O TransPortugal não é só para atletas. Qualquer um pode acompanhar a prova no local, passear, visitar os monumentos e lambuzar-se com as melhores iguarias do mundo (uma dura realidade para os adeptos de dietas). Se andas a bezerrar por casa, deprimida, despenteada e de roupão, vem daí ver estas “belezas” nos melhores spots do país! Isto aplica-se a mulheres e homens, porque ser uma Dona de Casa Desesperada é um estado de espírito e podes optar por não ser mais uma.
Além disso, há atletas que não conseguem estar separados/as dos seus parceiros/as. Chamem-lhe química, cheiro, universo a conspirar, almas gémeas, paixão, amor, amor. E assim temos por cá 13 acompanhantes de atletas: 11 mulheres, uma menina e um cavalheiro (adoro esta palavra).
A Christel Strauss de Upington (Northern Cape, África do Sul) foi professora durante 26 anos antes de ter o seu negócio de NBI (coaching, algo assim). Christel adora acompanhar o marido, François Strauss (531 – 78o hoje). A brasileira Izabella Testa veio ao TransPortugal com o marido Leonardo dos Santos (522 – 21o de hoje) e a filha Luana. A Izabella gere duas franquias em Araxá, Minas Gerais, a CacauShow e a The Love Brands (eu sabia!). “Como fizeste para poder vir Izabella?” “Muito planeamento”, responde. A Maria Teresa dos Santos, também brasileita, apressa-se a concordar. Maria Teresa teve de tirar uma licença para vir acompanhar o Clécio Bazanelli (521 – 50o lugar), pois é professora de inglês e o ano lectivo está em curso. Maria Teresa é de Ibitinga, capital do bordado, no Estado de São Paulo. Jacki, de Cape Town, é uma fotografa freelancer, o que lhe permitiu acompanhar o seu adorado TJ Duncan (544 –84oda etapa), sul africano, a trabalhar para a Sky, em Londres. TJ confessa que não treinou o suficiente, mas sorri: Jacki dá-lhe imenso apoio, tem sempre prontas as recovery drinks. Coraçõezinhos flutuam no ar. Se elas conseguiram vir, tu também consegues.
Talvez devido à Cape Epic race, talvez porque sim, temos 15 atletas da África do Sul no TransPortugal deste ano. Malcolm Dods (310) chegou em 5o. A propósito, o Malcolm veio com a Leslee. Cuidado com ele: é o criador do nickname “Mestre da Dor”. Herman Heunis (558) ficou em 9o lugar na etapa de hoje. O sul africano seguinte foi Graeme Cumming (547) em 31o. Matthieux Miller (552) e Vaugh Roux (553) chegaram ex-aequo no 34o lugar. Kelvin Bingham (508) ficou em 47o. Kelvin é o atleta mais novo em prova. Tem 21 anos, parece um príncipe e pedala com o pai, Derrick Bingham (507), que ficou em 48º hoje. Kelvin, já não és um puto, mesmo que o Derrick pense o contrário. Ah, e a mãe é portuguesa, de Guimarães.
James Jacobs (510) e Louise Rensburg (541) estão ambos no 67o lugar da etapa. Os seguintes foram Nicolaas Jacobs (540) em 72o lugar, Robert Viljoen (509) e Adriaan Strauss (480) juntos no 74º, François Strauss (531) no 78o e finalmente Bertus Kilian (530) e TJ Duncan (544) ambos no 84o lugar.
Que dia! A etapa foi ganha pela Kate Aardal (341, NO), em segundo lugar ficou o Alexandre Guilhoto (564, PT), seguido pelos Pat Dodge (446, CA), Ricardo Gonçalves (549, PT) e Malcolm Dods (310, SA).
E finalmente temos o Zbigniew Wizner (423)! Querem um drama épico dos tempos modernos, entre um filme da Disney (porque o Zbigniew é a pessoa mais simpática do mundo) e o The Terminal? O Zbigniew é polaco, mas vive em Estocolmo, onde tem uma empresa de construção. O plano era chegar directamente a Lisboa, com a TAP, na sexta à noite. Tudo confirmadíssimo, sem stresses. Pois… era, mas não foi. O Zbigniew ficou sucessivamente retido em aeroportos, primeiro em Estocolmo, depois em Bruxeles, já num qualquer plano B que o traria até ao Porto no Sábado. Desistir? Nem pensar. O Zbigniew veio direitinho via: Bruxelas, Francoforte, Genebra e Porto. Ele chegou. Mas a bagagem não, nem a bicicleta. E assim o Zbigniew perdeu a primeira etapa. A bicicleta acabou por chegar e foi o suficiente: Zbigniew meteu-se numa loja desportiva e comprou tudo o resto. Ainda sem bagagem, Zbigniew atirou-se à montanha para sacar um fantástico 11º lugar na segunda etapa. Fryderyk Franciszek Chopin (aka Frédéric Chopin), o polaco, fez música para pessoas assim.
Então e que me dizes acerca da Polónia? E o homem só me falava do BTT: as Tatra, as montanhas mais elevadas da Polónia, e a Beskidy MTB Trophy, a mais dura prova da Europa Central. Por isso o Zbigniew é tão fantástico. O BTT está-lhe no sangue.
A 3ª etapa amanhã vai da Guarda até às Penhas da Saúde. São 95km com 3376m de ganho de elevação. Começam com a descida romana do Tintinolho: 3 km de descida técnica, em calçada romana, para sacudir o esqueleto. Assim se prepara a subidinha seguinte, Santinha (1595m), coisa levezinha, a julgar aqui pelo perfilzinho (diminutivos ajudam sempre em subidas) &%$#! Mas o ponto mais alto será já em Piornos. 1610m de altitude, já perto do final. A subida de Manteigas para Piornos é a mais longa de toda a prova: 19 km de subida com um acumulado de cerca de 1000m. O lado bom (LOL) é o vale glaciar da Serra da Estrela. Paisagens espectaculares para suavizar a aspereza da subida. Vá, eu sei que vão praguejar, pois vão?
Em 12 de Maio de 1958, “Nee Nee Na Na Na Na Nu Nu” dos Dicky Doo & The Don’ts atingiram o top. Neste 12 de Maio, tu vais-te nee nee na na na nu nu na terceira etapa do TransPortugal. Tenta chegar inteiro. Mas gosto de ti de qualquer maneira. Desesperadamente.
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TransPortugalRace 2015 by Garmin – Day 2
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