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A Câmara de Torres Vedras decidiu hoje lançar um concurso de 600 mil euros para obras de construção do Museu Joaquim Agostinho, que quer erguer na cidade em homenagem ao ciclista natural do concelho.

“Queremos prestar uma justa homenagem a Joaquim Agostinho e queremos que o museu seja uma referência e possa atrair visitantes nacionais e internacionais, pela importância que o ciclista teve para a modalidade a nível nacional e internacional”, disse à agência Lusa Carlos Bernardes, presidente desta câmara do distrito de Lisboa.

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A proposta de concurso de cerca de 600 mil euros e com um prazo de execução de 294 dias foi aprovada por unanimidade pelo executivo municipal, sendo a despesa repartida entre os anos de 2018 e 2019.

O autarca adiantou que o museu deverá ser inaugurado dentro de ano e meio, tendo em conta que decorre há já vários anos um processo de investigação e de recolha de espólio.

Na reunião de hoje, o executivo municipal decidiu ainda adquirir por 30 mil euros espólio de Francisco Araújo, mecânico de Joaquim Agostinho.

A coleção integra bonés, canetas, porta-chaves, copos, relógios, cinzeiros, postais e calendários de várias equipas, galhardetes e camisolas assinados por Joaquim Agostinho e outros ciclistas, recortes de jornais, fotografias, medalhas de campeonatos do mundo, bicicletas em miniatura, postais enviados por ciclistas e respetivas equipas, cartazes de equipas, azulejos e cerâmica alusiva ao ciclismo, ferramentas, camisolas usadas por Joaquim Agostinho e outros ciclistas, livros de provas e revistas e jornais das décadas de 60 a 80 do século XX.

A recolha de espólio decorre desde 2013, tendo já sido cedido espólio por particulares e pela família do ciclista, como troféus, camisolas amarelas ganhas e a bicicleta com a qual sofreu a queda que lhe causou a morte.

O designer português Henrique Cayatte é responsável pelo circuito expositivo do futuro museu.

O Museu Joaquim Agostinho vai abrir após obras de adaptação do refeitório da antiga fábrica Casa Hipólito, que foi adquirido pela Câmara, na zona norte da cidade.

No interior do edifício, está previsto um espaço para exposições temporárias e permanentes, não só com informação e espólio de Joaquim Agostinho, mas também de outros ciclistas do concelho, como João Roque, camisola amarela na Volta a Portugal de 1963, Joaquim Gomes, camisola amarela da Volta a Portugal em 1989 e 1993, ou Marco Chagas, vencedor da Volta em 1982, 1983, 1985 e 1986.

No exterior, vai ser criada uma zona de lazer dedicada à bicicleta, não só com esplanada e café, mas também com exposição de bicicletas de várias épocas, pista de obstáculos e zona lúdica.

Joaquim Agostinho, natural do concelho de Torres Vedras, nasceu a 07 de abril de 1943 e morreu a 10 maio de 1984, na sequência de uma fratura craniana resultante de uma queda durante a Volta ao Algarve, quando um cão se atravessou à frente da sua bicicleta.

O ciclista foi várias vezes camisola amarela na Volta a Portugal. Em 1972, foi quinto na Volta à Suíça e, nos anos de 1978 e 1979, conseguiu o terceiro lugar na Volta a França. Foi também 16.º no Campeonato do Mundo de Estrada, na década de 1960.

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