Domingo dia 21 de maio, o ciclismo de estrada esteve em altas na zona centro, mais precisamente na bela cidade templária de Tomar, pela ocasião desta que foi a segunda edição do Granfondo Médio Tejo, uma organização Cabreira Solutions, este ano com o Sponser Name da Artelonga.
A azáfama e movimentação deste evento iniciou-se logo no sábado, no Largo da Várzea Grande, recentemente alvo de remodelação e melhoramentos, sendo um local com todas as condições para receber um evento destes, tanto pela localização, como pelo espaço em si e estacionamento disponível nas proximidades.
No sábado, ouve direto a um Granfondinho, para regalo dos mais pequenos e estava já toda a estrutura montada para o dia seguinte, com stands de patrocinadores, musica e secretariado, tudo a dar vida àquele largo, secretariado este que funcionou das 10h00 às 19h30 e que permitiu, com muita celeridade a quem fosse de perto ou tivesse vindo no dia anterior à prova, levantar o seu kit de participante com mais calma e sem filas.
Com cerca de uma semana de antecedência, os atletas já tinham recebido no seu email o racebook da prova e os tracks das três distâncias:
– Minifondo com 67,8km e 900 D+
– Médiofondo com 104,1km e 1440 D+
– Granfondo com 136,9km e 2005 D+
O Kit do Participante era composto por brochuras alusivas à zona, frontal personalizado, dorsal, autocolante com as informações mais pertinentes do percurso, pulseira do evento, uma barra energética da Namedsports, uma miniatura de Licor Beirão e a jersey oficial do evento, tudo isto num saco Specialized.
O BTT Lobo propôs-se a fazer a distância rainha e como tal, pouco depois das 08h00 já por ali andava a trocar uns dedos de conversa, antes de entrar para a box, a penúltima das 6 boxes disponíveis.
Chegadas as 09h00 foi dada a partida e até à passagem pelo pórtico de partida, passaram-se quase 2 minutos, tal não era a montra viva de ciclistas que por ali desfilou. Saída algo lenta e nervosa atrás do carro da organização, por umas primeiras ruas mais estreitas, até que as ruas começaram a alargar, tal como o pelotão começou a esticar e a partir em grupos de vários andamentos.
Aqui, foi aproveitar ao máximo para chegar à frente tanto quanto podemos, num trajeto todo ele um pouco a subir, até que chegámos à primeira subida categorizada do dia aos 10,2km, que nos presenteou com 4km a uma inclinação média de 3,6% e que nos levou quase até às portas de Ferreira do Zêzere.
Em Ferreira do Zêzere, estava situado o primeiro abastecimento, aos 20,9km, do qual não usufruímos e que, verdade seja dita, passou um pouco despercebido a muitos participantes.
Daqui, e durante mais cerca de 27km, seguiu-se uma zona muito rápida, inicialmente com bastante descida e curvas/contracurvas, a anteceder uma zona mais plana onde se conseguia rolar em grupeto a grande velocidade até chegarmos à Praia Fluvial do Agroal, anfitriã da segunda subida categorizada do dia, 1,6km com uma inclinação média de 6,9% e a chegar aos 12,5%, para nós uma das 3 subidas mais difíceis das 6 que nos foram colocadas à disposição.
Topo da subida com novo abastecimento, aos cerca de 51km. Abastecimento muito bem composto, com uma enorme variedade de frutos, bolos, frutos secos, vários tipos de bebidas incluindo sais e enchidos/fumeiro.
Daqui saímos para um sobe e desce até apanharmos uma zona com mais umas boas descidas e zonas para rolar, que ajudaram a recuperar a velocidade, mas não durante muito tempo, pois aos 60km aparecia nova subida categorizada.
Desta feita, a denominada subida de Alburitel presenteou-nos com 2,7km numa inclinação média de 3,7%, sendo que não muito depois e sem muito tempo para recuperar, chegámos ao 4º desafio do dia, a 2ª das tais 3 subidas que achávamos mais desafiantes: a subida ao Castelo de Ourém, que contava com 2,2km e uma inclinação média de 7,5%, batendo num máximo de 19% e com alguma calçada.
Novo abastecimento no largo logo abaixo do castelo e seguiram-se cerca de 30km muito rápidos, a passar brevemente pelo concelho de Torres Novas e com muita descida, o que ajudou novamente a recuperar a velocidade e a dar algum descanso, pouco, às pernas, pois nas zonas mais planas, havia que colocar andamento.
Regressados ao concelho de Tomar, atravessámos Santa Cita em direção à Fabrica da Matrena e chegámos à penúltima subida categorizada, com 3km e uma inclinação média de 3,9%, sem que tivesse grandes dificuldades e onde foi apenas gerir o esforço e guardar algumas forças para o quem ainda aí viria.
Chegados ao topo da subida, novo abastecimento, também ele bem composto como os anteriores e com colaboradores sempre simpáticos e dispostos a ajudar.
Saída para nova zona maioritariamente a descer, até chegarmos à ponte de Constância, onde iniciámos uma zona do percurso plana, pela margem esquerda do Rio Zêzere em direção ao Castelo de Bode, que nos levou à ultima subida categorizada do dia e aquela que nos deixava mais apreensivos, a conhecida Subida do Casal da Serra, a 3ª das 3 que achávamos mais difíceis e que verdadeiramente o provou ser.
Foram 3km a uma inclinação média de 9,2%, mas onde o quilómetro inicial tinha zonas a bater nos 20%, que ao fim de 117km percorridos, meteu as pernas em sentido.
Logo à saída do Casal da Serra, novo e ultimo abastecimento, a anteceder algum sobe e desce até chegarmos a Martinchel e aí sim, nos dirigirmos para a Barragem de Castelo de Bode, onde após a ligeira subida no seu final, nos restaram duas picadas até sermos presenteados pela ultima descida do dia.
Aqui, foi tempo de aproveitar a ajuda da gravidade e tentar apanhar alguns ciclistas que seguiam na nossa frente por forma a tentarmos juntar um grupeto para a longa reta final que nos levaria da rotunda da Zona Industrial de Tomar, até precisamente às portas de Tomar.
Lá juntámos um grupeto de 8/10 atletas e conseguimos fazer esses 5km quilómetros em falso plano a uma velocidade média de 36,5km/h, que teria sido maior se mais atletas tivessem passado pela frente, que não os dois atletas do BTT Lobo.
Entrada em Tomar, uma rotunda, duas rotundas e pórtico do quilómetro final, onde nunca se levantou pé do pedal até ao pórtico de meta, à entrada do Largo da Várzea Grande, onde tinha sido dada a partida.
Chegados ao fim, recebemos a merecida medalha de finisher, com tempo para diploma digital de ouro e lá fomos tratar de reabastecer o corpo, que não tem culpa da falta de juízo dos donos. Foi-nos fornecido um saco com a Pasta Recovery e uma peça de fruta e logo ao lado bebida fresquinha à descrição.
Ali, estava a festa montada, como comes e bebes e alegre convivência entre atletas, que só foi estragada por alguma chuva que, entretanto, começou a cair.
O Granfondo Médio Tejo by Artelonga, a par da competição sobre rodas, teve ainda dois sorteios associados, um deles patrocinado pelo Grupo Reconco que atribuía 3 prémios sorteados pelas assinaturas do livro de ponto e um outro, o Eco Sorteio, com vista a minimizar o impacto das embalagens de géis, barras e outros, que alguns atletas, se lhes podermos chamar isso, teimam em deitar para o chão ao invés de os voltarem a colocar por exemplo no bolso do jersey. Aqui também seriam sorteados 3 prémios, através do numero de dorsal.
Quanto ao percurso escolhido, esteve muito bom e nada monótono, bem assinalado principalmente em zonas de perigo e com bastante GNR e PSP distribuída em pontos estáticos nas zonas de passagem, deixando aqui apenas um apontamento à parte de policiamento móvel por parte da GNR que pelo menos da nossa parte, apenas vimos uma mota parada num abastecimento, ao contrário de outros grandfondos onde as motas costumam andar pelo percurso a dar apoio/alertar o trânsito.
Anotamento ainda para os abastecimentos, que como mencionámos antes, estavam muito bem compostos, sem que tenhamos notado falta de nada, a não ser talvez a presença de uma marca que se disponibilizasse a apoiar com géis/barras energéticas.
Da nossa parte, é com enorme agrado que vemos a zona centro abraçar um projeto destes, todo ele muito bem organizado e que estava em falta já há muitos anos, tendo ficado imensamente contentes por ver toda aquela moldura humana de cerca de 1000 atletas e seus acompanhantes, bem como populares a apoiar nas várias localidades por onde passámos, sendo que esperamos que se mantenha por muitos e longos anos.
