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A União Velocipédica Portuguesa – Federação Portuguesa de Ciclismo comemora hoje, 14 de dezembro de 2016, o 117.º aniversário. É a mais antiga Federação desportiva portuguesa em atividade.

Ao longo de mais de um século foram muitas as figuras e os acontecimentos que fizeram do ciclismo uma das modalidades mais populares em Portugal.

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Mesmo antes do nascimento da Federação, já se pedalava com sucesso, como veremos nesta breve cronologia do ciclismo nacional:

1894
É inaugurado o Velódromo Rainha Dona Amélia, no Porto. Situa-se nas traseiras do Palácio das Carrancas, que hoje alberga o Museu Nacional Soares dos Reis.

1897
José Bento Pessoa, que atualmente dá o nome ao estádio da Figueira da Foz, assume-se como o primeiro ídolo do ciclismo luso, batendo o recorde mundial de 500 metros no Velódromo de Chamartin, Madrid.

1899
Respondendo ao crescente interesse pelo ciclismo e pelas bicicletas, realiza-se, às 21h00 do dia 14 de dezembro, na sede do jornal “O Tiro Civil”, em Lisboa, a Assembleia Geral fundadora da União Velocipédica Portuguesa.

1911
À uma hora e vinte da madrugada do dia 5 de novembro, partem 15 aventureiros para a edição inaugural do Porto – Lisboa. É uma viagem atribulada. Todos os participantes acabam desclassificados, uns por incumprimento do percurso e outros por combinarem entre si a distribuição dos prémios.

1913
Alfredo Luís da Piedade, ao serviço do Benfica, vence a primeira edição da Subida à Glória, evento que a Federação Portuguesa de Ciclismo viria a recuperar, exatamente um século mais adiante.

1927
No mesmo ano em que o Estado Português atribui o estatuto de Utilidade Pública à União Velocipédica Portuguesa, realiza-se a primeira edição da Volta a Portugal em Bicicleta. Tem 18 etapas, entre 26 de abril e 15 de maio. António Augusto de Carvalho (Carcavelos) é o vencedor.

1931
Os duelos que afirmam a rivalidade entre Benfica e Sporting acontecem nas estradas da Volta a Portugal. O benfiquista José Maria Nicolau e o sportinguista Alfredo Trindade encarniçam paixões. Em 1931 e em 1934 impõe-se Nicolau, cabendo a Trindade os louros da vitória em 1932 e em 1933.

1944
No primeiro dia do ano, a União Velocipédica Portuguesa assume a designação – que ainda hoje mantém – de União Velocipédica Portuguesa – Federação Portuguesa de Ciclismo.

1945
Os portugueses começam a dar nas vistas nas grandes voltas internacionais. João Rebelo de Jesus ganha duas etapas na Vuelta, competição que conclui na sexta posição.

1958
O ciclismo é um desporto popular e de massas. Alves Barbosa é o protagonista do filme “O Herói do Dia”, chegando ao cinema depois de vencer a Volta a Portugal em 1951, 1956 e 1958 e de ser décimo no Tour de 1956.

1960
Estreia do ciclismo português nos Jogos Olímpicos, em Roma. Participam Mário Silva – o mais bem classificado, 71.º -, Francisco Valada, José Pacheco e Ramiro Martins.

1969
Joaquim Agostinho participa pela primeira vez na Volta a França, ganhando duas etapas e terminando na oitava posição. Até ao final da carreira triunfaria mais duas vezes em tiradas da “Grande Boucle” – uma delas no mítico Alpes D’Huez – e conquistaria dois terceiros lugares finais. É segundo na Vuelta de 1974, em que alguns dizem ter sido prejudicado pelos cronometristas, e ganha três vezes a Volta a Portugal. Falece em 1984, na sequência de uma queda na Volta ao Algarve, provocada por um cão.

1983
A pista da Moita é palco do primeiro Campeonato Nacional de BMX. Reza a história que o primeiro evento nacional desta vertente é anterior ao Campeonato e tem o dedo de Júlio Isidro, num dos seus “Passeio dos Alegres”.

1984
O sprinter Paulo Ferreira, com as cores do Sporting-Raposeira, alcança a única vitória de uma equipa portuguesa em etapas da Volta a França.

1989
Acácio da Silva vence, pela terceira vez, uma etapa no Tour. O feito garante-lhe a conquista da camisola amarela. Ainda hoje é o único luso a ter envergado o símbolo de liderança na mais importante corrida do Mundo. O currículo do transmontano também conta com três vitórias de etapa no Giro, onde vestiu a camisola rosa.

1990
Realiza-se o primeiro Campeonato Nacional de Cross Country Olímpico (XCO).

1991
As irmãs Carmo e Ivone Carvalho sagram-se campeãs mundiais de ciclismo de pista. É o primeiro título da dupla residente na Alemanha, que também conquistaria a medalha de ouro em 1993 e em 1998.

1992
A estreia do ciclismo feminino luso nos Jogos Olímpicos, em Barcelona, é marcada pelo azar. Ana Barros não chega a competir, devido a um acidente nos treinos. Nos Jogos seguintes, em Atlanta, a minhota é 23.ª classificada.

1994
O Estado Português atribui o estatuto de Utilidade Pública Desportiva à União Velocipédica Portuguesa – Federação Portuguesa de Ciclismo. No mesmo ano disputa-se pela primeira vez o Campeonato Nacional de Downhill (DHI).

1996
Cândido Barbosa é campeão europeu de fundo na categoria de sub-23.

1999
Portugal inicia um intenso processo de internacionalização. Neste ano, Lisboa acolhe o Campeonato da Europa de Estrada para sub-23, Porto de Mós recebe o Europeu de BTT e o Funchal é palco do Campeonato do Mundo de Ciclismo de Sala. Esta mesma competição regressa a solo nacional, em 2009, em Tavira.

2001
O Campeonato Mundial de Estrada, maior evento de ciclismo alguma vez realizado em Portugal, decorre em Lisboa, coroando o espanhol Óscar Freira, na prova de fundo, e o alemão Jan Ullrich, em contrarrelógio.

2004
Sérgio Paulinho é vice-campeão olímpico de fundo, em Atenas. Dois anos antes fora terceiro na prova de contrarrelógio do Europeu de sub-23.

2005
Micael César é campeão mundial e europeu júnior de BMX. Em 2008 seria terceiro classificado na corrida cruiser de elite do Campeonato da Europa de BMX.

2008
Portugal conquista a Taça das Nações de Sub-23 na vertente de estrada, revelando ao Mundo uma nova geração de ciclistas.

2009
Um ano preenchido para o ciclismo português. Nelson Oliveira é vice-campeão mundial de contrarrelógio em sub-23, Ricardo Marinheiro é vice-campeão mundial júnior de XCO e o Velódromo Nacional, em Sangalhos, Anadia, abre portas.

2010
Portugal conquista três medalhas no Campeonato da Europa de Estrada. Rafael Reis é terceiro na prova de fundo para juniores e Nelson Oliveira consegue a prata na corrida de fundo e o bronze no contrarrelógio de sub-23.

2011
O Velódromo Nacional recebe a primeira de quatro edições consecutivas do Campeonato da Europa de Pista para sub-23 e juniores. Esta competição regressa a Sangalhos em 2017.

2012
O BTT português qualifica-se, pela primeira vez, para os Jogos Olímpicos. David Rosa é 23.º em Londres.

2013
Rui Costa sagra-se campeão mundial de fundo em Florença e é eleito Desportista Português do Ano. José Poeira é distinguido com o título de Treinador Português do Ano. Rui Oliveira conquista a primeira medalha do ciclismo de pista luso, prata na prova de scratch do Europeu de juniores. No mundial da mesma categoria, o gémeo Ivo Oliveira foi terceiro na corrida por pontos. O paraciclismo passa a ter um calendário próprio, iniciando-se o caminho que levaria à participação de Portugal nos Jogos Paralímpicos de 2016.

2014
Ivo Oliveira ganha os títulos mundial e europeu de perseguição individual, assim como as medalhas de bronze na prova de omnium do Europeu e de madison do Mundial, esta em dupla com o irmão Rui Oliveira. Por sua vez, Rui Oliveira é terceiro no Europeu e no Mundial na disciplina de scratch.

2015
Portugal consegue, pela primeira vez, classificar quatro corredores no Ranking WorldTour: Rui Costa, Nelson Oliveira, André Cardoso e Tiago Machado.

2016
Tiago Ferreira é campeão mundial e vice-campeão europeu de maratona BTT. Ivo Oliveira consegue a medalha de prata em perseguição individual e a de bronze em omnium no Campeonato da Europa de Pista para sub-23. Maria Martins alcança a primeira medalha do ciclismo feminino nacional. É vice-campeã júnior de scratch.

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