A W52-FC Porto quer prolongar a hegemonia na Volta a Portugal em bicicleta e nem a recente queda do campeão em título, João Rodrigues, abala a confiança da equipa, apesar de Nuno Ribeiro alertar para a falta de referências.
Neste momento, segundo Nuno Ribeiro, a ideia da W52-FC Porto passa por “um determinado objetivo, que é ganhar a Volta a Portugal, e depois tentar fazer com que seja como nos outros anos ou parecido com os outros anos”, quando tiveram mais do que um ciclista no pódio final, e, se nessa luta, conquistaram outras classificações, o que “é sempre bom para o atleta e para a equipa”.
O vencedor da Volta de 2003 reconheceu à Lusa que uma queda “afeta sempre alguma coisa” na moral da equipa, principalmente no dia em que acontece. “Depois, no dia a dia, consoante a recuperação do atleta for boa, acho que não vai afetar em nada. Os dias de segunda e terça são os mais complicados, porque são os dias em que eles sentem mais dores, mas penso que a partir daí recuperam para estar bem no início da Volta”, disse.
Nuno Ribeiro está mais preocupado com a falta de referências que tem dos adversários, devido à longa paragem competitiva motivada pela covid-19, mas acredita que todos os candidatos estão no mesmo patamar.
“O Grande Prémio de Torres Vedras já permitiu ver como estão as equipas, pelo menos grande parte delas, e, a partir daí, vamos ver se as estrangeiras vêm com ideias de discutir a Volta a Portugal, mas penso que vamos estar bem”, declarou.
O diretor dos ‘dragões’ analisou ainda o percurso “totalmente diferente dos outros anos”, salientando que “foi o que se arranjou no meio de toda esta pandemia, foi aquilo que se pôde fazer”.
“Não há muito a criticar em relação a isso, é melhor este tipo de situação do que não termos nada. Eles [organizadores], começando em Fafe e acabando em Lisboa, também têm de tirar partido disso, mas para as equipas ou para o espetáculo, se calhar, não é tão bom, porque se vai centrar tudo nos primeiros dias, e depois há etapas de chegadas ao ‘sprint’”, destacou, referindo-se ao facto de as quatro primeiras etapas em linha terem três chegadas em alto, as únicas desta edição especial.
A ‘bolha’ em que terão de viver, entre os dias anteriores ao arranque da corrida, em Fafe, no domingo, e 05 de outubro, data do final da edição especial, em Lisboa, até torna mais fácil, para Nuno Ribeiro, liderar os seus ciclistas, “porque eles estão mais centrados na Volta a Portugal”.
“Acabam por ter de se sacrificar um bocado mais, mas é só mais uns dias e vão poder estar com a família e com os filhos. Acho que já estão habituados a isso. Estivemos em estágio entre todos, 18 dias”, revelou, antes de considerar que essa experiência acaba por ser uma mais valia, uma vez que o convívio torna os colegas “quase uma família”.
Equipa: João Rodrigues (Por), Ricardo Mestre (Por), Daniel Mestre (Por), Gustavo Veloso (Esp), Rui Vinhas (Por), Amaro Antunes (Por) e Samuel Caldeira (Por).
Diretor desportivo: Nuno Ribeiro.