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O irlandês Daniel Martin venceu hoje a sexta etapa da Volta a França em bicicleta, com um ataque autoritário na chegada a Mûr-de-Bretagne, dia em que dois favoritos, Romain Bardet e Tom Dumoulin, se atrasaram com problemas mecânicos.

No final dos 181 quilómetros de tirada, com início em Brest, o belga Greg van Avermaet (BMC) chegou no primeiro grupo de perseguidores, a três segundos do vencedor, e segurou a liderança, mas a camisola amarela ficou presa por apenas três segundos, face à aproximação do britânico Geraint Thomas (Sky), que resgatou o segundo posto ao norte-americano Tejay van Garderen (BMC).

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O francês Pierre Latour (AG2R La Mondiale) foi o segundo a cruzar a meta, a um segundo de Dan Martin (UAE Emirates), enquanto o espanhol Alejandro Valverde (Movistar), terceiro, encabeçou o primeiro grupo, no qual seguiam os principais nomes do pelotão, mas com exceções importantes.

Van Garderen perdeu seis segundos e Chris Froome (Sky), candidato a uma quinta vitória no Tour, foi 18.º e gastou mais oito segundos do que o irlandês, mas o colombiano Rigoberto Uran (Education First-Drapac), segundo classificado em 2017 atrás do britânico, fez um pouco pior, chegando na posição imediata, a 11 segundos do vencedor.

A curta subida final, com dois quilómetros e inclinação média de 6,9 quilómetros, obrigava os favoritos a mostrarem-se, mas Bardet (AG2R La Mondiale), terceiro classificado no ano passado, e sobretudo Dumoulin nem tiveram hipótese de medir forças com os rivais, devido a problemas mecânicos.

O francês parou a quatro quilómetros da meta com a roda traseira danificada e tomou a bicicleta do colega Tony Gallopin para cruzar a linha 31 segundos depois de Martin, enquanto o holandês, vencedor da Volta a Itália em 2017, sofreu um furo antes dos cinco quilómetros finais e o seu atraso cifrou-se em 53 segundos.

Indiferente aos azares alheios, Martin atacou a cerca 1.200 metros da meta, para ir em busca da sua segunda vitória no Tour, depois da que alcançou em 2013. Num final à sua medida, o irlandês surpreendeu rivais como Valverde ou o francês Julien Alaphilippe (Quick-Step Floors).

“Havia vento de frente. Pensei que talvez fosse um pouco cedo, mas não queria perder a oportunidade. Se esperasse pelo ‘sprint’, perdia. Sentia-me forte e disse a mim mesmo que, se fosse alcançado, poderia ficar na roda. Senti a presença de um corredor [Pierre Latour] atrás de mim, mas nem pensei. O que vier agora é um bónus, após a etapa de hoje. Mas estou ansioso por ver o que posso fazer na geral”, afirmou Martin, sexto no Tour em 2017, a sua melhor classificação na prova francesa.

Aos 31 anos, este irlandês, que ostenta no palmarés os triunfos nas clássicas Liège-Bastogne-Liège (2013) e Volta à Lombardia (2014), é um candidato ao ‘top-10’ no Tour.

A fuga de cinco corredores iniciada pouco depois da partida (Gaudin, Grellier, Pichon, A. Turgis, Smith), que chegou a ter uma vantagem superior a sete minutos, perdeu boa parte do avanço a cerca de 100 quilómetros do final, com as movimentações no pelotão. O último resistente, o francês Fabien Grellier, foi apanhado antes da primeira passagem no topo de Mûr-de-Bretagne.

Na sexta-feira, o pelotão enfrenta a mais longa etapa da corrida, a sétima, com 231 quilómetros essencialmente planos, a ligar Fougères a Chartres, e propícios a um final ao ‘sprint’.

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