Aqui no BTT Lobo, já falámos de uma das mais recentes modas no BTT, que são as mousses, neste caso vamos analisar as da Elementar Cycles.
Mas a questão fulcral é esta: será moda, ou vale mesmo a pena?
A nós, coube-nos testar as Mousses 40 da marca Elementar Cycles, numa bicicleta de XC roda 29” semi-rígida com pneus 2.1, em percursos de XCM/XCO.
Mas antes de mais, temos de falar da sua montagem, que não requer conhecimentos técnicos específicos e é razoavelmente simples.
Contando que o aro seja tubeless ou esteja já convertido, o primeiro passo é colocar as válvulas e encaixar nestas, uma pequena peça que vai permitir algum espaço entre a válvula e a mousse, para a entrada do ar.
Posteriormente, colocamos um dos lados do pneu no aro. Aqui deparámo-nos com uma situação que poderá ser melhorada: O pneu encaixar entre o aro e a peça que anteriormente colocámos na válvula, é à justa, e à primeira vista leva a querer que não vai encaixar convenientemente.
Uma válvula com a saída de ar para o interior do pneu, na lateral em vez de no topo, resolveria esta questão e eliminaria a necessidade dessa peça extra na válvula.
Colocamos a mousse Elementar Cycles no interior do pneu, à volta do aro. Sozinhos, podemos ter alguma dificuldade, mas nada do outro mundo e em último caso, pedimos ajuda de mais um par de mãos.
Por fim, colocamos o outro lado do pneu no aro e, foi aqui, que tivemos a maior dificuldade. Alguns pneus por si só, não são pêra doce de colocar no aro. Mais ainda já com uma mousse lá dentro. Mas como fazemos questão de frisar, vai depender em grande parte do pneu que usarem e não por si só das mousses.
Para terminar, ar e selante para o seu interior e estamos prontos a rolar. Ao colocar o selante, devemos ter em atenção que uma vez que o interior do pneu tem agora uma mousse, este não se vai espalhar com tanta facilidade pelo pneu, podendo acontecer que algum do selante teime em sair pela válvula.
Neste caso temos três hipóteses: ou colocamos o selante pela lateral do pneu e não pela válvula, ou colocamos pela válvula e vamos rodando a roda enquanto esperamos que este se espalhe, ou colocamos pela válvula e somos muito rápidos a roscar de volta o seu interior.
Resumindo a parte da montagem: podemos contar com um sistema razoavelmente fácil de montar, apenas com uma sugestão de melhoria na questão do tipo de válvula.
De seguida, o teste. Fizemos a montagem numas rodas em que a traseira, foi convertida para tubeless de véspera e com pneus já algo “picados”. Ou seja, já seria de esperar que o primeiro selante fosse dirigido a tentar tapar as muitas fugas de ar. Para melhorar, deixámos a habitual câmara-de-ar em casa e lá fomos de peito feito.
Saída de manhã para o terreno com pneus cheios e como era de esperar, ao fim de 1h30 +/- a traseira começou a sentir-se um pouco solta a curvar, no entanto quando a rolar, nada a apontar e decidimos continuar, por forma a testar bem as mousses.
Sempre a rolarem bem e nada demais a nível de comportamentos irregulares na condução, tirando uma ou outra curva em que abusávamos mais. Em subida, mesmo com o piso molhado e com raízes, uma vez que a pressão era baixa, a bicicleta agarrou-se e subiu, como não esperávamos que o fizesse.
De seguida parámos e verificámos a pressão do pneu de trás, que foi o único a perder ar e estava com cerca de 1bar. No entanto, mesmo a passar por cima de raízes e pedras, não sentimos embates fortes no aro, que pudessem colocar a integridade do mesmo em risco e não ficámos a pé.
Já vimos não poucas vezes, atletas que em provas, para não carregarem o peso duma câmara-de-ar acabam por ficar a pé quando furam e dar a prova por terminada antes do tempo.
Neste caso, temos uma solução de apenas 88g (as duas mousses), em vez das cerca de 170g de uma câmara-de-ar sem selante ou 370g com selante, já para não falar da comodidade de não ter de transportar uma câmara-de-ar.
Mais informações acerca das Mousses Elementar Cycles em www.elementarcycles.com.