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Nesta altura do ano, a região do algarve chama a si os adeptos de ciclismo de todo o país (e não só) para ver ao vivo as estrelas do ciclismo mundial, na Volta ao Algarve.

Rescaldo Algarve Granfondo 2020
© Algarve Granfondo / André Crispim

Para além disso, muitos destes adeptos são também ciclistas, no sentido amador do termo, aproveitando também o fim de semana, para participar no Algarve Granfondo e assim ter a oportunidade de percorrer as estradas onde os profissionais passam ao longo das etapas da prova.

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Tal como no ano passado, eu e uns amigos deslocamo-nos ao Algarve com a intenção de ver os profissionais na chegada ao Malhão e participar no Granfondo no domingo.

SECRETARIADO E LEVANTAMENTO DOS DORSAIS

Rescaldo Algarve Granfondo 2020
© Algarve Granfondo / André Crispim

O secretariado e o levantamento dos dorsais estava situado na Escola Secundária Padre António Martins de Oliveira. Era aqui também onde estavam os balneários para os banhos e o almoço era servido na cantina da escola, mas esse é um assunto a que voltarei mais à frente no texto.

O horário de funcionamento do secretariado era bastante alargado, estando aberto no sábado até as 23 horas e no domingo entre as 7h e as 8h30.

© Algarve Granfondo 2020 João Calado
© Algarve Granfondo / João Calado

Excelente organização, conforme a disposição nas boxes, facilitando o levantamento dos dorsais e dos brindes, sem filas nem confusões.

A propósito de brindes, este é um dos melhores granfondos do país. Um saco bem recheado e ainda uma garrafa de vinho da região. Sem dúvida uma bela forma de dar as boas vindas aos participantes.

PERCURSO – Granfondo

Rescaldo Algarve Granfondo 2020
© Algarve Granfondo / André Crispim

Depois de um sábado muito bem passado no alto do Malhão a ver as duas emocionantes passagens dos profissionais e também de ter sentido nas pernas a dureza da subida, onde aproveitamos para fazer um pequeno aquecimento para a prova do dia seguinte, domingo era o dia de enfrentar o percurso do granfondo.

O percurso deste ano, tinha partida e chegada a Lagoa, sendo estas localizadas em zonas distintas, mas próximas. A partida seria no mesmo local onde mais tarde estaria a partida para o contrarrelógio decisivo para a classificação da Volta ao Algarve, junto à FATACIL e a chegada numa outra rua, no centro da cidade.

A partida marcada para as 9 horas da manhã atrasou-se uns minutos, uma vez que foi necessário as autoridades policiais garantir que as vias estavam desocupadas para a passagem de todo o pelotão de participantes, em andamento controlado, nos primeiros 2 km de prova, dando-se, nesta altura, a partida oficial do Algarve Granfondo 2020.

Rescaldo Algarve Granfondo 2020
© Algarve Granfondo / André Crispim

Os primeiros quilómetros do percurso eram essencialmente rolantes, em sobe e desce constante e a grande velocidade, sendo relativamente acessível na primeira hora de prova ter percorrido cerca de 35 km ou até um pouco mais.

Sensivelmente ao quilometro 25 iniciava-se a primeira dificuldade da prova, a subida para os Casais, subida dura incluída nos dois percursos. Chegando ao cimo da subida tínhamos o tão aguardado abastecimento liquido e sólido e a separação de percursos, onde os participantes da maior distancia rumariam a caminho do Alto da Fóia, ao quilometro 58, a grande dificuldade do dia.

© Algarve Granfondo / André Crispim

Por volta do quilometro 40 acabei por encontrar um companheiro com um andamento semelhante ao meu e que me acompanhou até à meta, mas para já ainda temos a Fóia para ultrapassar.

A subida para a Foia foi sem dúvida a grande dificuldade do dia. Oito quilómetros de subida com uma inclinação média de 5%, mas com secções que chegavam aos 17%, 18%, com o alcatrão em mau estado, endurecendo um pouco mais a subida já de si bem difícil. Esta dificuldade foi ultrapassada gerindo o esforço e aproveitando o abastecimento lá do alto para repor energias, essencialmente com líquidos e fruta. No cimo, o ponto mais alto da prova, 889 metros com vistas simplesmente deslumbrantes, num misto de serra e com o mar no horizonte. Simplesmente espetacular.

© Algarve Granfondo / André Crispim

Descida a grande velocidade, sempre com a máxima precaução e sem riscos, até Monchique onde voltávamos a ter um percurso sobe e desce agradável e relativamente rápido.

Ao quilometro 75 tínhamos talvez a ultima dificuldade do dia, a subida de Alferce. Nesta altura o acumulado já se fazia sentir nas pernas, o que fez com que a subida fosse feita a um ritmo mais moderado. Nesta fase rolava já com um grupo de mais elementos que fazia atenuar as maiores dificuldades.

Depois era a rolar quase constantemente em terreno plano, novamente até Lagoa. O nosso grupeto foi apanhando outros participantes pelo caminho, que se juntaram a nós e nos quilómetros finais eramos um grupo de tal forma numeroso, que tivemos escolta de um batedor da GNR até à meta.

© Algarve Granfondo / André Crispim

Chegada à meta com a sensação de dever cumprido, alguma confraternização com os companheiros de prova e rumo aos balneários para banho e almoço.

DESTAQUES – Positivo e negativo do percurso

© Algarve Granfondo / André Crispim

POSITIVO

O desenho do percurso, com dureza qb e passagem por zonas icónicas com paisagens espetaculares.

O trabalho dos profissionais da GNR: Sempre presente nos cruzamentos e também na estrada, através das motas dos batedores.

© Algarve Granfondo / João Calado

Os abastecimentos muito bem fornecidos de água e sais com muita variedade de comida à disposição.

NEGATIVO

O facto de não ter placas indicativas da distância para a meta. Apesar de ser fácil de controlar porque hoje em dia, a maioria dos ciclistas usa computadores com GPS, é sempre positivo ter estas indicações. É uma questão de pormenor que pode ser melhorada em eventos futuros.

BANHOS E ALMOÇO

Os banhos e o almoço situavam-se no local do secretariado, ou seja na Escola Secundária Padre António Martins de Oliveira. Uma vez que o carro estava próximo da meta e como a escola estava a uma distancia razoável decidi ir de bicicleta para o banho, tendo-a sempre por perto.

Uma vez chegado aos balneários, não me permitiram deixar a bicicleta no interior do pavilhão, tendo que a deixar à porta, na rua, enquanto tomava banho.

© Algarve Granfondo / André Crispim

Apesar de ser uma atitude que compreendo, pois o funcionário estava somente a cumprir ordens superiores não posso deixar de avaliar muito negativamente esta indicação. Estamos a falar de um evento que acontece uma vez por ano e, na minha opinião, deve haver alguma condescendência nestas situações. Não há quem tenha mais gosto pela sua bicicleta que o ciclista e ninguém iria estragar absolutamente nada por deixar a bicicleta no hall de entrada do pavilhão. É uma critica a uma atitude que espero que seja revista por parte da organização no futuro.

Banho tomado à pressa e de seguida, o bem merecido almoço. Depois de algum tempo de espera, estava confortavelmente sentado com uma bela sopa, um prato de arroz com ervilhas e frango assado, acompanhado por uma bela cerveja e sobremesa, para o final. Eu escolhi fruta, mas havia doces para os mais gulosos.

© Algarve Granfondo / João Calado

O almoço estava muito bem confecionado e a organização, mais uma vez está de parabéns. Comida excelente, muito bem servida e sempre com preocupação no bem estar dos participantes.

À saída havia ainda uma grande variedade de deliciosos bolos, com o patrocínio exclusivo da pastelaria Loulédoce, dos quais destaco as bolachas de alfarroba. Muito deliciosas e com aquele aspeto caseiro inconfundível.

CONCLUSÃO E OPINIÃO GERAL

O facto deste evento estar junto com a Volta ao Algarve já é um cartão de visita de excelência para qualquer adepto de ciclismo. Juntando a isto um percurso fantástico e uma organização de excelência, temos os ingredientes para um fim de semana inesquecível de ciclismo.

© Algarve Granfondo / André Crispim

Alguns pontos menos positivos não mancham, de maneira nenhuma toda esta organização. Para o ano, seguramente estaremos novamente presentes.

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