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O italiano venceu a segunda etapa da Volta à França e vestiu a camisola amarela logo ao segundo dia da competição. Nibali festeja o seu triunfo na segunda etapa do Tour.

Vincenzo Nibali, campeão italiano de estrada, conquistou neste domingo a segunda etapa da Volta à França em bicicleta e garantiu a conquista da camisola amarela, símbolo do líder da prova. O triunfo consumou-se nos últimos dois quilómetros dos 201 que ligaram York a Sheffield, ainda em território britânico. Foi nesses 2000 metros finais que Nibali resolveu atacar e superiorizar-se à concorrência, numa etapa com nove contagens de montanha mas em que não se esperava que os principais candidatos atacassem.

“Foi um dia fabuloso”, afirmou Nibali no final da tirada. “Ataquei no momento adequado, mas foi difícil porque o vento soprava forte e de frente. Parecia que os 1500 metros finais nunca mais acabavam”, acrescentou o italiano que venceu pela primeira vez uma etapa no Tour (foi 3.º da geral em 2012).

Primeiro ciclista italiano a vestir a amarela desde Rinaldo Nocentini, em 2009, Nibali, que se sagrou campeão de Itália há apenas sete dias, confessou ainda que estava decidido a vencer. “Queria mesmo ganhar esta etapa”, admitiu o corredor que não teve um início de temporada fácil, tendo mesmo recebido um puxão de orelhas do dono da equipa, Alexandre Vinokourov, que lhe disse para justificar o seu salário.

Apesar de liderar a classificação geral neste momento, Nibali fez questão de lembrar que o seu objectivo é levar a camisola para casa no final da corrida – a última vez que um italiano venceu o Tour foi em 1998 (Pantani), e antes dele é preciso recuar a 1965 (Gimondi). “Sei gerir as situações”, acrescentou o actual campeão italiano que, aos 29 anos, já tem no seu palmarés triunfos nas duas outras grandes provas internacionais: Vuelta 2010 e Giro 2013.

A verdade é que ninguém esperava, nem mesmo o próprio, que Nibali terminaria à frente dos 197 ciclistas que partiram para a segunda tirada — Mark Cavendish desistiu antes do início da tirada devido a uma lesão. As tentativas de fuga sucederam-se, com o luso-francês Armindo Fonseca (Bretagne-Séché Environnement), os franceses Blel Kadri (AG2R), Perrig Quémeneur (Europcar) e Cyril Lemoine (Cofidis), o espanhol David de la Cruz (NetApp-Endura) e o belga Bart De Clercq (Lotto-Belisol), a serem os primeiros a sair.

A fuga do dia foi condenada pelo Holme Moss, a subida mais dura do dia, com 4,7 quilómetros e uma inclinação média de sete por cento, com Kadri a ser o único a sobreviver, até faltarem 37 quilómetros para a meta. Antes da última dificuldade do dia, os franceses Pierre Rolland (Europcar) e Jean-Christophe Péraud (AG2R) atacaram, conseguiram uma margem confortável, permitida pela desorganização que reinava na frente do pelotão, mas desaproveitaram a benesse por não se entenderem no trabalho a dois.


À entrada de Jenkin Road, os favoritos mostraram-se. Primeiro acelerou Contador, para resposta imediata de Nibali, depois foi a vez de Froome, com os candidatos a lançarem um aviso uns aos outros sobre o seu momento de forma. Por entre estas movimentações surgiu Nibali, que aguentou a margem mínima e cortou a linha de meta isolado em 5h08m36s.
Quantos aos portugueses, Rui Costa (Lampre-Merida) sentiu algumas dificuldades na última subida – nos últimos 300 metros ainda procurou alcançar Nibali -, mas conseguiu terminar em 14.º. Tiago Machado (NetApp) concluiu a tirada no 18.º posto. Mais para trás, Nelson Oliveira (Lampre-Merida) foi 88.º a 10.31 minutos, Sérgio Paulinho (Tinkoff-Saxo) fechou em 129.º a 14.48 e José Mendes (Net-App) cortou a meta em 163.º a 19.50.
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