Com a corrida a entrar na última semana, há um exercício que é interessante fazer: O que irá acontecer?
Olhando para os primeiros da corrida, temos a classificação assim ordenada:
1. Geraint Thomas (Team Sky)
2. Chris Froome (Team Sky) a 1’39″
3. Tom Dumoulin (Team Sunweb) a 1’50”
4. Primoz Roglic (LottoNL-Jumbo) a 2’38”
5. Romain Bardet (AG2R La Mondiale) a 3’21”
6. Mikel Landa (Movistar Team) a 3’42″
7. Steven Kruijswijk (LottoNL-Jumbo) a 3’57”
8. Nairo Quintana (Movistar Team) a 4’23”
9. Jakob Fuglsang (Astana) a 6’14″
10. Dan Martin (UAE Team Emirates) a 6’54”
11. Alejandro Valverde (Movistar Team) a 9’36″
12. Bob Jungels (Quick-Step Floors) a 9’53″
13. Ilnur Zakarin (Katusha-Alpecin) a 10’01”
Ou seja, a SKY lidera com dois ciclistas no topo da classificação, nada menos que Geraint Thomas, que esta época, em corridas por etapas, fez 2º na Volta ao Algarve, fez 3º no Tirreno-Adriatico e venceu o Critérium du Dauphiné e Chris Froome, o líder da equipa, que conta já esta época com a vitória no Giro d’ Italia. Ambos estão separados por 1’39”. A seguir temos mais um sério candidato, Tom Dumoulin, 2º classificado do Giro d’Italia, a 1’50”, Primoz Roglic, a 2’38”. Um pouco mais atrás vêm Romain Bardet, Mikel Landa e Steven Kruijswijk, na casa dos 3 minutos para o camisola amarela e, mais distanciado, Nairo Quintana e ainda abaixo deste, já na casa dos 6 minutos Jakob Fuglsang e Dan Martin.
Embora ainda sejam possíveis cambalhotas na classificação, o meu prognóstico é que um dos quatro, com um bocadinho de boa vontade, 5 primeiros da classificação cheguem a Paris com a tão desejada Camisola Amarela.
O “CAMPO DA BATALHA”
Em sentido figurado, claro, o “campo da batalha” desta 3ª semana serão os Pirinéus. Vamos ver que tipo de etapas os ciclistas vão enfrentar.
17ª ETAPA: Bagnères-de-Luchon > Saint-Lary-Soulan Col du Porte, 65 km
Etapa sprint do Tour de France 2018, apenas com 65 km de extensão, mas com um acumulado de subida superior a 3000m. Prevejo que seja uma etapa espectacular com ataques e contra-ataques constantes. Será uma etapa rápida, onde os favoritos deverão estar atentos as movimentações. É importante uma boa colocação, logo desde o início, pois algumas estradas são bastante estreitas.
18ª ETAPA: Trie-sur-Baïse > Pau, 171 km
A etapa número 18 será uma etapa de transição e deverá manter tudo na mesma, no que à geral diz respeito. Será um dia que os ciclistas mais rápidos ainda em prova terão uma palavra a dizer antes de domingo, em Paris.
19ª ETAPA: Lourdes > Laruns, 200,5 km
Mais uma longa e duríssima etapa. Talvez a etapa rainha dos Pirinéus. Prevê-se um arranque de etapa rápido e a formação de uma fuga de onde deverá sair o vencedor. Relativamente à classificação geral, é a última oportunidade para os trepadores puros garantirem uma almofada de segurança que podem perder no contrarrelógio individual, na etapa seguinte.
20ª ETAPA: Contrarrelógio Individual, Saint-Pée-sur-Nivelle > Espelette, 31 km
O contrarrelógio individual realiza-se, nesta edição da prova, no País Basco. Tem um percurso bem acidentado, onde praticamente não existe estrada plana e favorece ciclistas com alguma capacidade de explosão. Embora não seja o terreno perfeito para Roglic e Dumoulin, estes, a par de Froome e Thomas, quanto a mim, serão os favoritos nesta etapa.
Prevê-se uma semana de grande espectáculo uma vez que, ao contrário das edições anteriores, entramos nesta fase ainda com tudo em aberto. Pessoalmente, gostaria que Roglic e Dumoulin se defendessem bem nas montanhas e que Bardet, Landa e Kruijswijk se aproximassem um pouco mais da frente. Teríamos seguramente uma corrida épica! Quanto ao vencedor, continuo a achar que Froome é o principal candidato.
Como não tenho bola de cristal e os prognósticos valem o que valem, vamos assistir então a esta grande corrida, disfrutar dela como espectadores e adeptos de ciclismo e no próximo domingo saberemos quem é o próximo campeão da Volta a França.
