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O holandês Taco van der Hoorn (Intermarché–Wanty-Gobert Matériaux) aproveitou hoje a descoordenação do pelotão na perseguição à fuga do dia para fazer vingar a escapada na terceira etapa do Giro d’Italia.

Taco van der Hoorn vence terceira etapa do Giro, Filippo Ganna segue líder e João Almeida sobe para 4º
Photo Credit: LaPresse

O ciclista dos Países Baixos, de 27 anos, integrou a fuga do dia e triunfou na ligação de 190 quilómetros entre Biela e Canale ao cabo de 4:21.29 horas, chegando quatro segundos à frente do pelotão, no qual o italiano Davide Cimolai (Israel Start-Up Nation) ‘sprintou’ para o segundo lugar, com o eslovaco Peter Sagan (Bora-hansgrohe) no terceiro posto.

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Na geral, o italiano Filippo Ganna (INEOS) conservou a liderança, agora seguido do norueguês Tobias Foss (Jumbo-Visma), no segundo lugar, a 16 segundos, e de Remco Evenepoel (Deceuninck-QuickStep), terceiro a 20 segundos, o mesmo tempo que João Almeida, colega do belga, tem para a ‘maglia rosa’, no quarto posto.

Taco van der Hoorn vence terceira etapa do Giro, Filippo Ganna segue líder e João Almeida sobe para 4º
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Desde o ‘km 0’ que a fuga do dia se foi formando, com alguns ‘especialistas’, como o suíço Simon Pellaud (Androni Giocattoli Sidermec) ou o italiano Vincenzo Albanese (EOLO-Kometa), líder da montanha, mas também o adolescente Andrii Ponomar, da Androni, que ainda não fez 19 anos e chegou a isolar-se na frente.

Com a fuga estabilizada, Albanese a somar pontos nos vários portos de montanha categorizados, e o dia a correr dentro do esperado, a dúvida recaía mais sobre que ‘sprinters’ não aguentariam as dificuldades do traçado, mais do que se a fuga chegaria com sucesso.

Tanto assim foi que, do pelotão, alguns nomes tentaram a sorte, do francês Tony Gallopin (AG2R Citroën) ao italiano Giulio Ciccone (Trek-Segafredo), mas sem sucesso, numa altura em que o grupo inicial se desmantelava.

Taco van der Hoorn vence terceira etapa do Giro, Filippo Ganna segue líder e João Almeida sobe para 4º
Photo Credit: LaPresse

Contudo, só a Bora-hansgrohe, de Peter Sagan, ia trabalhando para apanhar a fuga, sem o interesse da INEOS, do ‘maglia rosa’, nem de outras equipas dos ‘sprints’, que só ‘acordaram’ tarde demais, da UAE Emirates à Cofidis.

Na frente, sobraram Pellaud e Van Der Hoorn, com o primeiro a ‘rebocar’ o segundo na última subida, não categorizada, antes de acusar o cansaço e ficar para trás.

Daí para a frente, foi um contrarrelógio concluído quatro segundos mais rápido do que o pelotão, ainda que Taco não tenha escondido a incredulidade: tapou a mão com a boca antes de erguer os braços na meta.

Photo Credit: LaPresse

“Não consigo acreditar. Queria ir para a fuga. Foi muito difícil chegar à meta, mas pensei [durante a fuga] que 0,5% de hipóteses ainda é uma oportunidade. O Pellaud puxou muito na subida, depois fui feliz. Estava cansado, deixei-o para trás, ainda tinha 40 segundos, e foi sempre a dar tudo até ao fim”, contou, após o final da etapa.

A vitória em Canale é a maior da sua carreira, em estreia em grandes Voltas, e a primeira do ano para a Wanty-Gobert, que este ano subiu ao escalão WorldTour e nunca tinha ganho nas três principais corridas do calendário.

João Almeida beneficiou da saída do italiano Eduardo Affini (Jumbo-Visma) do segundo lugar, ao não aguentar as montanhas ainda a 40 quilómetros da meta, para subir um posto na geral, agora o quarto, com 20 segundos, a mesma distância do colega de equipa Remco Evenepoel.

Almeida cortou a meta em 34.º, com o mesmo tempo do pelotão, e cumpriu a 24.ª etapa seguida no Giro dentro do ‘top 50’, uma prestação que soma toda a edição de 2020, em que foi quarto na geral final, e as três primeiras etapas desta.

Nelson Oliveira (Movistar) ficou hoje às portas do ‘top 10’ da geral, no 11.º posto, ao ser 53.º, numa melhoria de seis lugares.

Ruben Guerreiro (Education First-Nippo) foi 70.º na etapa e o aparecimento da montanha também lhe permitiu subir 24 lugares na geral, para o 51.º posto, a 50 segundos do líder.

Na terça-feira, a quarta etapa da 104.ª edição do Giro liga Piacenza a Sestola, com 187 quilómetros e três contagens de montanha, duas de terceira categoria e outra de segunda, quase na meta.

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