Terceiro dia da oitava edição da Brasil Ride e mais uma dupla detém a camisa amarela, de líder da open, na principal ultramaratona de MTB das Américas.Com 74 km na região de Guaratinga, a terceira etapa teve a vitória de Henrique Avancini e do tcheco Jiri Novak definida nos metros finais, e agora são os novos líderes por apenas um segundo de diferença à frente dos italianos Michele Casagrande e Fabian Rabensteiner, segundos colocados do dia. O top 3 teve o holandês Hans Becking e o dinamarquês Sebastian Fini, também terceiros no geral, que chegaram cerca de 1min30 após os primeiros colocados.
Apesar das duplas Henrique/Jiri e Michele/Fabian terem chegado praticamente juntas na frente, em 3h39min, quem tomou a atitude no dia foi Hans e Sebastian, atacando logo no primeiro trecho de subidas, mas acabando em terceiro em 3h41min. “Tentamos tomar conta da prova e estudar mais um pouco os adversários. Hans e Sebastian forçaram logo na primeira serra e foi um ataque bem agressivo, e aos poucos o pelotão foi selecionando-se”, contou Avancini.
“Jiri e eu fizemos um bom trabalho com Michele e Fabian, pensando na classificação geral.
Alcançamos o Hans e o Fini e por volta do km 50 continuamos o esforço conjunto. Foi um bom dia para a classificação geral, praticamente empatados com os italianos, algo praticamente inédito na Brasil Ride. Temos mais quatro dias e será bem quente durante muito tempo a disputa pelo título”, completou o brasileiro, líder ao lado de Jiri Novak, em 9h14min27.
Nos 300 metros finais, a vitória foi definida em um mini cross country ao redor da área do
acampamento. “O Avancini é um atleta que vem do cross country, o que não é meu estilo. Foi uma chegada bastante brigada pela vitória. Não havia estratégia, apenas dar o máximo até a bandeirada final. Tem quatro dias e ainda falta muito. Quarta etapa será repleta de subidas e é provável que seja a mais importante na competição”, avaliou Jiri.
Para o atual campeão Fabian Rabensteiner, foi um dia de superar-se. “Nesta terceira corrida da Brasil Ride o Michele foi um pouco mais forte do que eu. Não estive mal, mas senti dores nas costas nos quilômetros finais. A chegada não foi nada fácil. Tentei passar pelo Jiri, mas ele fechou a passagem e não tive chances de passar ele. Algo normal de uma corrida de mountain bike”, destacou Fabian. “Foi bom para nós, apesar do segundo lugar no sprint. Espero ter uma vitória amanhã, quem sabe. Prefiro provas curtas, mas como não há isso na Brasil Ride, o jeito é aproveitar essa linda experiência. O lugar aqui era fantástico, com belas montanhas”, disse Michele. A dupla da Trek Selle San Marco soma agora 9h14min28, com Hans e Fini em terceiro, em 9h17min33.
Dupla brasileira supreende na estreia – O posto de melhor dupla de ciclistas das Américas segue com o goiano Mario Antônio Veríssimo e o baiano Kennedi Sampaio, que vestem a camisa branca da Brasil Ride desde o primeiro dia, de forma até surpreendente. Mantiveram-se nesta terça-feira (17) no top 5 geral da open, atrás dos portugueses Tiago Ferreira e José Silva. Mario e Kennedi somam o acumulado de 9h29min15, contra 9h20min52 de Tiago e José.
“Estou feliz demais, porque esta é a nossa primeira participação na Brasil Ride. Como todo mundo sabe, a preparação é muito grande para a ultramaratona, com a presença dos melhores atletas do mundo. No prólogo o pensamento era apenas de terminar e não nos machucar, nem estragar os equipamentos. Vencemos a categoria e na segunda etapa mantivemos a liderança. A ideia foi seguir aumentando o máximo possível a diferença e conseguimos atingir o objetivo. Felicidade é grande e agradecemos o apoio. Sair com essa camiseta ao final da competição seria muito orgulho, inclusive para os estados que representamos”, destacou Mario Antônio.
“É uma experiência incrível disputar a maior prova de ultramaratona MTB das Américas. Conseguir a camisa branca no início me deixa muito feliz em defender meu estado aqui na Bahia e minha equipe. Agradeço amigos e familiares, que me mandam mensagens de apoio diariamente”, disse Kennedi, ciclista de Castro Alves.
Volta do reinado na máster – O campeão olímpico (1996) e mundial (1995), o holandês Bart Brentjens, e a lenda do MTB brasileiro, Abraão Azevedo, recuperaram-se nesta terça-feira, após terem vivido uma situação inusitada nesta segunda (16). Na segunda etapa desta edição, os tchecos Ondrej Fotjik e Robert Novotny, bicampeão da open em 2010/2011, botaram fim a uma longa escrita ao vencerem a corrida entre Arraial d’Ajuda e Guaratinga. Desde o prólogo da Brasil Ride 2013, Bart e Abraão nunca haviam terminado uma corrida na competição sem terem subido no lugar mais alto do pódio.
Além da vitória nesta terça, Bart e Abraão reverteram uma desvantagem de pouco mais de 12 minutos, além de abrirem 35 segundos. “Terceira etapa foi muito legal. Vários single tracks (trilhas estreitas) entre as plantações da cacau e no início estava escorregadio por causa da garoa. Nesta etapa o Abraão esteve bem melhor comparado com o segundo estágio. Eu me senti bem, apesar de não estar tão forte. O suficiente para pedalar bem. Tivemos sorte de pedalar com outras equipes de elite e salvar energia. Três corridas acabaram, faltam quatro e estamos na frente, o que torna tudo mais emocionante. A disputa este ano será bem apertada”, analisou Bart Brentjens.
Tranquilidade na ladies – Raiza Goulão e a francesa Margot Moschetti seguem pedalando com tranquilidade, em busca do título da Brasil Ride 2017. Mais uma vez a vitória foi da parceria franco-brasileira, em 4h34min13, garantindo assim a manutenção da camisa laranja, com o total de 11h11min11. “O dia foi bom. Uma etapa muito bacana, repleta de single tracks, com várias subidas e descidas, além de uma serra mais inclinada e difícil. A Raiza ajudou muito, porque ela é forte neste tipo de corrida”, contou Margot. “Após chegar no limite na etapa 2, hoje vivemos o espírito do mountain bike. Muita fluidez em um percurso incrível”, finalizou Raiza.
Video da 3ª etapa do Brasil Ride 2017:
Quarta etapa – Nesta quarta-feira (18) o desafio promete ser ainda mais intenso. A distância será maior do que os 74 km desta terça, 90 km, e a altimetria atingirá 2.963 m acumulados, na última das duas corridas na região de Guaratinga, na etapa “Rainha”, por ser considerada a mais difícil do evento.