O piloto da Miranda Racing Team José Manuel Borges conquistou a segunda posição da Classificação Geral da corrida Megavalanche 2018, em Elite.
Pela equipa participaram também o Master Karim Amour, que ficou em 23.º lugar na sua categoria e o Elite Alex Cure, que não concluiu a prova.
A 23.ª edição da Megavalanche Alpe d’Huez, ao contrário do ano passado, contou com muita neve, que veio trazer ainda mais emoção e adrenalina à corrida considerada uma das mais famosas e inesquecíveis do mundo. Com a partida do topo glaciar do Pic Blanc (3.300 metros), houve pilotos que desceram a mais de 100 km/ hora, alguns em apenas 39 minutos, para concluir os 3320 metros de um percurso acidentado e desafiante a cada metro.
Esta é a segunda participação da equipa internacional da Miranda&Irmão, que se estreou o ano passado na corrida, sendo também a segunda vez que José Borges se aventurou para chegar ao pódio. E conseguiu. O português recorda que há 12 anos viu a corrida pela primeira vez na televisão e foi o pai que disse que um dia seria a sua vez: “Assim foi. O ano passado fiz a minha estreia na Megavalanche. Digamos que foi uma espécie de ‘meia corrida’ porque a partida não foi feita do glaciar, devido às péssimas condições meteorológicas, o que foi uma pena. Acabei em 4.º lugar com um sabor agridoce”, explicou.
“Em 2018 voltei com o objetivo de melhorar a prestação do ano passado. Venci na minha qualificação e fiquei em 2.º lugar da Geral, a apenas um segundo do vencedor”, resultado que agradou ao Elite da Miranda Racing Team, mas não a 100%, porque “quer eu como a minha equipa acreditámos que era possível vencer”. Contudo, sendo ainda “novato” neste tipo de prova, admite que “nos primeiros quilómetros de pista, com a neve, não sabia bem o que me ia esperar, por nunca ter corrido em terrenos com este tipo de condições”.
José Borges, após um bom arranque, na primeira curva caiu e deslizou pela neve fora. Ainda conseguiu levantar-se rápido e seguir caminho, mas perdeu segundos preciosos. “Percebi que nos quilómetros seguintes já estava na segunda posição. A partir daí foi gerir todo o esforço e manter aquele lugar até ao fim”, relatou o piloto, para quem este é “um sonho quase realizado”. Porque “como atleta profissional que sou, o objetivo é sempre o lugar mais alto do pódio. Tentaremos em 2019”, rematou.
O francês Alex Cure, que também participou em Elite pela equipa, sofreu uma queda que o obrigaria a desistir. Já Karim Amour concluiu a prova na 23.ª posição em Masters. Tal como Borges, ao entrar na primeira curva, “sofri um belo deslizamento sozinho, no final do glaciar, o que em nada me ajudou para alcançar o meu objetivo, que seria ficar no Top 10”.
Além de atleta, Karim Amour lidera a Miranda Racing Team. Enquanto mentor da equipa referiu que Borges “teve um ótimo desempenho” ao terminar na segunda posição em Elite, em especial por ter participado em apenas duas edições. “Normalmente, para este tipo de corrida, é necessário ter muita experiência. É uma prova muito dura fisicamente mas que requer muita inteligência e estratégia também. Tenho muito orgulho em ajudar o José Borges a crescer e partilhar a minha experiência com ele”.
O piloto francês entende que este tipo de corrida é realmente difícil e por isso “permite testar o material, sobretudo a pedaleira XMOD em carbono, que toda a equipa tem a oportunidade de testar nas condições mais extremas”, um ponto que considera muito positivo.
O próximo desafio da Miranda Racing Team chega com o quinto EWS, em La Thuile (Itália), dias 21 e 22 de julho. Para Karim Amour são objetivos chegar ao pódio da Elite feminina, com Mélanie Pugin e ficar no Top 5 com os pilotos Elite masculinos: José Borges e Alex Cure.