Mal cortou a meta, Raúl Alarcón lançou para o ar as mãos e com os dois indicadores fez um “V”.
Não foi o símbolo de vitória mas o gesto tinha dedicatória especial. “Foi um “V” de Vinhas por tudo o que passou, pelo esforço que está a fazer, ao não abandonar a Volta.
Tinha de lhe dedicar este triunfo. É uma vitória também para os meus colegas, mas especialmente para o Vinhas, o meu “irmão”, explicou Alarcón homenageando o companheiro Rui Vinhas que apesar da queda violenta na quinta etapa continua em prova. “Foi uma etapa muito bonita.
No final tinha de vencer pelos meus colegas, por todo o trabalho que têm estado a fazer. Obrigado por tudo”, acrescentou o espanhol afirmando que a W52-FC Porto ainda irá tentar ganhar também por equipas, cuja liderança está segura apenas por dois segundos pelo Sporting-Tavira.
O último suspiro do trepador que podia ser herói
Faltavam apenas 250 metros para o fim da subida ao Monte Farinha, em Mondim de Basto, quando David Rodrigues (Radio Popular-Boavista) viu uma fuga solitária com 70 quilómetros chegar ao fim porque Raúl Alarcón (W52-FC Porto) demonstrou novamente que está muito forte.
“Faltaram algumas forças no final e talvez um pouco mais de sorte. Tive um pouco de azar porque se estava a discutir a Volta mas foi um bom dia de ciclismo”, disse o ciclista da Radio Popular-Boavista que viu o triunfo esfumar-se nos últimos instantes da etapa.
David Rodrigues chegou a rondar com quatro minutos de vantagem mas a diferença esfumou-se a cada metro da última subida. Atrás, Alarcón disparou e, em menos de 500 metros, deixou os adversários para trás e foi buscar aquele que estava a ser o herói da etapa.
O espanhol já líder ganhou este sábado a nona etapa na 80ª Volta a Portugal Santander e aumentou a distância para a concorrência, o que lhe dá uma margem mais confortável para o último dia de competição, o contrarrelógio de 17,3 quilómetros que vai encerrar a 80ª edição da Volta a Portugal.
Alarcón repetiu a vitória na mítica subida, onde já fora primeiro no ano passado, e agora está definitivamente mais próximo de somar também o segundo triunfo consecutivo na maior corrida portuguesa.
A penúltima etapa que partiu de Felgueiras tinha as maiores dificuldades guardadas para a segunda metade dos 155,2 quilómetros. As subidas de primeira categoria do Alto da Barra e Barreiro acabaram por não ser selectivas porque as principais figuras da Volta chegaram juntas a Mondim de Basto.
O Sporting-Tavira jogou ao ataque mas a W52-FC Porto anulou qualquer tentativa de ameaça à liderança de Alarcón. Joni Brandão, o principal rival, foi quarto, perdendo nove segundos, o que o mantem no segundo lugar da geral mas agora um minuto e um segundo. O homem do Sporting-Tavira perdeu ainda a Camisola Liberty Seguros da Montanha com Alarcón a fechar essa classificação, com quatro pontos de vantagem.
Srª da Graça ajudou a definir posições para o cronómetro final
Edgar Pinto (Vito-Feirense-Blackjack) foi segundo na Srª. da Graça com mais cinco segundos que o vencedor e está na quarta posição a dois minutos e três segundos da Amarela.
Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano-Uli) ao cortar a meta com mais sete segundos continua a ocupar o último lugar do pódio geral mas agora a 1 minuto e 48 segundos.
O espanhol da equipa algarvia garantiu já a Camisola Verde Rubis Gás dos pontos. Apesar de uma etapa muito sofrida, Xuban Errazkin (Vito-Feirense-BlackJack) conseguiu manter a Camisola Branca RTP e está perto de se sagrar o melhor jovem da Volta.
Fafe irá este domingo estrear-se a receber a última etapa da Volta a Portugal com um contrarrelógio de 17,3 quilómetros.