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Iúri Leitão sagrou-se hoje campeão da Europa de scratch, impondo-se com autoridade na corrida de 15 quilómetros, disputada ao início desta noite, no velódromo de Apeldoorn, Países Baixos.

Iúri Leitão campeão da Europa de scratch
photo Roberto Bettini/SprintCyclingAgency©2024

A prova foi movimentada desde a primeira volta, com um ataque de arranque que não teve grande significado na definição da corrida, mas que fez o ritmo ser muito forte logo desde o início.

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Na entrada na segunda metade das 60 voltas, o pelotão ficou partido, com cerca de metade dos participantes a dobrar os restantes. Ficou claro que seria entre esses dez a discussão do título.

Iúri Leitão campeão da Europa de scratch
photo Roberto Bettini/SprintCyclingAgency©2024

Sucederam-se ataques desses homens, demonstrando vontade, mas também precipitação. Iúri Leitão leu bem a corrida. Não se desgastou nessas movimentações, que sucumbiram, mas ajudaram a endurecer a corrida.

Aproveitando o desgaste dos adversários, Iúri Leitão desferiu um ataque violentíssimo a nove voltas do final. Esteve prestes a dobrar o pelotão pela segunda vez três voltas adiante. Não chegou a fazê-lo, devido à reação do grupo. Mas manteve-se largamente na dianteira da corrida e foi o primeiro a cortar a meta no final das 60 voltas, conquistando o terceiro título europeu da carreira em scratch, repetindo o feito de 2020 e 2022. O austríaco Tim Wafler ficou com a medalha de prata, deixando a de bronze para o dinamarquês Tobias Hansen.

“É muito importante começar um ano tão importante como este com o pé direito. Depois do bom desempenho no madison, ontem, venceu o scratch é muito encorajador para tudo o que temos pela frente neste ano e é a recompensa por todo o trabalho que temos vindo a realizar”, reage o novo campeão europeu.

O corredor minhoto explica que “a corrida foi muito mexida, sendo necessário muito sangue-frio para não gastar energia demasiado cedo. A chave do sucesso foi essa gestão. Quando senti que os adversários estavam desgastados, fiz a minha jogada e resultou”.

“O Iúri fez uma corrida fantástica. Foi uma prova difícil, muito movimentada, que obrigou a gerir muito bem as energias para estar sempre na discussão do pódio. No final, o Iúri aproveitou a oportunidade de forma exímia. Conseguiu surpreender com um ataque extremamente forte e é campeão da Europa com muito mérito”, considera o selecionador nacional, Gabriel Mendes.

Maria Martins esteve em pista no concurso de omnium, terminando na oitava posição, mas com um desempenho que abre boas perspetivas para a qualificação portuguesa para os Jogos Olímpicos de Paris. Entre os países que concorrem Portugal pela entrada diretamente pelo ranking de omnium, apenas as representantes da Noruega e da Polónia estiveram melhor do que Maria Martins.

O resultado final foi prejudicado por uma entrada em falso da portuguesa, em que no scratch, primeira corrida pontuável, não foi além da 14.ª posição. A partir daí o desempenho e os resultados de Maria Martins foram muito consistentes. Após o sexto lugar na corrida tempo e na eliminação, a ciclista nacional chegou à corrida por pontos no décimo posto da geral.

Na prova decisiva Maria Martins esteve muito ativa e taticamente perspicaz, movendo-se tendo em conta a classificação da própria corrida, mas também olhando às rivais em termos de ranking de qualificação para Paris. A portuguesa fechou a competição com 98 pontos – 24 somados na corrida final -, o que lhe valeu o oitavo posto.

“A Maria fez um concurso regular e com muito bom nível, cumprindo os objetivos que tínhamos traçado. Está de parabéns. No contexto da qualificação olímpica, demos aqui um bom contributo o apuramento, aumentando a diferença para as nações que estão fora dos lugares de qualificação”, explica o selecionador nacional.

A norueguesa Anita Yvonne Stenberg dominou completamente e conquistou o título, com 142 pontos. Foi acompanhada no pódio pela britânica Neah Evans, com 136 pontos, e pela francesa Valentine Fortin, com 131.

Rodrigo Caixas foi o primeiro português a terminar a participação no Campeonato da Europa. Competiu hoje na perseguição individual, conseguindo a 15.ª posição no contrarrelógio de 4 quilómetros, que cumpriu em 4’22’’735. Numa final entre britânicos, Daniel Bigham conquistou o título diante do compatriota Charlie Tanfield. O dinamarquês Rasmus Pedersen conseguiu o bronze.

No quarto dia de competição, neste sábado, Portugal terá três corredores em pista. Rui Oliveira vai disputar o concurso de omnium: Scratch (14h24), corrida tempo (17h00), eliminação (18h00) e corrida por pontos (19h45). Daniela Campos participa na corrida por pontos, às 18h20. Trinta e cinco minutos mais tarde, Maria Martins representa Portugal na disciplina de eliminação.

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