Tadej Pogacar disse sentir a cabeça a explodir após ter arrebatado a camisola amarela a Primoz Roglic, que felicitou o seu compatriota e amigo, reconhecendo, contudo, estar desiludido por perder a Volta a França.
“Ainda não estou em mim, vou precisar de tempo. Tenho a impressão que a minha cabeça vai explodir. À partida, já estava contente com o meu segundo lugar e agora tenho a camisola amarela!”, exclamou o jovem da UAE Emirates, que na segunda-feira cumpre 22 anos.
O esloveno deixou palavras de elogio à sua equipa, assumindo-se muito orgulho pelo “enorme esforço” feito pelos seus companheiros, e confessou que “conquistar a camisola amarela no último dia” era aquilo com que todos sonhavam desde o início.
“Conseguimos e é fantástico. Não fui só eu, foi toda a equipa”, pontuou, antes de revelar que fez o reconhecimento dos 36,2 quilómetros entre Lure e La Planche des Belles Filles e que conhecia “todos as curvas, todos os buracos” na estrada no percurso do contrarrelógio que ganhou, com o tempo de 55.55 minutos.
“Dei o máximo até ao fim e consegui. Estava a ouvir no auricular na parte plana, mas na subida não ouvi nada, porque os adeptos estavam a fazer imenso barulho. Não recebi nenhuma indicação de diferenças de tempo, limitei-me a ir ao máximo. Conhecia a subida e fui na máxima força do início até ao topo”, descreveu o ciclista que hoje, além da amarela, conquistou a terceira vitória em etapas, a classificação da montanha e a da juventude.
O grande derrotado da jornada, o também esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), foi ainda mais parco em palavras do que nos 11 dias em que andou de amarelo, limitando-se a felicitar o seu rival e amigo.
“Obviamente, estou dececionado, mas só posso dizer ‘chapeau’ ao Tadej, que mereceu a vitória”, declarou o homem que, no domingo, vai subir ao segundo degrau do pódio final nos Campos Elísios.
Roglic, vencedor da Vuelta2019 (na qual Pogacar, na sua estreia em grandes Voltas, foi terceiro), reconheceu que talvez não tenha “puxado” o suficiente nos últimos dias.
“No ‘crono’, fui mais rápido do que outros, mas talvez não o suficiente. Estou dececionado com o resultado, mas dei tudo”, assegurou o líder da Jumbo Visma, que viu o seu jovem compatriota recuperar os 57 segundos de desvantagem que tinha à partida e ainda ganhar-lhe mais 59.
O esloveno, de 30 anos, disse que ainda verá como vai lidar com esta derrota, embora tenha garantido estar satisfeito com o resultado e com a sua performance no Tour.