A convite da ABIMOTA, o secretário de Estado da Economia, João Neves, visitou empresas ligadas ao setor das duas rodas e da mobilidade suave da região de Águeda, bem como as instalações da Associação Nacional das Indústrias das Duas Rodas, Ferragens, Mobiliário e Afins, e falou com empresários para ficar a conhecer mais profundamente a setor e os desafios que este enfrenta.
Uma visita que começou com a passagem por duas empresas referenciais do setor das duas rodas, a Miranda & Irmão, Lda e a Triangle’s Cycling Equipments S.A., antes de conhecer todas as funcionalidades do Laboratório de Ensaios da ABIMOTA (LEA). Iniciativa em que foi acompanhado pelos presidentes da Agência Nacional de Inovação (ANI), Joana Mendonça; da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), Francisco Nunes e Sá; e da Comissão Diretiva do Programa Operacional temático Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020), Nuno Mangas. Comitiva recebida pelo presidente da ABIMOTA, João Miranda, na companhia do vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Eduardo Anselmo, e do presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida.
Afirmação de total cooperação e empenho num projeto que catalogou de “muito interessante”, enaltecendo a Agenda Mobilizadora para a Inovação Empresarial apresentada por esta associação, “uma das melhores propostas recebidas, e que cria um quadro de grande responsabilidade, no momento da execução, para ambas as partes”.
Recordando a urgência de um processo negocial que deve ser feito de forma rápida e pragmática, João Neves sublinhou as palavras proferidas na terça-feira pelo Primeiro-Ministro para que os “primeiros contratos resultantes das primeiras decisões de passagem à fase negocial devam ser feitos ao longo do mês de julho. Tempo curto que exige capacidade de ambos os lados em encontrar o equilíbrio para que esta agenda possa rapidamente passar à fase de contratação”.
Lançando um desafio à ABIMOTA para que, aquele que assinalou como um dos melhores projetos recebidos pelo Governo, seja apresentado de forma ajustada e refletida de molde a assegurar a elegibilidade da proposta, João Neves aconselhou “a trabalhar no conteúdo exato da proposta, analisando se todos os elementos considerados essenciais são aqueles que se propõem efetivamente realizar”. E, mostrando grande confiança na capacidade de trabalho e entendimento do setor, acrescentou que “há interesse em que esta agenda seja da primeira leva de contratações”.
Palavras de confiança alicerçadas num trabalho que faz com que Portugal seja, neste momento, o maior produtor de bicicletas e componentes da Europa. João Miranda recordou, por seu lado, “o forte impulso proporcionado, há cerca de seis anos, pelo Portugal Bike Value, programa criado pela ABIMOTA, que permitiu às empresas mostrar à Europa e ao Mundo as suas capacidades produtivas, e, simultaneamente, afirmar Portugal como um destino de investimento estrangeiro”.
Um trabalho que o presidente da ABIMOTA aponta como responsável pelo “aumento das exportações de Portugal neste setor, mesmo no ano 2020 quando mais fortemente se fizeram sentir os efeitos da pandemia”. E note-se que, em 2021, o setor atingiu um crescimento de 39% e quase 600 milhões de euros, e nos primeiros 4 meses de 2022 a taxa de crescimento é superior a 20%.
Mostrando orgulho pelo facto de Portugal ser o maior produtor de bicicletas e componentes, o responsável da associação empresarial lembrou que “não se pode parar, antes é necessário melhorar as capacidades de dar resposta aos desafios do futuro”. Tarefa a que a ABIMOTA meteu mãos à obra, através de “uma agenda mobilizadora liderada pela Polisport e juntando mais 40 empresas e sete entidades do sistema científico e tecnológico e que pretendem angariar um investimento superior a 257 milhões de euros”. Objetivo ousado, sobretudo numa época de tantas incertezas, mas que o responsável máximo da ABIMOTA acredita atingir as metas propostas. “No entanto”, acrescentou, “para a sustentabilidade do setor, é muito importante que a estrutura tecnológica que integra o projeto seja concretizada, porque será esta que poderá continuar a apoiar as empresas no aprofundamento das suas capacidades. Para desenvolver novas soluções e inovar, de forma que os clientes tenham cada vez mais orgulho no Made in Portugal”.