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O português Rui Costa esteve na luta pelo título mundial até aos metros finais da prova de 267,5 quilómetros, disputada em Bergen, Noruega, terminando na 19.ª posição, com o mesmo tempo do vencedor, o eslovaco Peter Sagan, que fez história, ao ser o primeiro corredor a conquistar três mundiais seguidos.

A longa extensão não inibiu os corredores de pedalar a alta velocidade. Os melhores terminaram com uma impressionante média de 41,346 km/h, que se deveu, sobretudo, à alta intensidade dos últimos 90 quilómetros.

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O ritmo frenético da fase decisiva da corrida foi provocado pelas seleções mais numerosas que não contavam com qualquer sprinter para discutir o título mundial. Apesar desses esforços, que iam ao encontro dos interesses portugueses, o pelotão manteve-se numeroso. A última volta iniciou-se com 124 homens no grupo da frente.

Sabia-se que a última subida seria muito atacada e que faria alguma triagem de valores. Isso aconteceu, mas o maior “corte” foi provocado por uma queda, em plena escalada, que partiu o pelotão ao meio. Bem colocado, Rui Costa foi o único elemento da Equipa Portugal a conseguir passar o percalço na dianteira.

O francês Julian Alaphilippe e o italiano Gianni Moscon destacaram-se na passagem pela colina de Salmon Hill, mas a perseguição no que restava do pelotão foi feroz. Rui Costa ainda tentou a sua sorte, mas percebeu que o minipelotão que integrava não lhe daria hipóteses de isolar-se.

As medalhas foram discutidas por um grupo de 29 corredores, entre os quais sobressaíram, com naturalidade, os velocistas. Peter Sagan aproveitou para fazer história, ganhando o terceiro título mundial consecutivo, após um duelo com a estrela local, o norueguês Alexander Kristoff. O terceiro foi o australiano Michael Matthews.

Rui Costa manteve-se atento até aos últimos metros, mas não tem a mesma ponta final que os velocistas, sendo o 19.º a cortar a meta, com o mesmo tempo do vencedor, 6h28m11s. “Acabou por acontecer o que eu temia.

A corrida foi muito dura, sobretudo desde a altura em que a Holanda e a Bélgica pegaram na corrida, a cerca de 90 quilómetros do fim, mas a subida não era suficientemente extensa para fazer a diferença.

Passou um grupo pequeno, mas estavam lá alguns sprinters. Ainda tentei atacar, mas não era possível. Saio com a consciência de que estava em bem e de que dei o meu máximo, mas o percurso não era o ideal”, considera Rui Costa.

A Seleção teve um desempenho consistente. Apenas José Gonçalves e Rúben Guerreiro não entraram na última volta no grupo dos candidatos. Os restantes elementos ficaram presos no “corte” provocado pela queda da última volta. “A queda foi uma pena, pois impediu-nos de chegar mais adiante e de ajudar o Rui na parte decisiva”, comentou Ricardo Vilela.

Nelson Oliveira foi o 55.º classificado, Tiago Machado foi 64.º e Ricardo Vilela foi 65.º, todos a 2m32s do vencedor. José Gonçalves terminou na 130.ª posição, a 11m53s, e Rúben Guerreiro, a contas com uma dor abdominal, não terminou a corrida.

“Este Mundial tornou duro pela distância e pelo ritmo, mas não o suficiente para eliminar os sprinters. Estivemos ativos na frente da corrida, quando já poucos corredores mantinham aspirações. O Rui tentou atacar, mas é um corredor muito marcado e, portanto, nunca teve margem para se isolar”, descreve o selecionador nacional, José Poeira.

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