Os mais distraídos vão pensar que sou tarada, mas perdido por cem, perdido por mil. Siga.
Passei os últimos 5 dias rodeada de homens de meia idade em Lycra, aka MAMILs e confesso que já topei alguns belos traseiros. Infelizmente há pessoal do staff com muito mais sorte do que eu, pois têm a hipótese de realmente ver e tocar os rabiosques. Calma. No TransPortugal temos uma versão própria das cinquenta sombras. São cinquenta sombras de vermelho. Não mete chicotes, algemas nem cabedal (lamento desapontar-vos), mas sim toalhetes, Halibut e Varehsive. Por aqui, a pergunta “como é que tratas do teu rabo?” é uma forma perfeitamente aceitável de meter conversa com o proprietário de algum traseiro mais carismático. No fundo, é um desbloqueador de conversa. As respostas variam um bocado. Desde um “é realmente tudo uma questão de gestão do rabo” ao “não tenho problemas, o truque é estar sempre bem limpo e beber muita água”, há estratégias para todos os gostos. Mesmo assim, subsistem problemas. Aí entra a nossa equipa médica.
Toda esta conversa de rabos pede uma história de amor. Portanto vamos falar de Ópera: Aida, de Verdi. Aida era uma escrava etíope adorada por Radamés…pronto, triângulo amoroso, guerra, morte, música sublime. Por isso veio à baila quando falava com o Raffaelle Verzella (379, 25th na etapa de hoje), um fã de Verdi. Raffaelle é italiano e vive em Génova, onde tem uma agência imobiliária há mais de 37 anos. Num tom um pouco mais sério, segundo Raffaelle, os bancos europeus têm as necessidades de financiamento asseguradas. O problema agora é a confiança. Verdade Raffaelle, totalmente de acordo. Raffaelle tem um filho de 19 anos, que faz motocross, e treina geralmente 3 vezes por semana, excepto quando se prepara para as provas, treinando então 4 vezes. Tímido, Raffaelle sorri quando fala dos tempos em que ia dançar para as discotecas, nos anos oitenta. Sabemos que gosta muito de salada de polvo. Oh, “O Polvo!”
A propósito, quem já ouviu falar do Côte d’Or? Vocês é mais barrinhas e gel da Sponser, não é? No caso dos atletas Paul-Hervé Theunissen (241, 31º na etapa de hoje), Tom Vander Zande (514, 48º na etapa de hoje) e Miguel Tyteca (520, 53o lugar) não, porque são todos belgas. O Paul-Hervé é já um “habitué” do TransPortugal, tendo ganho a alcunha de “Pedras Man” porque tem uma fixação por água das pedras. O Paul-Hervé tem 59 anos e é casado com uma atleta com quem já esteve numa edição anterior do TransPortugal. O Paul-Hervé tem 4 filhas. Sortudo! É por isso que anda sempre a rir. O Paul-Hervé trabalha na Comissão Europeia e é um fã de Portugal. É recíproco. Portugal adora-o também.
Se ligares ao Marco e fores mulher, pode ser coisas uma coisa do género “olá carinho”. Quanto ao Alexandre, fala com ele sobre a novela da noite. Queres saber mais? Ahhh vou fazer de Sherazade e deixar-te à espera. Confia em mim: ando com eles debaixo de olho.
Pois claro, o Alexandre Guilhoto ganhou a camisola amarela esta noite.
Alexandre, tu és Grande!
Então e que vão fazer os nossos fofos amanhã? A 5ª etapa vai de Castelo de Vida até Évora. São 171km com 1709 metros de ganho de elevação. Começa com uma subida de cerca de 3km, em calçada medieval, seguem-se uma descida e uma subida até Carreiras. A fase seguinte são 140km de “planície portuguesa” (suaves, mas cansativas, subidas e descidas). Vão adorar o Ecorkhotel. Vocês merecem.
A 14 de Maio de 1878, a Vaselina foi vendida pela primeira vez (as coisas que se descobrem). Neste 14 de Maio, vais fazer a 5ª etapa do TransPortugal. Cuida do teu traseiro. E mais não digo.
Mais informações em www.ciclonatur.pt, siga todas as novidades no Facebook da TransPortugal.
TransPortugalRace 2015 by Garmin – Day 4
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