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O esloveno Tadej Pogacar (UAE-Emirates) venceu com autoridade a 45.ª edição da Volta ao Algarve em bicicleta, apresentando-se, com 20 anos, ao mais alto nível do pelotão mundial.

Vencedor da Volta a França do Futuro em 2018, o esloveno aproveitou a queda do chefe de fila da equipa dos Emirados Árabes Unidos, o italiano Fabio Aru, para se assumir como líder, apresentando como ‘cartão de visita’ ao resto do pelotão uma ascensão irrepreensível ao Alto da Foia, no segundo dia.

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A vitória na segunda etapa, foi a primeira conseguida como ciclista profissional, depois de se revelar em cores eslovenas e nas amadoras Rog Liubliana e Liubliana Gusto Xarum, mas o apoio dos colegas de equipa e a frieza que revelou ao lidar com a pressão e ataques rivais elevou-o a um feito ainda maior.

O camisola amarela defendeu-se no contrarrelógio da Lagoa, em que foi quinto, e passou a etapa disputada ao ‘sprint’ do quarto dia, na chegada a Tavira, determinado a não perder tempo.

Ainda assim, um corte já próximo da meta fez com que perdesse sete segundos para alguns dos concorrentes, entre eles ciclistas experientes como o holandês Wout Poels (Sky) ou o dinamarquês Soren Kragh Andersen (Sunweb).

No último dia, na ‘tradicional’ subida ao alto do Malhão, as outras equipas fizeram por ‘isolar’ o camisola amarela, com ataques de Andersen, primeiro, e depois de Poels e do espanhol Enric Mas (Deceuninck-Quick Step), quarto à geral.

Ainda assim, Pogacar não ‘quebrou’ e acabou em sexto, conseguindo defender-se das vantagens que os adversários conseguiram, logrando um triunfo ‘autoritário’ e pouco comum para um corredor tão jovem.

Daqui para a frente, o esloveno passa a ser mais um nome a ter em conta pelo pelotão, ainda que tenha dito, já depois de confirmada a vitória, que os rivais “já tinham algum cuidado” com o que poderia fazer.

O ‘azar’ de Aru foi a oportunidade de ouro para o ‘miúdo’ natural de Komenda, uma pequena cidade eslovena onde, segundo o censo de 2012, moravam 896 pessoas, e onde nasceu, no mesmo ano, a atleta Agata Zupin, vice-campeã europeia sub-20 dos 400 metros barreiras.

Começou a correr em provas europeias em 2015, mas foi no ano seguinte que conseguiu a vitória nos Nacionais de juniores, em contrarrelógio, antes de se impor no Giro della Lunigiana, uma prova que já revelou vários talentos.

Os italianos Gilberto Simoni, Danilo di Luca, Damiano Cunego e Vincenzo Nibali, o russo Alexandr Kolobnev ou o britânico Tao Geoghegan Hart, outra promessa presente na ‘Algarvia’ deste ano, triunfaram na prova italiana, à semelhança do também esloveno Matej Mohoric.

Nesse 2016, foi ainda terceiro nos Europeus de juniores, na prova de fundo, mostrando-se depois em várias provas no ano seguinte antes de conseguir, em 2018, a vitória na Volta a França do Futuro, em que revelou o potencial que levou à contratação para a formação dos Emirados Árabes Unidos.

Este ano, iniciou a época na Austrália, com um 13.º lugar na geral final do Tour Down Under, prova WorldTour, sendo quarto na classificação jovem, antes de chegar ao Algarve para surpreender e impor-se, tendo estado no ‘top 10’ de quatro de cinco etapas.

Além da vitória na geral, foi o melhor da juventude e o terceiro classificado na montanha, mostrando versatilidade ao longo dos vários dias, entre as capacidades como trepador, na Foia e no Malhão, e no ‘crono’, em Lagoa.

No calendário provisório da nova ‘estrela’ da UAE-Emirates está a italiana Strade Bianche, com dezenas de quilómetros em terra batida a testarem os dotes para clássicas, além da Volta à Catalunha e a Volta à Romandia.

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