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A chegada de Vicente García de Mateos alterou os objetivos da renovada Antarte-Feirense, com Joaquim Andrade a assumir a pretensão de subir ao pódio da Volta a Portugal com o ciclista espanhol, que ‘libertou’ os jovens da equipa.

García de Mateos redefiniu objetivos da Antarte-Feirense para a Volta“É um ciclista que está habituado a disputar a Volta e quando o contratámos também foi com esse objetivo e, claro, dá-nos uma maior ambição, mas também uma maior responsabilidade. Mas, penso que será positivo e tem-se notado muito. Os nossos ciclistas mais jovens têm crescido bastante”, revelou à Lusa o diretor desportivo da formação de Santa Maria da Feira.

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O facto de ter como companheiro “um ciclista mais consagrado” como o espanhol, que subiu por duas vezes ao pódio da Volta a Portugal (2017 e 2018), e também o rápido e experiente Rafael Silva, ajudou os mais novos “a crescer”.

“Eles têm sabido encaixar esse espírito de responsabilidade acrescida”, contou, dizendo que os tem sentido tranquilos em relação à missão que vão ter na 82.ª Volta a Portugal, que arranca na quarta-feira em Lisboa, com um prólogo, e termina em 15 de agosto, com um contrarrelógio nas ruas de Viseu.

Para Joaquim Andrade, a presença de García de Mateos “acaba até por libertar um pouco mais” os outros corredores, “porque a responsabilidade acaba por estar centrada no líder e eles sabem que têm de estar lá para o ajudar, mas não têm aquele peso de esperarem [resultados] deles”.

“O objetivo é lutar por um lugar no pódio, mas sabemos que a corrida vai ter muitas circunstâncias e as coisas podem alterar-se de um momento para o outro. Sabemos também que vamos enfrentar alguns blocos muito fortes e que têm várias opções, e que, às vezes, as próprias circunstâncias de corrida podem ditar que as coisas mudem. E nós, para a classificação geral, só temos a opção dele e qualquer percalço, qualquer situação negativa que possa acontecer, pode prejudicar bastante”, notou.

A esse “objetivo principal”, a Antarte-Feirense une outras pretensões, como a de que os seus corredores sejam protagonistas, a equipa esteja “ao melhor nível” e o seu líder com os melhores, neste caso os homens das inevitáveis W52-FC Porto e Efapel.

“A Efapel reforçou-se bastante e tem tido uma época positiva, o que também ajuda. Neste momento, eles estão a um nível superior ao que têm estado nos outros anos. O bloco mais forte talvez seja o do FC Porto, mas a Efapel talvez vá com alguma vantagem psicológica. Serão as duas equipas mais fortes e os principais rivais, mas quase todas as outras equipas têm ciclistas que aspiram a estar entre os melhores”, analisou.

Quanto às equipas estrangeiras, entre as quais se encontra a Movistar, do primeiro escalão do ciclismo mundial, o diretor desportivo considera que são “sempre uma incógnita, porque, independentemente dos nomes, depende do momento de forma em que cada um esteja e em que perfil encaixam a corrida”.

“Olhamos para os inscritos, pensamos uma coisa e, depois, no terreno, sai outra. De qualquer forma, a qualidade aumentou bastante, falta ver a lista definitiva dos ciclistas que estarão presentes e ver como estão no terreno, porque, às vezes, há ciclistas com muita qualidade que não vêm com espírito competitivo de disputar o primeiro lugar”, vincou.

Ainda assim, a presença de um maior número de formações estrangeiras poderá, na opinião do recordista de presenças na Volta (21), ajudar a equilibrar um pouco as forças. “Quanto mais equilibrado estiver, melhor é para as equipas mais modestas, como é o nosso caso”, acrescentou.

Apesar de o percurso “encaixar nas características” do líder da Antarte-Feirese, Andrade defende que “talvez fizesse falta algumas etapas um pouco mais acessíveis, para dar lugar a toda a gente”.

“Neste tipo de percurso, quem não subir bem… Não é preciso ser um trepador puro, mas um corredor que tenha dificuldades na montanha, terá dificuldades em conseguir chegar no pelotão na quase totalidade das etapas e isso, às vezes, é um pouco constrangedor e leva a que os diretores desportivos no início da época limitem um pouco as suas equipas por causa desta situação”, explicou.

Para o antigo ciclista, é “um facto recorrente” que, mesmo as etapas para ‘sprinters’, acabem por ser “bastante exigentes”.

 “E se não for um ‘sprinter’ que tenha facilidades em passar a média montanha, não consegue chegar”, salientou, referindo-se a um percurso que, de acordo com o livro da prova, tem seis chegadas em alto.

Antarte-Feirense:

Equipa: Gonçalo Amado (Por), Venceslau Fernandes (Por), António Ferreira (Por), Vicente García de Mateos (Esp), Fábio Oliveira (Por), Bruno Silva (Por) e Rafael Silva (Por).

Diretor Desportivo: Joaquim Andrade.

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