O espanhol Gustavo Veloso (W52-FC Porto), líder da classificação geral da Volta a Portugal após a quarta etapa, mostrou-se hoje feliz pelos resultados da equipa, enquanto a Jóni Brandão (Efapel) “faltaram pernas”, mas o ciclista promete não desistir.
“Fiz uma grande subida. Os rivais complicaram muito as coisas, sabem que sou mais pesado e que subo ‘a passo’. Fizeram muitos arranques e sofri muito na montanha. Na parte final, consegui dar 200% e ainda ganhei uns segundos à concorrência. (…) Temos muita gente para defender a camisola e um João Rodrigues fortíssimo, e se eu falhar pode colher a responsabilidade”, explicou o camisola amarela.
Veloso foi segundo na etapa, a um segundo do colega de equipa João Rodrigues, que venceu no alto da Torre e subiu ao segundo lugar da geral individual, num ‘top 10’ que conta ainda com Edgar Pinto em sétimo, enquanto António Carvalho é 11.º e Ricardo Mestre 14.º.
Na geral, o espanhol segue líder, com 13 segundos de vantagem sobre Rodrigues, enquanto García de Mateos fecha o pódio, a 20 segundos, com Jóni Brandão mais longe, tendo caído para quarto, a 27.
O vencedor na Torre estava incrédulo com o triunfo, aos 24 anos, mas admitiu que a ‘mítica’ subida assenta nas suas características e foi “o culminar de muito trabalho” da equipa.
“Com a geral como estava, com cinco atletas nos primeiros lugares, podíamos atacar com um ou outro dos nossos. Estamos na frente, os rivais é que tinham de atacar”, observou o ciclista.
O português quer levar a Volta “um dia de cada vez” e descartou comentar as suas possibilidades de vitória, até porque vê Veloso “muito bem” e o objetivo “não é dar espetáculo, é ganhar a geral” para os ‘azuis e brancos’.
Apontado como o principal adversário da equipa que vence a prova desde 2013, Jóni Brandão estava resignado e deu “os parabéns ao Porto”: “Não tive pernas, simplesmente, mas continua tudo em aberto”, admitiu.
O chefe de fila da Efapel diz continuar a “acreditar” e recusou comentar “a estratégia das outras equipas” na subida, em que tentou atacar, manifestando-se pouco preocupado.
“Continuo a acreditar na minha equipa e em mim. Continuamos com as mesmas possibilidades de vencer a Volta”, atirou.
O melhor corredor do Sporting-Tavira à geral é agora Frederico Figueiredo, em 12.º, que estava feliz pela “chegada espetacular” e “muito bonita, com muita gente”, em que terminou em 10.º, próximo do grupo dos favoritos.
“Queria atacar no último quilómetro, mas faltaram-me as pernas. Tenho pena de ter perdido aquele tempo na segunda etapa, com uma queda em que uma pessoa do público me tirou a bicicleta”, lamentou.
O objetivo, esse, continua a ser “discutir a Volta”, depois de “uma batalha na Torre” que afastou dos primeiros lugares outros membros da equipa, como Tiago Machado ou o espanhol Alejandro Marque.