Luís Ángel Maté (Euskaltel-Euskadi) está a fazer por estes dias uma “volta da Volta a Espanha”, de Santiago de Compostela até casa, em Marbella, num exercício de quase mil quilómetros de regresso “às origens do ciclismo”.
Nesta “vuelta de la Vuelta”, Maté tem pela frente quase mil quilómetros desde o local habitual de culto e peregrinação – e também ponto de referência para muitos ciclistas -, onde terminou a Volta a Espanha, até ao sul, e à Marbella a que chama casa.
A descomprimir da última grande Volta do ano, pôde ainda dar foco e destaque ao seu intento de fazer dos quilómetros pedalados em cicloturismo “uma maneira de reivindicar as origens do ciclismo”.
Na viagem, apaixonou-se por Portugal, revela.
“Conhecia bem o Algarve, é próximo de casa e aí tinha ido mais vezes, mas o Norte e as zonas que atravessei… É estupendo, com pessoas muito acolhedoras e gastronomia muito excecional, com paisagens e caminhos maravilhosos para o cicloturismo. É um país que me agrada muito”, declara.
Antes, já tinha passado pelo país em 2020, para correr a Volta ao Algarve, então ainda ao serviço da francesa Cofidis, em duas presenças fugazes numa carreira longa entre o pelotão de elite europeu.
Aos 37 anos, o corredor viveu a 10.ª Vuelta do palmarés, acabando em 30.º, no regresso à ribalta da ‘renascida’ Euskaltel, e decidiu embarcar numa viagem até casa diferente, que mostrasse outra relação com a bicicleta.
Sem o campeão da Volta a Portugal em 2013, vem descendo pela península e, à Lusa, não deixa de comentar as “possibilidades tremendas” do ciclismo português, que “merece uma equipa própria de elite”, até porque ele próprio esteve quase a correr em solo luso.
“Quase assinei contrato com eles, não o fiz, mas gostava. Porque não [correr em Portugal]? A Volta a Portugal sigo-a sempre e agrada-me muito”, comenta.
A estrada continua debaixo de duas rodas até sábado, com quilómetros e quilómetros para pedalar até poder “aproveitar para estar com a família e descansar”, mas as pernas pesam menos agora do que na Vuelta.