O ciclista bairradino completou os 31 quilómetros, entre o centro da cidade de Bergen e o alto do Monte Fløyen, em 46m09,52s. Nelson Oliveira fez uma corrida de grande nível, sempre em crescendo, melhorando de ponto intermédio para ponto intermédio. Cortou a meta apenas a 7 segundos do pódio.
O holandês Tom Dumoulin teve uma vitória incontestável, com 44m41s, deixando o esoloveno Primoz Roglic, vencedor da Volta ao Algarve em 2017, a 57,79 segundos. O terceiro, a 1m21,25s, foi o britânico Christopher Froome. Nelson Oliveira ficou a 1m28,52s do vencedor.
“Estou muito contente com o quarto lugar. É verdade que se fica à porta da medalha, mas o ciclismo é mesmo assim, alguém tem de ser quarto. Já no ano passado me aconteceu no Campeonato da Europa. Estou contente. Agradeço à Federação, à minha equipa e a toda a minha família por este momento”, afirmou o corredor luso.
“A verdade é que não estava à espera de fazer este resultado, mas senti-me bem em todo o percurso. Sabia que tinha de regular para a última subida. Muitas pessoas vão perguntar se a troca de bicicleta foi uma boa opção. Perdi algum tempo na mudança, mas foi a melhor decisão. Tenho a certeza de que, com a bicicleta de contrarrelógio não faria a subida que fiz. Reconheço a chuva na última série pode ter-me favorecido”, acrescentou Nelson Oliveira.
O selecionador nacional, José Poeira, também se mostrou feliz, após ver o pupilo bater-se de igual para igual com os melhores do mundo. “Foi daqueles contrarrelógios que dá gosto ver. O Nelson revelou grande maturidade na forma como geriu o esforço e tecnicamente esteve impecável, fazendo sempre as melhores trajetórias”, considera o responsável técnico.
A mudança de bicicleta, decidida por consenso entre o corredor e o selecionador, foi determinante, na opinião de José Poeira: “Subir em contrarrelógio é diferente de subir em pelotão, e o Nelson sobre melhor em contrarrelógio. A troca de bicicleta foi fundamental para o resultado obtido”.
Rui Costa foi o outro representante nacional no contrarrelógio de hoje, terminando na 33.ª posição – entre 65 participantes –, a 3m10,54s do vencedor. “”Tive boas sensações e controlei a prova dentro das minhas expectativas. Consegui produzir os ‘watts’ que tinha definido para esta prova. É certo que depois da recuperação pós-Vuelta, este contrarrelógio ajuda a ganhar ritmo para a prova de fundo, mas o objetivo principal não era esse, mas dar o meu máximo”, disse Rui Costa, no final do exercício individual.