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João Almeida foi hoje o melhor português na prova de fundo do Campeonato da Europa de Estrada, disputada em Trento, Itália, terminando na 14.ª posição. A corrida de 179,2 quilómetros foi disputada de forma tão intensa que apenas terminaram 31 dos 150 corredores inscritos.

João Almeida 14.º na prova de fundo do Campeonato da Europa de EstradaA prova teve duas fases. A primeira, fora do circuito urbano, foi marcada por uma longa e exigente subida que fez com que o pelotão entrasse reduzido a menos de metade na segunda fase, o circuito trentino.

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Na primeira parte da corrida, a Seleção Nacional teve um desempenho de excelência, com Nelson Oliveira a impor um ritmo forte, que contribuiu para eliminar grande parte dos homens rápidos e ajudou a endurecer a corrida.

João Almeida 14.º na prova de fundo do Campeonato da Europa de EstradaJá dentro do circuito, Nelson Oliveira voltou a assumir a cabeça do pelotão e esteve até envolvido numa fuga, numa altura em que encabeçava o grupo principal. O grupo parou e Nelson viu-se em posição adiantada, trabalhando, mais uma vez, em prol da equipa, obrigando os conjuntos mais fortes a trabalhos redobrados.

“Tentámos controlar a corrida o melhor possível até à entrada no circuito. Houve um grupo grande que atacou e tivemos de pegar na corrida para manter a situação controlada. Creio que conseguimos manter o controlo até à entrada no circuito, numa prova que nunca parou, disputada a todo o gás”, descreve Nelson Oliveira.

Com a corrida disputada sempre com uma intensidade tremenda, dois ataques acabariam por definir, de longe o desfecho. Portugal, com os principais elementos mal colocados no pelotão, não conseguiu entrar nestas movimentações, ficando sem representação na frente da corrida.

João Almeida tentou remar contra a maré. Saiu do pelotão, fez uma volta praticamente sozinho a puxar, mas, sem ajuda dos outros ciclistas do grupo em que se encontrava, nunca conseguiu aproximar-se da cabeça de corrida, formada pelos nove homens que atacaram nas voltas anteriores. Sem hipótese de discutir o pódio, João Almeida terminou no 14.º posto. Chegou a 6m00s do vencedor, o italiano Sonny Colbrelli.

“Tornou-se uma corrida muito duro. Dei tudo o que tinha, mas não estava muito bem posicionado quando os adversários atacaram. Talvez tivesse conseguido ir com eles se estivesse mais bem posicionado. Ainda tentei ir a solo durante uma volta, mas não tive sucesso, até porque houve alturas em que era o único a puxar, porque quem vinha comigo tinha colegas na frente”, comenta João Almeida.

A luta pelo pódio aqueceu nas duas últimas voltas ao circuito. Primeiro isolaram-se Sonny Colbrelli, Remco Evenepoel e Benoit Cosnefroy. Na última volta o francês perdeu o contacto e o belga acelerou o mais possível para tentar descolar o italiano. Como não o conseguiu, o homem que corria em casa fez valer os dotes de velocista para se impor.

Sonny Colbrelly venceu com 4h19m45s (média de 41,393 km/h). Remco Evenepoel ficou com a medalha de prata, com o mesmo tempo do vencedor. Benoit Cosnefroy segurou a medalha de bronze, a 1m44s do vencedor. Depois de João Almeida, chegaram mais dois portugueses, Rui Costa, 18.º, a 9m13s, e Nelson Oliveira, 28.º, com o mesmo tempo. Rafael Reis, Rúben Guerreiro e Rui Oliveira não terminaram a corrida.

“Tínhamos um plano para esta corrida, que passava por eliminar os homens rápidos e todos aqueles que não estivessem num dia bom. Para isso era preciso endurecer a corrida antes de entrar no circuito final. Fizemos bem esse trabalho, mas depois não fomos capazes de concretizar na parte final para entrarmos na discussão da corrida”, resume o selecionador nacional, José Poeira.

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