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Nelson Oliveira foi o resistente português no festival de van der Poel

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Nelson Oliveira, 46.º classificado, foi o resistente da Seleção Nacional na prova de fundo do Campeonato Mundial de Estrada, uma corrida que consagrou o neerlandês Mathieu van der Poel como novo dono da camisola arco-íris, após 271,1 quilómetros, entre Edimburgo e Glasgow.

Mathieu van der Poel caiu mas conquistou o arco-íris na prova de fundo do Campeonato do Mundo de Ciclismo
Picture by Alex Broadway/SWpix.com

A corrida deste domingo foi a demonstração de que, por vezes, a realidade pode assemelhar-se muito à ficção. Não faltaram quedas, chuva, um percurso exigente, uma postura agressiva dos principais candidatos. Mas também aconteceu o inaudito. Uma manifestação manteve a corrida parada durante cerca de uma hora, ainda no troço de ligação entre Edimburgo e o circuito citadino.

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Antes disso, no percurso neutralizado entre a partida simbólica e o km 0, os corações portugueses bateram mais forte. Tudo porque João Almeida caiu. O susto foi grande, mas as lesões – que serão reavaliadas após a prova – não impediram o corredor de seguir em prova, apesar de algumas escoriações e uma dor no pescoço nos momentos imediatos à queda.

Após a paragem forçada, o pelotão acelerou vertiginosamente rumo a Glasgow. Mais do que alcançar os fugitivos, o ritmo visava a colocação na entrada do circuito. Quem não chegasse bem, dificilmente conseguiria um bom resultado. “O sr. Poeira avisou-nos disso logo de manhã, mas não consegui entrar bem colocado. E, num circuito que parecia um critério, isso paga-se caro”, disse Rúben Guerreiro, um dos três portugueses que não terminaram a corrida.

André Carvalho, que, tal como Rúben Guerreiro, abandonou quando faltavam cinco das dez voltas ao circuito, corrobora a ideia. “Desde a paragem a velocidade foi sempre a ‘top’. Fiquei para trás no momento em que caiu o Fernando Gaviria e já não consegui chegar à frente. No lugar em que se entre no circuito é onde se fica. Vamos passando corredores, mas há ‘cortes’ à frente e temos de perseguir outra vez”, descreve o minhoto. João Almeida desistiria uma volta mais tarde, quando começou a chover e o corredor, já a pedalar no segundo pelotão, jogou pelo seguro e optou por não arriscar nova queda.

Nelson Oliveira deu mais uma vez mostras de espírito de sacrifício e de abnegação concluindo a corrida no 46.º lugar, a 14m13s do vencedor. O bairradino fez parte de uma minoria, dado que, dos 195 corredores inscritos, apenas 51 chegaram ao fim.

“Era uma corrida muito técnica com um circuito final em que ou se estava bem colocado e se tinha pernas ou não era possível um bom resultado. No meu caso, até estava bem colocado, mas a fadiga foi-se instalando. A corrida fez-se muito dura. Tentámos honrar a camisola. Infelizmente, não foi possível melhor, mas sexta-feira há mais”, afirmou Nelson Oliveira, já a pensar no contrarrelógio.

A luta pela vitória juntou nas últimas duas voltas um quarteto de luxo: Mathieu van der Poel, Wout van Aert, Tadej Pogačar e Mads Pedersen. A pouco menos de 25 quilómetros do final, o neerlandês aproveitou uma das muitas rampas do circuito e isolou-se. Quando se pensava que estava encontrado o vencedor, a realidade imitando os truques que a ficção usa para prender os espectadores pregou mais uma partida.

Mathieu van der Poel caiu, sofreu escoriações e partiu o sapato direito. Mas rapidamente retomou a marcha e pôde, finalmente, comemorar um título que há muito perseguia. Cortou a meta com 6h07m27s (média de 44,267 km/h). O belga Wout van Aert gastou mais 1m37s e ficou com a medalha de bronze. Enquanto o esloveno Tadej Pogačar bateu o dinamarquês Mads Pedersen na luta pela medalha de bronze, chegando ambos a 1m45s do vencedor.

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