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Sobre que trata, verdadeiramente, “A Forma da Água”, vencedor do Óscar de melhor filme, no início deste ano? Que quis dizer Guillermo del Toro, ao ponto de ameaçar retirar se caso o filme não fosse bem-sucedido? À superfície, sim, percebe-se: procurou uma beleza feminina tão depurada que lhe retirou a voz que nem excesso de maquilhagem. Uma mulher tão normal quanto as demais, mas vista de perto.

Já o homem anfíbio, ele libertado e salvo por ela, tão forte e fragilizado, que nos dizem? É o homem irreal de Elisa ou o homem novo em busca do seu habitat num mundo que o desconhece? Ou é Elisa todas as mulheres e ele todos os homens, condenados à partida? Provavelmente, nada disto, parte disto ou só uma estética da nossa atração e ligação à água.

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A forma da água é a forma humana, a origem de tudo, o durante da nossa presença terrena e o reduto da nossa sobrevivência. Á água é âmago e identidade. Por fora, alimento, bem estar e necessidade.

Por estas bandas, entre Chaves e o Peso da Régua, muito mais haveria a dizer sobre a água. Desde logo a própria Chaves (Aquae Flaviae) é dotada de um balneário termal romano que remonta ao séc. IV. De seguida, a freguesia de Vidago, a cerca de 15km, onde confluem o rio Avelames e a Ribeira de Oura, conhecida pelas suas águas gasocarbónicas e águas termais de grande alcalinidade, como é o caso da água de Carvalhelhos.

Portanto, orgulhosos das nossas águas, pois, afinal, até o vinho tem água… e a cerveja também. A região é, pois, uma região de águas, de fantásticos vinhos, incluindo, claro, o vinho do Porto, tudo para acompanhar com o queijo, as farinheiras e os presuntos da região.

Foi um belo dia quente, com temperaturas a atingir os 29ºC e, portanto, um dia de muita sede. A alegria e a diversão foram gerais. Todos os 88 atletas em prova cortaram a meta dentro do tempo regulamentar, mencionando a beleza dos trilhos. A etapa foi vencida por Pedro Simas (PT)-296 (equipa EUROPCAR e FUNDO IMM-LAÇO: A CAMINHO DA CURA), seguido de Ricardo Carvalho (PT)-319 (equipa EUROPCAR), que realizou o melhor tempo da etapa por não ter handicap.

Colada a Ricardo chegou ainda Jeannie Bomford (ZA)-765 e, depois, Manuel Melo (PT)-667 (PEDRAS BIKER’S TEAM), Monica Glover (ZA)-739, João Urbano Dias (BR)-718 (AAZ TEAM), Jill Cederholm (US)-762 (KUHL CYCLE TEAM), José Lima de Almeida (PT)-756 360º (Bike-Trail / Solférias), Martin Dreyer (ZA)-708 e Francisco Carneiro (PT)-262 (EUROPCAR). De salientar a presença de 3 mulheres no grupo dos 10 primeiros. Aparentemente, Martin Dreyer está destinado a realizar as tarefas domésticas lá em casa, à conta de perder a aposta com a sua mulher Jeannie. A ver vamos como decorre esta novela doméstica.

A animada equipa Kalorias/LMS/EMIÁTOMO, da zona de Sines/Santiago do Cacém, composta por Nelson Guia (PT)-750, Nuno Nogueira (PT)-728 e Fábio Costa (PT)-727 conquistou as posições 18ª 23ª, 56ª.

Tal como a primeira etapa que se realizou hoje, também a segunda etapa da TransPortugal Europcar Race 2017, de Peso da Régua a Viseu, foi concebida em 2017, tratando se, portanto, de trajeto ainda com pouca tradição na TRANSPORTUGAL.

A segunda etapa tem um total de 91km, com um ganho de elevação de 2656m. Cerca de 29km serão em alcatrão fora de aldeias ou vilas. A etapa inicia com a desafiante subida, de cerca de 15km, até à Serra das Meadas, com inclinações entre os 3% e os 26%. Segue-se uma paisagem tranquila, com centenas de eólicas até Pretarouca e depois algumas aldeias, como a inesquecível Moura Morta. Outros pontos de destaque do dia são as passagens pelas poldras dos rios Paivô e Paiva: belíssimas oportunidades para molhar os pés ou, para os mais descontraídos, mergulhar nas cristalinas águas nacionais. A paisagem vai mudando lentamente, numa viagem no tempo até Viseu.

Texto: Florbela Pires
Fotos: Pedro Cardoso

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