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A Equipa Portugal compete, neste domingo, na prova de fundo para elite do Campeonato Mundial de Estrada.

Será uma longa corrida, 280 quilómetros entre Leeds e Harrogate, na qual é necessário espírito de união para alcançar o top 10, objetivo traçado pelo selecionador nacional, José Poeira.

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As temperaturas baixas, o vento moderado a forte e a chuva são ingredientes que vão tornar ainda mais duro um percurso já de se muito exigente, marcado pelas estradas estreitas, viragens perigosas e alguns topos que vão partir o pelotão.

“Nem sempre as corridas se ganham na chegada. Às vezes, os momentos cruciais estão muito antes e se não estamos no sítio certo na hora certa perdemos a corrida muito longe da meta. É o caso da corrida deste domingo”, antecipa José Poeira.

O selecionador nacional refere-se, sobretudo, a um troço de 100 quilómetros de prova, que se inicia quando estiverem percorridos cerca de 60. Nesse setor da corrida o numeroso pelotão vai atravessar estradas muito estreitas, que exigem técnica, e um permanente sobe e desce que fará mossa.

É nesta altura da prova que estão colocadas as três subidas mais duras que antecedem as sete voltas ao circuito urbano de Harrogate. Ao quilómetro 64 ultrapassa-se a escalada de Cray, 4 quilómetros com inclinação média de 4,3 e máxima de 9,1 por cento. Ao quilómetro 100 é a vez de Buttertubs, 5 quilómetros com média de 5,2 e rampas que chegam aos 11,6 por cento. Ao quilómetro 125,6 é a vez de Grinton Moor, 4,4 quilómetros com inclinação média de 5,3 e máxima de 8,8 por cento.

“A boa colocação vai ser a chave. Será necessário um bom trabalho de equipa para podermos passar esta fase sem contratempos. À semelhança das corrida de sub-23 e de elite feminina, estou convencido de que o pelotão vai partir-se antes do circuito e será necessário estar na frente para podermos cumprir o objetivo a que nos propomos, terminar mais uma vez entre os dez melhores do mundo”, salienta Poeira.

Rúben Guerreiro, chegado de uma Vuelta de grande qualidade, sente-se recuperado e está disponível para trocar metas pessoais pelas coletivas. “Recuperei bem da Vuelta e as sensações continuam boas. Não penso em objetivos pessoais, penso pelas ideias do selecionador e estou aqui para cumprir as indicações, porque quero ajudar a equipa a conseguir um bom resultado para Portugal. Vai ser uma prova de concentração máxima, na qual teremos de nos colocar sempre nos 50 primeiros, no máximo”, vaticina o natural de Pegões.

José Gonçalves também se coloca à disposição do coletivo. “É uma prova muito longa. Tudo farei para apoiar os meus companheiros. Considero que faço uma boa corrida se conseguir ajudar algum dos meus colegas a ter um bom resultado”, afirma o barcelense.

Depois de brilhar no contrarrelógio, Nelson Oliveira já está focado na prova de fundo, que adivinha muito difícil. “Vai ser uma corrida muito longa e dura, principalmente porque se prevê chuva e vento forte. Será uma prova de eliminação, até porque é natural que haja muitas quedas e isso será um fator de relevo. Antes de entrar no circuito, com o sobe e desce e as condições meteorológicas esperadas, haverá, certamente, uma grande seleção”, diz o bairradino.

Rui Oliveira é o benjamim da equipa, estreando-se em Mundiais de elite, depois de, no mês passado, ter conseguido um excelente desempenho no Campeonato da Europa. “É sempre um orgulho poder representar a Seleção Nacional logo no primeiro ano de elite. Sabe bem perceber que o trabalho que tenho vindo a fazer está a ser recompensado. Quero desfrutar ao máximo. Uma boa estreia seria acabar, mas antes disso interessa ajudar os colegas com mais capacidade para lutar pelas primeiras posições”, confessa o gaiense.

Rui Costa, campeão mundial em 2013, trabalhou para fazer um bom resultado em Yorkshire. “O trabalho e os treinos foram feitos com dedicação para chegar aqui na melhor condição possível. As sensações têm sido boas, mas o importante é como me sentirei na corrida”, resume o corredor.

O percurso e as condições meteorológicas terão uma influência decisiva no desfecho da corrida, no entender do poveiro, que está preparado para usar um dos seus melhores trunfos, a capacidade de leitura de corrida. “Tudo indica que será um dia muito complicado, com previsões de mau tempo e com um percurso muito longo. Tudo indica que será uma prova com mais de sete horas e meia. Será uma corrida de pura eliminação. O importante é estar mesmo num dia bom e estar muito atento para ler a corrida da melhor forma. Há seleções que querem impedir uma chegada em grupo, mas há outras que pretendem uma chegada ao sprint. A cada momento é preciso tomar as melhores opções em função da maneira como a prova se desenrola e de como as equipas se movimentam”, explica Rui Costa.

A corrida arranca às 8h40 e pode ser vista em direto na Eurosport 1.

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