Câmaras térmicas vão ser utilizadas na Volta a França para combater a fraude tecnológica, anunciou esta segunda-feira o secretário de Estado francês do Desporto, Thierry Braillard.
Essas câmaras térmicas permitem detetar motores instalados nas bicicletas e foram desenvolvidas pela Comissão de Energia Atómica, a pedido do Governo francês.
“É muito importante detetar a batota”, disse o presidente da União Ciclista Internacional (UCI), Brian Cookson, presente em Paris juntamente com Braillard, com o ministro francês da Investigação do Ensino Superior, Thierry Mandon, e com o diretor do Tour, Christian Prudhomme.
Esta tecnologia foi utilizada de forma experimental nos campeonatos de França, no fim de semana, revelou o presidente da Federação Francesa de Ciclismo, David Lappartient. “Os testes foram conclusivos. Até um motor desligado poderia ter sido detetado”, acrescentou.
O tipo de câmara a utilizar entre 2 e 24 de julho na Volta a França poderá ser operado a partir de uma mota ou na beira da estrada e o seu uso será feito em complementaridade com o método de ressonância magnética, já utilizado nas partidas e nas chegadas.
Braillard sublinhou que o Governo francês está a preparar legislação para tornar a fraude tecnológica ofensa criminal.
O primeiro caso comprovado de utilização de um motor foi detetado em janeiro na bicicleta da belga Femke Van den Driessche nos Mundiais de ciclocrosse. A ciclista, de 19 anos, foi suspensa por seis anos e multada em 20.000 francos suíços (cerca de 18.800 euros).