi o único a acompanhar. Mas o ataque também teve resultado.
Tanto a subida do Parque Florestal (2,1 km com pendente média de 8%), como a de Enforca Cães (3 km, mas os últimos 700 metros a terem pendentes entre 11 e 17%) partiu por completo a corrida e cerca de 15 corredores juntaram-se para discutir a corrida, só com representantes das formações do World Tour, com destaque para o português Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty). A EF Education First-EasyPost foi quem assumiu as despesas no grupo, metendo um ritmo bem elevado.
Dentro dos sete quilómetros finais, na parte final da subida de Enforca Cães, começaram os ataques e contra-ataques, mas acabaram novamente todos juntos na descida e assim foram até à meta. Sprint para a vitória, com Pedersen a ser mais forte, batendo Rune Herregodts e Marijn van den Berg, da Education First-EasyPost, equipa que tanto trabalhou na preparação do sprint.
“Esta vitória é muito importante. A equipa não correu para um corredor específico, fizemos uma corrida aberta. Sabia que tinha de tentar manter-me na frente o máximo possível e tentar ‘sobreviver’. Os rapazes deram-me confiança, sabendo que eu seria dos mais rápidos no caso de manter-me no grupo”, disse o dinamarquês, de 26 anos, que venceu naquela que foi apenas a sua terceira corrida pela Soudal Quick-Step.
“A EF tinha um ‘comboio’ muito bem organizado, com homens rápidos. Sabíamos que devíamos estar atentos a eles. Os meus companheiros Rémi [Cavagna] e Ilan [van Wilder] garantiram que ninguém saía do grupo. Eu apenas tinha de apanhar a roda da EF e tentar saltar no sprint e foi isso que sucedeu”, acrescentou.
Para Carlos Pereira, diretor da prova, “foi um êxito. Conforme previa, a chegada foi ao sprint, mas com um grupo reduzido. As equipas portuguesas estiveram bem, com o trabalho que fizeram nos primeiros 100 km em fuga e na montanha o World Tour mudou a situação da corrida”, disse, adiantando que nesta estreia houve duas subidas difíceis, “mas vão ser mais nas próximas edições, que esperamos tornem esta clássica ainda mais atrativa”.
Pedersen vestiu a Camisola Amarela Casino Figueira. Rémi Cavagna conquistou a Verde Águas da Figueira (Sprints Especiais). Rune Herregodts subiu ao pódio duas vezes, como melhor jovem, Camisola Branca Turismo do Centro e como vencedor da Camisola Azul Altri (classificação da Montanha). O Prémio Combatividade VIDÓR foi para Hugo Nunes (Rádio Popular-Paredes-Boavista). A Intermarché-Circus-Wanty venceu a Geral por Equipas.